Mitos e realidades do ozônio contra a Covid-19
Artigo de Carlos Heise, CEO da Panozon Ambiental S/A, empresa brasileira com 20 anos de experiência na produção de geradores de ozônio e membro da IOA (International Ozone Association).
- Data: 26/10/2020 15:10
- Alterado: 26/10/2020 15:10
- Autor: Redação
- Fonte: Panozon Ambiental S/A
Carlos Heise
Crédito:Divulgação
Nos últimos meses, provavelmente a maioria das pessoas já ouviu falar do uso do ozônio contra o novo coronavirus. Seja para desinfecção de superfícies, para caixa d’água da residência, piscinas ou ambientes fechados, os geradores de ozônio são utilizados como aliados no combate à pandemia e oferecimento de melhores condições para a população.
O ozônio (O3) é um gás formado a partir do oxigênio (O2) presente na atmosfera. Quando as moléculas de oxigênio recebem uma descarga elétrica, como de um raio em uma tempestade, elas se recombinam formando o ozônio. Como é muito instável, a substância tenta voltar à forma de oxigênio, oxidando o que encontra pela frente. Dessa forma, pode matar todo tipo de microrganismo, como vírus, bactérias, fungos dentre outros. Nesse quesito, o ozônio apresenta uma enorme vantagem sobre os antibióticos convencionais, pois as bactérias não criam resistência a ele. Ou seja, até mesmo as temidas superbactérias presentes em hospitais são eliminadas quando em contato com o ozônio.
O uso do ozônio como um desinfetante, seja na indústria ou nas residências, veio para ficar. Mas, sempre que aparecem coisas novas, é natural que surjam também os vendedores de soluções milagrosas. O ozônio é realmente um desinfetante poderosíssimo. Como referência, ele age em média 3.000 vezes mais rápido que o cloro para matar um microrganismo, mas não funciona em toda e qualquer situação. Por exemplo, você não pode utilizar materiais oxidáveis, como o ferro, pois ele pode estragá-los.
Logo no início da pandemia, a Panozon Ambiental, empresa brasileira que produz geradores de ozônio há quase 20 anos, desenvolveu uma máquina para desinfectar máscaras cirúrgicas e materiais hospitalares com ozônio. Com um laudo emitido no Laboratório de Biologia da Unicamp, foi a primeira empresa no mundo que comprovou que uma aplicação de ozônio poderia matar o coronavírus. Em seguida, diversos outros fabricantes produziram também laudos de variadas formas de aplicações mostrando a eficiência do ozônio e a grande mídia deu visibilidade para este poderoso desinfetante.
Como o ozônio entrou em evidência, surgiram nesses últimos meses inúmeras empresas que se dizem “experientes” em ozônio, mas na realidade não possuem a menor ideia dos quesitos técnicos. Em geral, essas empresas compram células geradoras de ozônio de baixo custo (normalmente importadas da Ásia) e montam máquinas sem ter estudos aprofundados, com baixa durabilidade e eficácia. Assim, é possível que o consumidor invista em um equipamento ou produto que não trará os benefícios esperados.
Além disso, como são feitas com materiais muito baratos e de baixa qualidade, normalmente essas células estragam em poucos meses de uso ou até semanas. Como o nariz humano percebe o cheiro de ozônio em baixíssimas concentrações, até 20 microgramas por litro de ar, quando a pessoa sente um “cheirinho” já acha que está funcionando direito. Mas essa característica não necessariamente representa a verdade. A máquina pode estar produzindo 50%, 70% ou até 90% menos do que deveria ou do que é anunciado pelo fabricante.
Como mencionei acima, o ozônio é uma ótima opção para você usar em diversas situações. Então, se você está pensando em adquirir um gerador, pesquise bastante antes, compare, questione e use seu senso crítico para não comprar gato por lebre.