Em encontro com Haddad, empresários da construção batem na tecla da queda dos juros
A entidade argumentou que a Selic em 13,75% inibe a realização de novos investimentos empresariais na economia brasileira
- Data: 12/07/2023 20:07
- Alterado: 12/07/2023 20:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Fernando Frazão/Agência Brasil
Os empresários do setor da construção residencial que estiveram nesta quarta-feira, 12, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Brasília, aproveitaram o encontro para tocar em um assunto que é considerado essencial por ambas as partes: a queda dos juros.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) que representa pesos-pesados como MRV e Cyrela, vem se manifestando sobre a necessidade de o Banco Central iniciar o ciclo de cortes da Selic. As declarações vieram subindo de tom a cada reunião do Comitê de Política Monetária sem alteração da taxa, mesmo após os indicadores mostrarem o desaquecimento da inflação.
“Nós mencionamos ao ministro que a taxa de juros real do Brasil é a maior do mundo e que nenhuma empresa, de qualquer setor, tem condições de lidar com isso”, afirmou o presidente da Abrainc, Luiz França, em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). “Com o IPCA negativo divulgado nesta semana, o Banco Central tem condições de reduzir a taxa”, emendou.
Questionado se esse tema não deveria ser discutido com representantes do próprio Banco Central, França disse que a Abrainc “está conversando com todo mundo”.
A entidade argumentou que a Selic em 13,75% inibe a realização de novos investimentos empresariais na economia brasileira. No caso do mercado imobiliário, é uma das variáveis que influencia o financiamento para a compra e a construção de imóveis, cujas taxas subiram para dois dígitos nos últimos meses.
Vale lembrar ainda que a Abrainc encaminhou ao BC, em março, uma proposta de aumento no porcentual de recursos da poupança que é direcionado obrigatoriamente ao financiamento de imóveis. A instituição pede que passe dos atuais 65% para 70%. A medida, se confirmada, representaria a injeção de R$ 38 bilhões em recursos no mercado imobiliário, de acordo com estimativa do setor. O pleito, entretanto, não prosperou junto à autoridade monetária.
França contou ainda que a conversa com o ministro hoje foi para atualizar o governo sobre o andamento do mercado imobiliário. Não foi apresentada uma demanda específica à pasta, segundo o presidente da Abrainc. “O governo já fez muito e está fazendo”, disse o representante do setor, citando as novas regras que turbinaram o Minha Casa Minha Vida (MCMV) com elevação de subsídios, redução de juros e aumento do limite de preços.