Nova edição da Revista Raízes: da pluralidade de conteúdos a uma experiência sinestésica
A 66ª edição da revista traz histórias que o leitor não sabia que precisava ler, até ler
- Data: 17/07/2023 05:07
- Alterado: 31/08/2023 16:08
- Autor: Be Nogueira
- Fonte: ABCdoABC
Paula Fiorotti e Maria Aparecida de Carvalho
Crédito:Foto: Be Nogueira/ABCdoABC
Lançada na sexta-feira (14), em uma cerimônia no Teatro Municipal de São Caetano, a 66ª edição da Revista Raízes reuniu deputados, vereadores, o vice-prefeito Dr. Seraphmi, o presidente da Fundação Pró-Memória, Charly Farid Cury, e a editora da revista, Paula Fiorotti. Além do resgate da memória de São Caetano, Raízes tem pluralidade, oferecendo editorias de artigos, curiosidades, esportes, poesias e crônicas.
“Nessa revista vamos encontrar sempre uma leitura muito agradável, dinâmica, que nos traz recordações memoráveis de todo tipo”, conta Charly.
O vice-prefeito de São Caetano do Sul, Dr. Seraphmi, em seu discurso exaltou a importância da Fundação Pró-Memória e o trabalho realizado na revista. “A gente sabe que o trabalho da Fundação Pró Memória tem importância fundamental na história da nossa cidade. E isso vem ser complementado pela Revista Raízes, na sua 66ª edição. A importância dessa revista na documentação, não é como outras revistas, ela regista a nossa história e o desenvolvimento do ABC. A gente tem que preservar a memória, porque quem não tem memória não tem história”.
A matéria de capa da Raízes deste semestre é sobre o ginásio vocacional de São Caetano do Sul. Os ginásios vocacionais foi uma experiência educacional que tinha a liberdade como prática pedagógica. O experimento colheu bons frutos em seu pouco tempo de vida, mas sua característica inovadora não era apreciada na época da ditadura, fazendo com que suas atividades fossem interrompidas. Eram apenas seis unidades espalhadas pelo Estado, sendo uma delas em São Caetano do Sul. E quem traz à tona essa história é a Maria Aparecida de Carvalho. A autora foi aplaudida de pé pela plateia durante a cerimônia.
As lembranças da Associação Cultural, Recreativa e Esportiva Luiz Gama foram eternizadas nas páginas 61,62,63 e 64 da publicação. A associação era um clube dedicado a comunidade negra da cidade. A matéria leva o título “Sobre reconhecimento, memória e luta da comunidade negra em São Caetano do Sul”.
O Cidadão sul-caetanense, Francesco Capozzolo, foi um dos munícipe que teve sua história registrada na revista. O centenário não chegou a ver a publicação em vida, então foram chamadas ao palco Ângela Aparecida Capozzolo e Josefina Capozzolo, filha e mulher do italiano, que viveu 70 anos, dos seus 100, em São Caetano do Sul.
Durante entrevista, a editora da revista conta que a publicação tem se modernizado na expectativa de atingir públicos de diferentes idades. “Quanto mais pessoas leiam a nossa revista melhor. É um trabalho de muito tempo essa busca pela divulgação e por novos públicas. Desde a edição 59ª a gente fez uma reformulação editorial e visual para buscar um leitor um pouco mais jovem”.
A leitura não é só dedicada a quem é da cidade, mas também é enriquecedora para quem busca uma boa leitura, para pesquisadores e curiosos pela história do ABC Paulista e do Brasil. Mas a singularidade está na grandeza do resgate que vem sendo feito ao longo dos mais de 30 anos da Revista Raízes, que encontram na aparente simplicidade, vivências e informações surpreendentes.