Entrevista com a Secretária da Saúde de São Caetano, Regina Maura
Secretária fala sobre cuidados, fake news e vacinas contra a covid-19
- Data: 04/03/2021 20:03
- Alterado: 22/08/2023 22:08
- Autor: Redação
- Fonte: ABCdoABC
Crédito:Odair Junior/ABCdoABC
O ABCdoABC foi até São Caetano do Sul entrevistar a Secretária de Saúde Regina Maura. Veja os destaques da entrevista:
Sobre a ocupação de leitos, a Secretária disse que está alta, mas estão bem estruturados, e que a partir da próxima semana talvez já poderá ser possível a transferência de pacientes para o novo Hospital de Campanha. “Nesta semana o Comitê de Emergências Sanitárias tomou a decisão estratégica de parar com todas as cirurgias eletivas, parar com as consultas de especialidades tanto no Complexo quando nas Unidades de Saúde”, conta. Segundo Regina, essa medida é para diminuir aglomerações: “a taxa de contágio hoje é muito alta, então quanto mais as pessoas saem de casa, mais elas correm o risco de adquirir a doença e o número de novos casos é enorme”. Ela comenta ainda sobre a presença da variante P1 (do Amazonas) no município, sendo identificados em uma proporção de 10 casos em 18 estudados.
Regina fala sobre as medidas fundamentais para evitar a covid: “os cuidados com a máscara, cuidados com a higiene das mãos, não levar as mãos a boca, nariz e aos olhos, o distanciamento social e evitar aglomerações, esses cuidados têm que ser redobrados, não há outra forma de evitar”. “São 15 dias que a gente pede pra que a gente possa diminuir essa pressão no sistema de saúde”, diz. Sobre as máscaras, fala que se possível, utilizar duas máscaras e sempre trocar a de cima, que se contamina com o ar “que vem de fora”. “As pessoas que tomam cuidado não adquirem a doença”, pontua. E sobre a contaminação em famílias, ela conta que é preciso utilizar máscaras até em casa. “A situação é de alta contagiosidade mesmo dentro de casa, essa nova variante tem essa característica.”
Em relação ao aumento exponencial de casos, Regina fala: “as pessoas relaxaram muito”, e esse relaxamento se deve à liberação das vacinas e até ao “tratamento precoce” defendido pelo presidente. Segundo a Secretária, as pessoas tomam esses remédios achando que não vão pegar a doença. “E está pegando, está ficando grave na UTI, sendo entubado, e tem gente que está morrendo que estava tomando aquele remédio de prevenção”. E ainda alerta: não existe tratamento específico contra a doença. Mais um aviso, a vacina vai começar a fazer a diferença apenas quando entre 50 a 70% das pessoas forem vacinadas, diminuindo a transmissão da doença: “a vacina não impede a infecção, ela impede a infecção moderada e grave”, e explica, “ela pode proteger a mim, e eu passar para uma pessoa que está na minha casa que não tomou a vacina e ela ter uma doença grave e morrer”. E complementa dizendo: mesmo vacinada, a pessoa deve continuar fazendo o uso da máscara pelos que estão próximos dela.
Sobre a compra de vacinas pelo município, conta que a preferência dos laboratórios é vender para o Ministério da Saúde, do Governo Federal. Tanto a Janssen quanto a Sputinik já receberam carta de intenções de compra, mas a prioridade é o órgão federal. “Nós estamos tentando de todas as formas e em todas as aberturas que nós temos”, diz.
Em relação à vacinação na cidade, afirma que são 130 mil pessoas a serem vacinadas, de acordo com os grupos prioritários do PNI. Atualmente, a vacinação é feita por agendamento, de acordo com a disponibilização de doses. “As doses vão chegando a conta-gotas”, conta, “conforme chegam nós soltamos o agendamento”. E ressalta que é preciso ficar de olho nas redes sociais, pois o agendamento, assim que é liberado, termina rapidamente, em detrimento do baixo número de doses disponíveis. Mas assegura que “não vai faltar doses pra ninguém”.
Regina desmente que assintomáticos não transmitam a doença. Mesmo sem sintomas, a pessoa poderá transmitir a doença. Além disso, cita que mesmo com exame negativo, a pessoa que tem os sintomas deve seguir a quarentena e se isolar pelos 14 dias. “O teste negativo não quer dizer que a pessoa não tenha, só que não foi detectado naquele momento, porque o vírus fica poucos dias nas vias aéreas superiores, ele desce depois de uns dias”
Sobre um áudio que estaria circulando aparentemente com a voz da secretária falando sobre o colapso do sistema de saúde, ela também desmente. Segundo a Secretária, trata-se de um áudio gravado em uma reunião de consórcios em Maringá. “Alguém ouviu esse áudio e resolveu, eu acho que por maldade, colocar que aquela reunião era em São Caetano e que era eu que estava falando aquilo. Não sou eu”, explica. “O nosso sistema de saúde não está em colapso. Estamos com pressão no sistema, mas estamos absolutamente sob controle”, assegura.
E finaliza a entrevista com um apelo à população para que se cuidem. “São 3 Ms: máscara, mãos e manter o distanciamento. São as 3 coisas que vão manter você saudável, feliz e vivo”, diz. “Não saiam de casa. Não depende mais da prefeitura, do governo, depende de você”, termina.
Veja o vídeo para mais detalhes da entrevista.