Covid-19: Entenda porque a doença se comporta de forma distinta em cada paciente
O novo coronavírus, que vem assolando o mundo há praticamente um ano e é o causador de mais de um milhão de mortes em todo o planeta, ainda permanece surpreendendo médicos e cientistas e provocando muitas dúvidas quanto ao seu comportamento e características. Várias perguntas continuam sem respostas, mas algumas delas, já podem ser esclarecidas. […]
- Data: 21/12/2020 14:12
- Alterado: 21/12/2020 14:12
- Autor: Redação
- Fonte: Clínica Penchel
Crédito:Pixabay
O novo coronavírus, que vem assolando o mundo há praticamente um ano e é o causador de mais de um milhão de mortes em todo o planeta, ainda permanece surpreendendo médicos e cientistas e provocando muitas dúvidas quanto ao seu comportamento e características. Várias perguntas continuam sem respostas, mas algumas delas, já podem ser esclarecidas. É o caso das variações de manifestação da doença em cada paciente.
O clínico geral e CEO da Clínica Penchel, Lucas Penchel, explica que as taxas de mutação e recombinação genética do vírus Sars-Cov-2 – responsável pela Covid-19 – são muito altas e isso faz com que a infecção pelo mesmo produza diferentes efeitos nos pacientes, até mesmo em um sistema imunológico já adaptado.
Segundo o médico, a imunidade de cada pessoa também deve ser levada em consideração. “Alguns pacientes podem apresentar apenas sintomas de um resfriado, outros podem evoluir para um quadro mais grave e serem hospitalizados. Em determinadas situações, o vírus pode até levar ao óbito. O sistema imunológico possui um importante papel para definir a capacidade de recuperação ou o nível de gravidade de cada caso. Uma grande parcela das mortes ocasionadas pelo novo coronavírus, se deve a existência de sistemas imunológicos fragilizados. Uma pessoa nestas condições possui um mecanismo de defesa ineficiente e com dificuldades em oferecer a correta resposta de proteção contra os danos causados pelo vírus. Por isso, os chamados grupos de riscos necessitam de maior atenção”, aponta.
De acordo com Lucas Penchel, a covid-19 pode se desenvolver de forma semelhante ao câncer e Alzheimer. “Em ambos os casos, essas patologias podem estar instaladas no organismo, mas permanecerem imperceptíveis por um período de tempo. Estes eventos estão atrelados diretamente a carga genética do paciente”, ressalta.
“Algumas pessoas possuem alterações em seus genomas que podem impulsionar modificações no sequenciamento genético do DNA. Estas ocorrências acabam acarretando deficiências na produção de proteínas e, consequentemente, podem estimular o surgimento de doenças. No entanto, alguns pacientes podem carregar tais mutações e mesmo assim, não apresentar nenhum sintoma das possíveis enfermidades favorecidas por seus atributos genéticos. O aparecimento ou não dos sinais destas doenças até então assintomáticas, dependerá dos hábitos de vida e características do paciente, como por exemplo, a rotina alimentar, o consumo ou não de cigarros e bebidas alcoólicas, o sedentarismo, a faixa etária, o peso e o nível de exposição a poluição. Um sistema imunológico em condições mais favoráveis, pode evitar que alguns pacientes desenvolvam infecções”, explica Penchel.
Na pandemia do novo coronavírus, cada caso é específico. “Até mesmo o nível de contato com o vírus pode influenciar no surgimento ou não de sintomas. Quanto menor o contato com o Sars-Cov-2, menor será a gravidade no organismo humano”, destaca.
“Isso explica a recomendação dos órgãos de saúde para a utilização das máscaras, especialmente, as feitas de algodão em dupla camada e o uso do álcool em gel, pois eles previnem a propagação do vírus e impedem o surgimento de casos de reinfecção. Até a chegada da vacina, eles são as únicas armas que temos contra a covid-19”, completa.