Diadema conquista 14º prêmio pelo atendimento em tuberculose

Desde 2006, o município é reconhecido pelo Fórum Estadual de Tuberculose por apresentar índice de cura maior que 85%

  • Data: 23/09/2019 17:09
  • Alterado: 23/09/2019 17:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Prefeitura de Diadema
Diadema conquista 14º prêmio pelo atendimento em tuberculose

Daniele Cavalcante (coordenadora do Serviço de Epidemiologia e Controle de Doenças (ECD)

Crédito:Divulgação

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O diagnóstico de tuberculose chegou para Ivan Luciano Ferreira depois de emagrecer 15 quilos e ficar internado no Hospital Municipal de Diadema, em outubro de 2018. Nessa época, era difícil caminhar os 650 metros entre sua residência e a Unidade Básica de Saúde (UBS) Serraria, onde fez o tratamento por seis meses. “Já tinha ouvido falar de tuberculose, mas achava que a doença estava erradicada. Depois percebi que ela está mais presente que nunca”, afirmou.

Por ser uma doença de fácil transmissão, as políticas públicas para diagnosticar e tratar os casos são importantes para que a doença esteja controlada. O município de Diadema vem fazendo sua parte e, pela 14ª vez consecutiva, recebe o Prêmio “Qualidade nas Ações de Controle da Tuberculose”, por apresentar índice de cura maior que 85% dos casos diagnosticados em 2018.

A cerimônia de premiação ocorreu nesta segunda-feira (23/9), durante o Fórum Estadual de Tuberculose 2019, promovido pelo Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de São Paulo.

Dentre as ações desenvolvidas no município, destacam-se a busca ativa de sintomáticos respiratórios, tratamento observado com entrega de incentivos aos pacientes, exames para diagnóstico e controle, dispensação gratuita de medicamentos específicos para a doença, além de avaliação dos comunicantes de casos de tuberculose.

“A tuberculose ainda é uma importante situação de saúde pública devido às condições de vulnerabilidade da população e fatores predisponentes para o desenvolvimento da doença como drogadição, etilismo, condições precárias de moradia, situação de rua, nutrição insuficiente e associação com doenças imunossupressoras como diabetes e aids”, avalia a coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose em Diadema, Iriane Maria Sammarone Henriques.

Para ela, o comprometimento de todos os profissionais da saúde e uma gestão eficiente do Programa Municipal de Tuberculose são fatores importantes para conseguir bons resultados. “A premiação é o reconhecimento de muito trabalho e do empenho de vários setores da Secretaria de Saúde, como laboratório, Centro de Especialidades Médicas, Hospital Municipal e Pronto Socorro, Assistência Farmacêutica, Almoxarifado da Saúde, CR IST AIDS Hepatites, Unidades Básicas de Saúde e Vigilância à Saúde, além do apoio da Divisão de Tuberculose do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde e outros serviços de referência”, explicou Iriane.

Tratamento

Em Diadema, o tratamento realizado é o supervisionado, quando o paciente vai até a Unidade Básica para tomar a medicação. “Quando vemos o paciente diariamente, é possível ouvir suas queixas, como reações adversas dos medicamentos ou alguma dificuldade na adesão do tratamento, e fazer o que é necessário”, afirma a técnica de enfermagem da UBS Inamar, Rosana dos Santos Francelino.

Atualmente, 148 moradores estão em acompanhamento. Após o diagnóstico, o tratamento é feito com antibióticos e dura, no mínimo, seis meses. O tempo e a dose dos medicamentos podem variar de acordo com o tipo e a gravidade da doença.

A tuberculose atingiu os pulmões de Ivan e, ao ser diagnosticado com tuberculose, também descobriu a diabetes, o que agravava seu quadro de saúde. “No começo é muito complicado. É um esforço diário sair de casa e ir até a UBS para tomar o remédio. Eu me senti bem acolhido no primeiro contato que tive aqui na Unidade, mas pensava que a tosse nunca ia passar. Quando chegou fevereiro deste ano, eu comecei a ter a sensação de que ia me curar”, comemorou Ivan. A alta, porém, veio apenas em abril. “Ficava ansioso para terminar o tratamento, mas precisava ter certeza que estava curado. Tem que continuar o tratamento até o final. A vida é muito frágil, a gente só consegue dar atenção quando perde a força motora do dia-a-dia e a tuberculose me mostrou isso”.

Doença

A tuberculose é causada por uma infecção pelo Bacilo de Koch (BK) e atinge, principalmente, o pulmão. Entretanto, ossos, rins e meninges podem ser prejudicados pela doença. Quando isso acontece, o tratamento é realizado na rede municipal com o apoio de serviços de referência, como o Instituto Clemente Ferreira, em São Paulo.

Esse foi o caso de Naiane Almeida Miranda, que teve tuberculose nas meninges – uma membrana que reveste o sistema nervoso central – e ficou dois meses internada. “Quando as dores de cabeça começaram, pensei ser apenas uma enxaqueca. Ela foi silenciosa. Demorei cerca de três semanas para descobrir a doença. Quando fui ao médico, já fiquei internada. Perdi 25 quilos em um mês e meio e parei a vida totalmente”, lembrou a moradora do bairro Inamar. Foram nove meses de tratamento para a cura.

Entre 15 e 30 dias após o início do tratamento, o doente para de transmitir a doença, cuja forma principal de transmissão é a tosse. Entretanto, é preciso aguardar a alta médica, pois interromper o tratamento pode fazer a doença voltar com mais intensidade.

“Falta ainda conhecimento sobre a doença. Algumas pessoas ainda pensam em tuberculose como era antigamente. Hoje, é uma doença que tem tratamento. Quem está com a doença precisa de cuidados, mas não precisa se afastar socialmente”, garante Rosana.

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Crédito:Divulgação Daniele Cavalcante (coordenadora do Serviço de Epidemiologia e Controle de Doenças (ECD)
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