Novo vazamento de dados expõe 100 milhões de celulares, incluindo o de Bolsonaro
Após megavazamento de janeiro, hackers miram em contas telefônicas para obter informações pessoais
- Data: 10/02/2021 18:02
- Alterado: 10/02/2021 18:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Novo vazamento de dados pode ter atingido mais de 100 milhoes contas de celulares no Brasil
Crédito:Reprodução/Estadão
Um novo vazamento de dados na internet pode ter exposto mais de 100 milhões de contas de celular neste mês de fevereiro, segundo o dfndr lab, da empresa de cibersegurança PSafe. Entre as informações vazadas estão o número de celular do presidente Jair Bolsonaro e da apresentadora Fátima Bernardes. A informação foi divulgada inicialmente pelo site NeoFeed e confirmada pelo Estadão.
Segundo a PSafe, os dados estavam disponíveis para a compra na dark web desde o dia 3 de fevereiro deste ano, e incluíam informações como CPF, número de celular, tipo de conta telefônica, minutos gastos em ligação e outros dados pessoais.
Ao todo, 102.828.814 contas foram vazadas e, a princípio, acredita-se que pertencem a usuários das operadoras Claro e Vivo. Seriam 57,2 milhões de contas da Vivo e 45,6 milhões da Claro.
Ao Estadão, a Vivo diz em nota: “A Vivo reitera a transparência na relação com os seus clientes e ressalta que não teve incidente de vazamento de dados. A companhia destaca que possui os mais rígidos controles nos acessos aos dados dos seus consumidores e no combate à práticas que possam ameaçar a sua privacidade.”
Em nota, a Claro diz que não identificou vazamento de dados. Diz também: “Segundo informou a reportagem, a empresa que localizou a base não encontrou evidências que comprovem a alegação dos criminosos. Além disso, como prática de governança, uma investigação também será feita pela operadora”.
A Psafe confirmou que dados do presidente Jair Bolsonaro estavam inclusos no vazamento, com informações como número de celular, valor da conta telefônica, minutos gastos por dia, CPF e data de nascimento. Os mesmos dados da apresentadora Fátima Bernardes também estariam disponíveis, além do jornalista William Bonner. A PSafe não confirmou se existem dados de outras autoridades no pacote.
Fora do Brasil, o criminoso estaria vendendo as informações individualmente ou por pacotes, inicialmente ao valor de US$ 1 cada, mas com preços ainda menores se os dados fossem adquiridos em grande quantidade. O hacker ainda afirmou à empresa de cibersegurança que possui informações de 57,2 milhões de contas telefônicas da Vivo e de 45,6 milhões de contas da Claro.
A PSafe também informou que vai entrar em contato com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) para que uma investigação sobre o caso seja conduzida.
Sobre o caso, Fernando Capez diretor executivo do Procon-SP, disse ao Estadão:”Vamos pedir abertura de novo inquérito. Esses vazamentos irão provocar uma sequência de golpes em escala preocupante.”
Novo caso
O caso acontece menos de um mês após o megavazamento de dados de 223 milhões de CPFs, 40 milhões de CNPJs e 104 milhões de registros de veículos – o caso também foi revelado pela PSafe. Ainda, porém, não está clara a conexão entre os dois casos, mas os novos dados não estão sendo comercializados no mesmo fórum do primeiro vazamento.
No primeiro vazamento, o hacker já havia disponibilizado telefones de 159 milhões de pessoas e de 28 milhões de empresas. Também não é possível saber se o novo vazamento reciclou dados do primeiro. Porém, o Estadão apurou que o novo vazamento traz campos de informações inexistentes no primeiro vazamento, como “volume de minutos gastos por dia”, “maior atraso e menor atraso no pagamento”, “dívidas”, “valor de faturas” e “tempo de duração das ligações”.