Pontes: “Fui pego de surpresa com corte 600 milhões na ciência”
Planalto prometeu a reposição do valor que foi redistribuído para outros ministérios
- Data: 13/10/2021 16:10
- Alterado: 13/10/2021 16:10
- Fonte: ABCdoABC
O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, participa do programa A Voz do Brasil
Crédito:Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Nesta quarta-feira (13), o Ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes, afirmou que foi pego de surpresa e ficou chateado com os cortes de verbas para ciência. De acordo com o Pontes, o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu a repor os recursos, em conversa junto da Ministra-Chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Flávia Arruda.
Mesmo com a promessa do Planalto, o ministro da Ciência e Tecnologia afirmou publicamente seu descontentamento com a perda de recursos, em audiência na Câmara, nesta quarta-feira.
“Conversei com o presidente sobre isso, ele também foi pego de surpresa. Pedi ajuda para a recuperação desses recursos, ele prometeu que vai ajudar”, afirmou Pontes.
Após um remanejo de recursos de mais de R$ 600 milhões do orçamento, que deveriam ter sido destinados ao financiamento de pesquisas, na semana passada foram deslocados para a aplicação em outros ministérios do governo.
A pedido do Ministério da Economia, a alteração do projeto no Congresso gerou protestos de pelo menos oito entidades relacionada a ciência no Brasil. Em texto endereçado ao presidente do Senado e Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), grupos apelaram aos parlamentares, na tentativa de reversão na perda de recursos na ciência.
Com o envio de ofícios endereçados ao ministro da Economia Paulo Guedes, Casa Civil e Secretaria de Governo, Pontes, solicitou a reposição imediata dos recursos, além da promessa do presidente Jair Bolsonaro.
“Conversei com o presidente, ele ficou de me ajudar com a recomposição e diga-se de passagem: o presidente costuma ajudar sempre em relação ao orçamento”, revelou Pontes.
Durante a audiência, os deputados de oposição fizeram diversas criticas a gestão do governo ao orçamento acerca das políticas relativas às pesquisas e a ciência de maneira geral.
Dentre as falas de oposição se manifestou o deputado Federal do PSOL-SP, Ivan Valente, que em um momento acalorado, chegou a pedir que o ministro renunciasse como o que chamou de “ato de grandeza”, visto que seu trabalho em sua avaliação é visto como “anticiência” e uma “destruição dos sistema nacional de ciência e tecnologia”.
Em sua defesa, Pontes afirmou não se apegar ao cargo, mas à missão, e reclamou que de fato pouco de pode fazer com um orçamento reduzido, mas destacou que foi treinado para defender o país.
“Tem dias que a gente fica realmente chateado com as coisas. Eu recebi essa missão de proteger esse sistema e melhorar o sistema”, afirmou.