Via Streaming – “When They See Us” – A voz dos inocentes
Nova série da Netflix, “When They See Us” acompanha a surpreendente história de cinco garotos condenados e presos por um crime que não cometeram
- Data: 24/05/2019 10:05
- Alterado: 22/08/2023 21:08
- Autor: Kreitlon Pereira
- Fonte: Via Streaming
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Uma das bases da democracia moderna, o poder Judiciário existe para garantir os direitos individuais, coletivos e sociais, além de resolver conflitos entre os cidadãos e o Estado, ao zelar pelo cumprimento da Constituição Federal. Porém, essa definição utópica se esquece que os tribunais são compostos por humanos, e estes sempre estão propensos a erros. E foi exatamente o que aconteceu em 1989, quando um grupo de cinco garotos latinos e negros do Harlem, em Nova York, foi condenado por estuprar e espancar a bancária Trisha Harlem, de 28 anos. Apesar da mesma não possuir lembranças do incidente e o DNA encontrado no exame de corpo-delito não ser compatível com nenhum dos meninos, a sentença ainda sim foi promulgada. Somente em 2002, estes foram inocentados e soltos. Parar contar essa história que chocou o mundo, chega dia 31 de maio à Netflix a série “When They See Us”.
Com quatro episódios, a produção se encarrega de retomar os acontecimentos daquela fatídica noite e os eventos que se sucederam pela ótica dos garotos, cujas idades variavam entre 14 e 16 anos. Privados da presença de advogados e, muitas vezes, dos próprios pais, os meninos do Harlem foram coagidos a confessar o crime. Como lhes fora prometido a impunidade se declarassem seus envolvimentos e especificassem quem foi responsável por cada um dos crimes, os depoimentos, inventados na base do desespero, possuíam inúmeras incoerências entre si. Mesmo assim, todos foram condenados a 13 ou 16 anos de cadeia, em um julgamento movido por preconceitos raciais.
Em 2002, com13 anos de pena cumpridos, o grupo, agora já adulto, foi finalmente inocentado, quando Matias Reyes, um assassino e estuprador condenado, admitiu ser o único autor do ataque à bancária. Após provarem que o DNA de Matias era compatível com o encontrado no exame de corpo de delito em 1989, esses cinco homens foram libertados. Em 2014, entraram com um processo civil contra o governo da cidade de Nova York e receberam 41 milhões de dólares.