Hospital de Campanha Pedro Dell’Antonia começa a ser desmobilizado
Espaço recebeu mais de 15 mil altas médicas e, durante esse período, teve baixa taxa de letalidade
- Data: 28/10/2021 19:10
- Alterado: 28/10/2021 19:10
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de Santo André
Crédito:Helber Aggio / PSA
O principal Hospital de Campanha de Santo André, localizado no Complexo Esportivo Pedro Dell’Antonia, começou a ser desmobilizado na manhã desta quinta-feira (28). O piso de madeira agora carrega as cicatrizes deixadas pelo fluxo intenso de mais de 500 dias de trânsito de pessoas e das macas.
No período mais crítico da pandemia, em março deste ano, o espaço chegou a ter 98% dos 190 leitos ocupados e estava há 56 dias sem ocupação.
“Encerrar definitivamente o último hospital de campanha de Santo André representa uma vitória da vida. Por um ano e meio, passaram por aqui mais de 15 mil pacientes. Graças à vacinação e ao planejamento adotado desde o início da pandemia, nenhum paciente ficou sem atendimento na cidade e estamos superando a Covid-19”, afirmou o prefeito Paulo Serra.
Reconhecido pela realização de grandes partidas de basquete e vôlei, desde 15 de abril de 2020 o complexo esportivo abrigou uma estrutura montada com objetivo de salvar vidas e garantir assistência aos pacientes com Covid-19.
“Hoje é um dia muito emocionante. Ver o hospital fechando nos dá uma sensação de missão cumprida de conseguir cuidar de tantas vidas e de tantas famílias. Essa é a prova de que o SUS dá certo se tiver investimento político e dedicação do corpo profissional, com atendimento de qualidade, de direito, de humanizacão e que oferece muito cuidado para a população”, comentou o diretor do Núcleo Executivo de Urgência e Emergência e Atenção Hospitalar, Victor Chiavegato.
Com responsabilidade e planejamento, Santo André se estruturou para lutar e está vencendo a batalha contra a Covid-19. Dentre as diversas estratégias adotadas, foi a primeira cidade da região a montar hospitais de campanha. Em um ano e meio de pandemia, Santo André foi um dos poucos municípios onde não faltaram leitos para os internados e, ao todo, registrou 23.638 altas médicas.
A primeira paciente, uma mulher de 63 anos, foi admitida em 17 de abril do ano passado. Em pouco mais de um ano, houve admissão de 15.550 pacientes e 15.294 altas médicas, o que representa uma de taxa de letalidade de 0,01%.
Josias Zacarias, de 42 anos, contraiu a Covid-19 duas vezes e em ambas as infecções pelo coronavírus ficou internado no Hospital de Campanha Pedro Dell’Antonia. “A primeira vez que eu peguei foi em junho de 2020 e eu fiquei internado uns 16 dias, no leito 14 da ala D. Na segunda vez, foi em julho desse ano e eu fiquei mais 11 dias. Quando eu entrei fiquei com muito medo, mas as enfermeiras são muito legais e as psicólogas conversavam bastante com a gente. Eu tenho duas cachorras e quando estava internado, inclusive, pensei em fugir para ver as minhas cachorras. A saudade era demais, as psicólogas conversaram comigo e me acalmaram”, lembrou o autônomo, com lágrimas nos olhos.
Em um ano e seis meses de operação, cerca de 400 profissionais atuaram incansavelmente com o intuito de salvar vidas no local, entre médicos clínicos, intensivistas, infectologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos e fisioterapeutas, que contaram ainda com o apoio assistencial de médicos especialistas da rede de saúde de Santo André, como cardiologistas, neurocirurgiões, proctologistas, anestesistas e vasculares.
“Eles são muito bacanas, são enviados por Deus. Toda a equipe está de parabéns, eles trabalham por amor e estavam no lugar certo. Cuidaram muito bem de mim”, completou Josias Zacarias.
O técnico de enfermagem Pierre Guinosa, de 46 anos, atuou no hospital de campanha desde a abertura e, na manhã desta quinta, participou da desmobilização. “Eu sinto uma gratificação enorme por ter cuidado de vários pacientes, eles entraram ruins e saíram bem. Entregamos eles vivos para a família. É o mais importante de tudo”, pontuou.