Via Streaming * Dica da Semana: “Insecure”

Lançada em 2016, a série original da HBO Max “Insecure” chega ao fim em outubro de 2021, depois de cinco temporadas aclamadíssimas. A produção de comédia chamou atenção desde o seu lançamento por trazer como protagonistas duas mulheres negras, um importante passo na luta por uma maior representatividade na indústria cinematográfica, principalmente quando se leva em consideração o tamanho da HBO enquanto produtora. Criada por Issa Era, que também interpreta uma das protagonistas, cada temporada conta com oito episódios de aproximadamente 40 minutos cada.

“Insecure” se passa em Los Angeles e a história gira em torno das amigas Issa e Molly, duas mulheres negras que compartilham de situações desconfortáveis tanto na vida amorosa quanto na profissional principalmente por conta de sua cor de pele. Com os 30 anos se aproximando, as duas irão reconsiderar suas escolhas e traçar novos rumos para suas vidas. Issa, por exemplo, trabalha em uma ONG de orientação pedagógica para jovens e se vê presa em um longo relacionamento que, apesar de confiável, está estagnado em uma rotina. Ao mesmo tempo, Molly lamenta estar solteira, mesmo que tenha atingido grande sucesso em sua vida profissional enquanto advogada.

Apesar de ser uma comédia, a série nunca perde a sua proposta de apresentar situações reais, abordando temáticas como desigualdade salarial, racismo e machismo. Um exemplo é como o programa aborda, com piadas e momentos constrangedores, a contradição que existe no trabalho de Issa, pois ela é uma das únicas pessoas negras trabalhando em um local cujo principal público alvo são jovens negros. O forte da série é o humor nas interações sociais entre os personagens, principalmente quando essas são constrangedoras. Tais estratégias já foram utilizadas em sitcoms como “The Office” e “Segura Onda”, mas em “Insecure” as situações conseguem ser específicas e universais ao mesmo tempo ao abordar temas como relacionamento e amizade sob uma ótica única da vivência de mulheres negras. Tal paradoxo garante um quê revolucionário à narrativa.