Senador pede à OAB punição a Wassef por ‘ocultação de informações’
Felipe Santa Cruz encaminhou à OAB em SP o pedido do senador Fabiano Contarato (Rede), solicitando responsabilização do advogado da família Bolsonaro, por ocultar informações sobre Queiroz
- Data: 18/06/2020 16:06
- Alterado: 18/06/2020 16:06
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Senador pede à OAB punição a Wassef por 'ocultação de informações' sobre Queiroz
Crédito:Gabriela Biló/Estadão Conteúdo
Contarato solicitou à OAB a apuração de infração ética e a responsabilização Frederick Wassef , por ter ocultado informações sobre o ex-assessor de Flávio Bolsonaro
Como o Estadão divulgou mais cedo, o advogado afirmou, em ao menos duas ocasiões no ano passado, desconhecer o paradeiro de Queiroz que foi preso nesta quinta em um imóvel do advogado em Atibaia, no interior de São Paulo. Segundo o delegado da Polícia Civil Osvaldo Nico Gonçalves, o ex-funcionário do gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) morava na casa havia um ano. Wassef é advogado do filho do presidente no caso das ‘rachadinhas’, que levou à prisão que Queiroz, o que levanta a suspeita sobre uma possível troca de informações entre investigados – que poderia configurar tentativa de obstrução de Justiça.
“O Estatuto da Advocacia e da OAB, Lei n. 8.906/94, dispõe ser dever do advogado proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia (art. 31). O código de Ética diz ainda que o advogado deve abster-se de ’emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana’. Ao mentir publicamente sobre o paradeiro de Queiroz, Wassef desonra nossa categoria”, escreveu Contarato no documento.
O senador afirma ainda que os fatos narrados, ainda que potencialmente, ‘ferem a dignidade e a moralidade da profissão de maneira pública, uma vez que associam o exercício da advocacia ao encobrimento de manobras espúrias’.
‘Rachadinha’
Queiroz é investigado em um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio e por lavagem de dinheiro em transações imobiliárias com valores de compra e venda fraudados.
Em dezembro de 2018, o Estadão revelou que ele foi citado em um relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) por movimentar R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira ‘atípica’, o que arrastou o gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro para o centro de uma investigação do Ministério Público Estadual.
Promotores apontam indícios de que uma organização criminosa foi montada no gabinete de Flávio, o 01 do presidente, para desviar dinheiro dos salários dos funcionários, a chamada ‘rachadinha’. O dinheiro teria sido lavado por meio da compra e da venda de ao menos 19 imóveis no Rio.