Ato contra Bolsonaro em São Paulo ferve a Av. Paulista neste sábado

Ato "tem pessoas de todas as cores". Corrupção, alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis e coronavírus e atuação do governo na pandemia do coronavírus são os motivos do protesto

  • Data: 02/10/2021 18:10
  • Alterado: 02/10/2021 18:10
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Ato contra Bolsonaro em São Paulo ferve a Av. Paulista neste sábado

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Manifestantes realizam mais um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na tarde deste sábado (2), na Avenida Paulista, região central de São Paulo. Dez carros de som ocuparam a via entre os cruzamentos com as ruas Pamplona e Consolação, com o palanque principal montado em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). De acordo com os organizadores (Movimento Direitos Já!, PT, PSOL, PCdoB, PDT, PSB, Rede, PV, Cidadania e Solidariedade), não haverá passeata e o protesto ficará concentrado na Avenida Paulista.

Além do impeachment de Bolsonaro, os organizadores afirmam protestar contra a atuação do governo federal durante a pandemia do coronavírus, o alto número de mortes pela doença, as denúncias de corrupção investigadas na CPI da Covid-19 no Congresso Nacional, a defesa da democracia, do emprego, a alta dos preços dos alimentos, da conta de luz, do gás de cozinha e dos combustíveis.

Organizações Evangélicas
Líderes evangélicos discursaram em carro de som em frente ao Masp, contra o presidente Bolsonaro. Ao lado de representantes budistas e católicos, pastores rejeitaram a associação dos evangélicos ao governo federal, criticaram a gestão do governo frente à pandemia e pediram a manutenção da Democracia. “Os evangélicos não são capachos do Bolsonaro”, disse Samuel Oliveira, integrante da Bancada Evangélica Popular. “Não somos um único bloco, somos muitos”.

Nos arredores, membros da Coalizão Evangélica Contra Bolsonaro carregam cartazes com críticas ao presidente. Simony dos Anjos, articuladora da coalizão, explica que o grupo reúne diversos coletivos contrários ao presidente, como a Frente Evangélica pelo Estado de Direito, Cristãos contra o Fascismo, Rede de Mulheres Negras Evangélicas, entre outros. “Nos juntamos para fazer intervenções nos atos com o objetivo de nos contrapor aos evangélicos que apoiam o governo”, afirmou Simony.

PT e PSOL querem impeachment
A presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), pediu “unidade” na luta pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro durante ato deste sábado, 2, na Avenida Paulista. “Vamos continuar nas ruas, vamos continuar dizendo que não queremos esse governo”, afirmou.

Em seu discurso no caminhão de som em frente ao Masp, a parlamentar afirmou que neste momento a população precisa pressionar a Câmara dos Deputados e o seu presidente, Arthur Lira (PP-AL), pela abertura do processo de impeachment contra Bolsonaro. “Para tirar Bolsonaro nós precisamos pressionar a Câmara”, disse.

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, fez coro à fala da parlamentar durante seu discurso. Ele disse que “não há mais briga” e que “agora é todo mundo junto contra Bolsonaro”.

Segundo Medeiros, “ainda dá tempo” e a população não precisa esperar até as eleições do ano que vem para tirar Bolsonaro do Planalto. “Estamos demonstrando hoje, com a ampliação do nosso movimento, que nós não vamos esperar até 2022”, afirmou.

Manifestantes querem Lula

Manifestantes ironizaram uma eventual candidatura de centro nas próximas eleições e pediram o retorno do ex-presidente Lula (PT) ao Planalto. Organizadores aproveitaram gritos de “Fora Bolsonaro” para emendar “Lula Presidente” no microfone, usando palavras de baixo calão para se referir à chamada “terceira via”.

Minutos depois, no mesmo carro de som, uma organizadora ressaltou que o ato “tem pessoas de todas as cores” em torno de uma única bandeira, o “Fora Bolsonaro”. “São atos de todos e todas em defesa do Brasil, rumo à derrota de Bolsonaro”, disse.

Apesar da sugestão dos organizadores de que os manifestantes vestissem verde e amarelo – cores adotadas nas Diretas Já e mais recentemente apropriadas pelos apoiadores do presidente Bolsonaro -, a maioria dos presentes na Avenida Paulista optou pelo vermelho e pela máscara de proteção contra a covid-19.

Na quadra entre a rua Frei Caneca e Alameda Ministro Rocha Azevedo, duas grandes faixas em verde e amarelo, cada uma em sentido da Avenida Paulista, cobrem boa parte da via.

As revelações feitas na CPI da Covid também são relembradas no ato. Cartazes em diferentes pontos da concentração para o ato fazem referência à frase “óbito também é alta”, dita pela advogada Bruna Morato em depoimento à comissão e atribuída à operadora de saúde Prevent Senior.

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  • Data: 02/10/2021 06:10
  • Alterado:02/10/2021 18:10
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  • Fonte: Estadão Conteúdo









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