Nabhan abre processo contra servidora do Incra

Em audiência pública, Nabhan diz a geógrafa que questionava a falta de fiscalização do órgão: “A senhora deveria se colocar no seu devido lugar e não vir pressionar o governo”

  • Data: 20/02/2020 15:02
  • Alterado: 20/02/2020 15:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Nabhan abre processo contra servidora do Incra

O secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura

Crédito:Reprodução

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“A senhora parece não conhecer de hierarquia. Como uma servidora simples, não dá vir aqui questionar a instituição.”As frases foram ditas pelo secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Luiz Antônio Nabhan Garcia, para a geógrafa Ivone Rigo, funcionária do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

A servidora participava de uma audiência pública, na Câmara Municipal de Marabá (PA), e questionou o secretário sobre a paralisação de processos de regularização fundiária e a falta de estrutura para fiscalização de agentes do órgão.

Nabhan disse que Ivone estava “passando dos seus limites” e que não deveria contestar “a instituição e a supervisão que coordena o Incra”, tampouco apontar falhas do governo. .”A senhora deveria se colocar no seu devido lugar e não vir pressionar o governo.A senhora é uma funcionária do governo, não está aqui para pressionar”, declarou Nabhan.

A audiência ocorreu em 10 de fevereiro. Naquele mesmo dia, o secretário ordenou a abertura de um processo contra Ivone para “apuração do comportamento nada ético”.

Em um momento, Ivone informou o secretário sobre problemas enfrentados no georreferenciamento das terras, uma das etapas da regularização. “Qual a sua função?”, perguntou Nabhan. “Geógrafa”, respondeu ela. Em seguida, o secretário pediu que ela encerrasse a intervenção. “Primeiro, porque a senhora é uma servidora pública, e a senhora parece que não conhece de hierarquia.”

Questionado nesta quarta-feira, Nabhan disse que o Incra já estava representado na audiência pública. “Ela, uma simples servidora, por questões éticas, como funcionária pública, não poderia jamais denegrir publicamente a instituição onde trabalha”, declarou. Procurada, Ivone Rigo, que está férias, não quis comentar e disse apenas que não cometeu nenhum crime ao fazer os questionamentos durante a audiência em Marabá.

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  • Data: 20/02/2020 03:02
  • Alterado:20/02/2020 15:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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