Beatriz Ferreira vence e garante pelo menos o bronze no boxe nos Jogos de Tóquio
Brasileira é atual campeã mundial e favorita para a medalha de ouro
- Data: 03/08/2021 10:08
- Alterado: 03/08/2021 10:08
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Gaspar Nóbrega / COB
A boxeadora Beatriz Ferreira garantiu pelo menos a medalha de bronze na categoria dos pesos leves (até 60 quilos) nos Jogos Olímpicos de Tóquio, ao vencer, nesta terça-feira, Raykhona Kodirova, representante do Uzbequistão, nas quartas de final do boxe, por 5 a 0, em decisão unânime dos jurados (30 a 27 – quatro vezes – e 20 a 26).
Atual campeã mundial, Beatriz volta ao ringue na quinta-feira para a disputa da semifinal, quando terá pela frente a finlandesa Mira Marjut Johanna Potkonen, que eliminou, por 3 a 2, a turca Esra Yildiz.
Beatriz teve domínio total da luta. Já no primeiro assalto não se intimidou com o fato de a adversária ser canhota. Abdicou do jab para usar o direto de direita e teve sempre sucesso. Kodirova usou os clinches para impedir a troca de golpes na curta distancia.
Bia voltou mais rápida para o segundo assalto e passou a atacar a linha de cintura. Cruzados de direita e esquerda também atingiram, além de um forte direto de direita. O terceiro round foi bastante disputado, mas a brasileira, mais uma vez levou vantagem, demonstrando ótimo preparo físico. Mais duas ‘bombas’ explodiram no rosto da usbeque.
“A luta aconteceu como eu esperava, então pude colocar todo o planejado em prática. Ela é uma adversária dura, que suporta os golpes e por isso eu tive de ser intensa o tempo todo”, disse a boxeadora nacional. Sobre a próxima rival, quando valerá uma vaga na final olímpica, Bia esbanjou confiança. “Que venha qualquer uma. Aqui é Brasil. Pode confiar!”
Esta é a oitava medalha do boxe brasileiro em olimpíadas. Servílio de Oliveira foi bronze no México-1968, depois Esquiva Falcão, Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo subiram no pódio em Londres-2012. Robson Conceição foi campeão na Rio-2016.
Bia começou no boxe aos quatro anos de idade na garagem de casa, onde seu pai, Raimundo, mais conhecido no boxe como Sergipe (tricampeão baiano, bicampeão brasileiro e sparring de Popó) dava aulas para crianças carentes da região.
Por falta de competições de boxe feminino, Bia precisou esperar até 2014 para iniciar a carreira. Venceu uma luta, mas acabou desclassificada pois já havia participado de uma competição de muay thai e recebeu uma punição de dois anos, pois a Aiba (Associação Internacional de Boxe) proibia que as atletas participassem de competições por outras modalidades.
Bia voltou em 2016 e passou também a ser sparring de Adriana Araújo, medalha de bronze na Olimpíada de Londres-2012. Talentosa, ficou com a vaga da amiga, que passou para o boxe profissional. Em 30 competições internacionais, só não subiu no pódio uma vez. Entre suas principais conquistas está o título muundial, em 2019, na Rússia.