Itaú Cultural e Instituto Alana realizam mostra de vídeos experimentais para crianças

No dia 24 de agosto é comemorado o Dia da Infância. Na mesma data, criada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), vai ao ar, no site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br, a primeira coletânea de vídeos da Mostra Infâncias Plurais. Até 12 de outubro, Dia das Crianças, elas serão postadas semanalmente, sempre às terças-feiras, reunindo ao todo 50 vídeos. Eles foram selecionados dentro do projeto homônimo, realizado no final do ano passado procurando inspirar produções culturais infanto-juvenis em pessoas de todo o país, que trabalham diretamente com crianças e adolescentes.

O resultado, são vídeos curtos e potentes, que buscam, de diversas perspectivas, por meio de audiovisuais, ver o mundo a partir dos olhos das crianças, levando em conta suas diferentes realidades. A mostra é voltada para este público e para adultos, educadores e artistas interessados em se deixar envolver por essa linguagem simples, poética, cativante e criativa presente nos vídeos. Os trabalhos fogem dos clichês das produções destinadas aos pequenos, ao tratá-los sobretudo, como sujeitos.

Esse projeto é realizado em parceria com o Instituto Alana e poderá também ser visto no portal Lunetas https://bit.ly/portal-lunetas-infancias-plurais por outra perspectiva. Enquanto a mostra no Itaú Cultural é focada na fruição de coletâneas, formadas por vídeos que tenham uma conexão entre si, no Lunetas, cujas postagens semanais serão às sextas-feiras, o público confere, além de uma outra seleção das produções exibidas, seu making off, com entrevistas dos participantes contando sobre o processo.

Na primeira coletânea exibida no site do Itaú Cultural, irão ao ar o projeto mineiro Eu não confio em janelas laterais, que mostra a percepção de uma criança dentro do carro e sua expressão em relação ao que vê passar rapidamente diante seus olhos. 1/4 e o Mundo, de São Paulo, versa sobre tudo o que se passa na mente quando se deita a cabeça no travesseiro. De que é feita a lua, do Distrito Federal, utiliza uma abordagem poética ao indagar se a lua não seria, na verdade, uma grande pérola. O Menino e o monstro, de Pernambuco, conta a história de um garoto que foi viajar pelos mares e descobriu um monstro e quis capturá-lo. Quando conseguiu, percebeu que a criatura era criança como ele e estava com saudade de casa o soltou pedindo muitas desculpas. O carioca Monster Live, mostra uma live de monstros de diferentes dimensões, que, com a internet, se conectam sem perigo de conflito. A bisa precisa ficar em casa, também de São Paulo, conta a vida secreta dos aparelhos eletrônicos através de Pen, um pen-drive, filho de uma fita cassete e um CD, que se vê diante de uma pandemia de vírus de computador.

O projeto Infâncias Plurais foi desenvolvido para fomentar a produção de arte e cultura para crianças de sete a 14 anos. Essa formação totalmente on-line, realizada entre outubro e novembro de 2020, selecionou 400 participantes e foi composta por conversas virtuais com convidados, debates entre os participantes e laboratórios de criação de produtos culturais. Os 50 vídeos selecionados são parte desse processo de experimentação, tanto em relação ao formato, quanto ao conteúdo, no que diz respeito a exploração do universo da infância, a partir da troca entre pessoas de diferentes regiões e realidades. Vale assinalar ainda, que metade dos participantes eram de fora das capitais federais, dado que ressalta a diferença de perspectivas e a diversidade de ideias e contextos explorados nas produções.