Grafite na Marginal Pinheiros faz homenagem à artista plástica que criou o Piso Paulista

Projeto de grafite com 120 m² de extensão é um dos maiores da cidade e foi idealizado em tempo recorde e com apenas duas pessoas da comunidade do Jaguaré

  • Data: 08/02/2021 16:02
  • Alterado: 08/02/2021 16:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: Grupo Solví
Grafite na Marginal Pinheiros faz homenagem à artista plástica que criou o Piso Paulista

Grafite feito no muro da Solví tem como tema a sustentabilidade

Crédito:Alessandro Rodrigues dos Santos

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Após completar 467 anos, a maior capital do país vai ganhar um presente a céu aberto. Trata-se de um dos maiores painéis horizontais de grafite da cidade. Com um total de 480 m² – dos quais 120 m somente de extensão -, o trabalho artístico está localizado em plena Marginal Pinheiros, na altura da ponte do Jaguaré, Zona Oeste, e deve ser entregue ainda neste mês. O espaço pertence à Solví Participações, empresa comprometida em soluções de resíduos e valorização energética.

A curadoria leva a assinatura do artista Alessandro Rodrigues dos Santos, mais conhecido como Box. Morador da comunidade do Jaguaré, ele contou com a assistência da esposa Aline Soto, que também é uma das responsáveis do Canto da Arte, espaço cultural para jovens da região mantido pelo casal. Para concluir o muro, os dois levaram 20 dias, que correspondem a 140 horas de dedicação. No total, foram consumidos 150 litros de tinta.

O muro grafitado tem um apelo sustentável. O espaço traz a fauna e flora brasileira em alusão ao meio ambiente, com figuras geométricas e homenagens à cidade aniversariante. A ideia de diversificar os temas surgiu diante da grande área escolhida para realização das pinturas. “O local é muito grande e, assim, foi possível trabalhar bem nos assuntos, que envolvem a área de atuação da apoiadora e sobre o município”, contou.

A ideia de desenvolver o projeto no muro onde fica a sede da Solví surgiu após uma conversa com representantes da empresa. Dessa forma, veio o conceito de proporcionar mais alegria para quem percorre a Marginal Pinheiros, em um espaço praticamente sem destaque e cor. A companhia dá apoio a outras iniciativas realizadas pelo artista, através do Instituto Solví – braço social do grupo.

“Sempre atuamos em verdadeira parceria desde os outros projetos. Fora isso, um trabalho dessa dimensão ajuda a divulgar o nosso trabalho e também aprendo muito porque consigo me aprimorar a cada nova ação e pintura”, comemorou Box.

Para Ana Rita Lopes, gerente de Comunicação e Marketing da Solví Participações e responsável pela gestão do Instituto Solví, a arte em grafite no muro foi uma forma de aproveitar um amplo espaço como forma de divulgar o trabalho do artista. Outra finalidade foi mostrar as ações sociais desenvolvidas pela empresa, inclusive com o apoio dado ao autor do projeto.

“São ações que têm mobilizado e dado oportunidades para as pessoas das comunidades atendidas. Isso é algo bastante importante dentro da nossa responsabilidade social”, ressalta Ana Rita. Além do muro na Marginal Pinheiros, o Instituto Solví presta auxílio ao Canto da Arte, criado pelo artista e conta com uma oficina de grafite, onde jovens da Vila Nova Jaguaré aprendem a fazer esse tipo de arte.

A companhia ainda apoiou outros projetos de grafite nos seus aterros em São Carlos (SP) e Marituba (PA), desenvolvidos pelo próprio Box com os moradores em situação de vulnerabilidade social. Ainda na cidade paraense, a academia Dago Fight recebeu outra arte em grafite por meio dessa parceria.

Homenagem à criadora do Piso Paulista

O grafite realizado no muro da Solví na Marginal Pinheiros começou a ser executado em dezembro. Além da fauna, flora e alusões ao meio ambiente, o projeto também faz homenagem à artista plástica Mirthes Bernardes, que morreu no mês passado vítima de câncer. Ela foi a criadora do Piso Paulista, o conhecido desenho geométrico do mapa do estado de São Paulo escolhido em concurso no ano de 1965 para padronizar as calçadas da capital paulista.

“No grafite, também pintamos reproduções do mapa para lembrar da artista e também de um desenho bastante conhecido na cidade, mas muitos não sabem a origem”, afirmou Box.

O artista ressalta que somente o casal tem feito esse trabalho em razão da pandemia da Covid-19. A proposta inicial era contar com a ajuda dos alunos da oficina da Associação Canto da Arte, mas por questões de segurança ele preferiu alterar os planos iniciais.

“Ficou complicado expor os jovens a um tipo de aglomeração que aconteceria naturalmente com um grupo maior de  pessoas. O importante é que conseguimos viabilizar e tocar mais um projeto adiante”, confidenciou.

Trajetória e parceria com Instituto Solví

Atualmente com 44 anos, Box chegou a São Paulo ainda em 1990 junto com a família em busca de melhores condições de vida. Mineiro da cidade de Januária, ele passou a viver na comunidade da Vila Nova Jaguaré, onde reside até hoje com a esposa e dois filhos – uma adolescente de 11 anos e um menino de 8.

O início em São Paulo não foi nada fácil. Antes do grafite, precisou morar na casa de parentes até conseguir um local próprio. Além disso, descarregava as plantas de caminhões no Ceagesp para obter o sustento e ajudar sua mãe. Com apenas o 4º ano do antigo Primeiro Grau (atual Ensino Fundamental), descobriu a arte do grafite quando fazia serviços comunitários nos muros de escolas. “Antes disso, só fazia pichações mesmo com um pessoal”, revive.

A partir daí, passou a atuar sempre como grafiteiro e aprendeu o ofício com a vivência na rua dos projetos que desenvolveu. Após algum tempo, Box teve uma ideia inicial de compartilhar seus conhecimentos, por meio de uma oficina com as crianças do Jaguaré. O sonho passou a se tornar realidade em 2012, quando notou um antigo tele centro desativado, que poderia servir para abrigar sua proposta.

O local foi totalmente revitalizado para desenvolver as atividades com a comunidade. Assim nascia o Canto da Arte, que passou a receber ajuda de outros artistas com doação de materiais para os cursos de grafite. Depois, vieram outras atividades como capoeira, muay thai, teatro e hip-hop.

Já a parceria com o Instituto Solví começou em 2018 quando o Canto da Arte começou a abrigar o projeto “O Uirapuru Mirim”. Desde então o artista iniciou uma parceria que já renderam bons frutos, até chegar ao muro da Marginal Pinheiros.

Grupo Solví Soluções para a Vida

Com mais de 40 anos de atividade, é composto por mais de 60 empresas, que oferecem serviços de Tratamento, Destinação e Reciclagem de Resíduos Públicos e Privados, Soluções Industriais e Valorização Energética de Resíduos. Presente nos grandes centros urbanos do Brasil, Peru, Argentina e Bolívia, o Grupo Solví conta com mais de 13 mil colaboradores em todas as suas unidades.

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Crédito:Alessandro Rodrigues dos Santos
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  • Data: 08/02/2021 04:02
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