São Caetano realiza programa de Saúde Mental e prevenção ao suicídio
Prefeitura de São Caetano do Sul tem se empenhado na implantação de um projeto que visa a promover a saúde mental de crianças e jovens
- Data: 29/08/2019 13:08
- Alterado: 29/08/2019 13:08
- Autor: Suzel Tunes
- Fonte: PMSCS
Crédito:Divulgação
Com a proximidade do Setembro Amarelo, mês de prevenção do suicídio, a questão da saúde mental ganha espaço nos meios de comunicação. Mas, desde julho deste ano, a Prefeitura de São Caetano do Sul, por meio das secretarias de Educação e da Saúde, tem se empenhado na implantação de um projeto que visa a promover a saúde mental de crianças e jovens, combatendo as preocupantes estatísticas da OMS (Organização Mundial da Saúde), segundo as quais o suicídio já é a segunda maior causa de mortes no mundo entre jovens de 15 a 29 anos.
O trabalho desenvolvido pela Prefeitura começa antes dessa idade crítica, nas escolas de Ensino Fundamental II (11 a 14 anos), com o objetivo de prevenir problemas futuros. Toda criança que apresenta sinais indicadores de sofrimento psicológico ou emocional, identificados pela professora em sala de aula, é encaminhada para avaliação e, se necessário, tratamento na USCA (Unidade de Saúde da Criança e do Adolescente). Para fazer essa primeira identificação e o encaminhamento, os professores da rede recebem capacitação da equipe de Saúde Mental do município.
Neste ano, em especial, houve um aprimoramento desse serviço, no âmbito do PSE (Programa Saúde na Escola), instituído pelos ministérios da Saúde e da Educação, em 2007. Esse programa define 12 temas (combate ao mosquito Aedes aegypti; saúde ocular, auditiva, uso de álcool etc) para serem trabalhados nas escolas. Neste ano, por iniciativa própria, o município resolveu incluir um 13º tema: Promoção de Saúde Mental e Identificação de Alunos com Possíveis Sinais de Alteração. Os professores recebem capacitação para identificar sinais de ansiedade, depressão e até potencial de suicídio.
“Nosso trabalho é orientar os professores a respeito de sinais de risco que podem passar despercebidos. É importante que as escolas estejam capacitadas a identificá-los precocemente, pois muitas vezes a criança passa mais tempo com os professores do que com os pais”, destaca Daniel Zilenovski, psicólogo da USCA.
Existe, também, a possibilidade de que os pais notem alguma alteração de comportamento. Neste caso, eles podem se encaminhar diretamente à USCA, sem necessidade de agendamento prévio.
“ELES PRECISAM DE ABRAÇO”
Com orientações do Programa Saúde na Escola, a professora de Educação Física Márcia Mosca Vieira, da EMEF Prof. Olintho Voltarelli Filho, desenvolveu projeto com alunos do 6º ao 8º ano do Ensino Fundamental, que teve um resultado surpreendente. Diante de um problema de bullying na escola, ela se propôs a ouvir os alunos. Pediu que cada um deles escrevesse uma carta falando sobre si e seus sentimentos, com o compromisso do anonimato. A professora, então, recebeu 360 cartas e as leu integralmente durante suas férias. “Eu me assustei. Muitas dessas cartas falavam de baixa autoestima, dificuldades de relacionamento e até tentativa de suicídio”, conta a professora.
Quando as aulas retornaram, em agosto, a professora Márcia destacou as frases mais significativas e fez cartões, que os adolescentes colaram em um mural, depois de uma roda de conversa sobre os sentimentos ali expressos. “Teve criança que disse: ´Você me salvou´. Mas, eu só dei um abraço”, lembra a professora.
O resultado desse trabalho foi uma redução significativa dos problemas de bullying e brigas na escola. “Os alunos precisam de alguém que os ouça e acolha. Eles precisam de abraço”.
SERVIÇO
USCA (Unidade de Saúde da Criança e do Adolescente) Amabili Moretto Furlan
Rua Goitacazes, 301, Centro. Telefone: 4224-6063
Horário de atendimento: das 7h às 17h (segunda a sexta-feira)