Como a variante Ômicron pode afetar os testes de PCR existentes no mercado?
Especialista explica porque o teste TaqPath COVID-19 pode ser útil na triagem inicial da nova variante
- Data: 01/12/2021 14:12
- Alterado: 01/12/2021 14:12
- Autor: Redação
- Fonte: Thermo Fisher
Crédito:Reprodução
A variante Omicron, que teve seu status elevado à “variante de preocupação” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e segundo a entidade, com mais de 30 mutações somente na proteína spike, isso pode significar um risco aumentado de transmissão em comparação com outras variantes de preocupação.
Tais informações estão levando os países a novas restrições de viagens e também estimulando pesquisas para verificar o real impacto da nova variante na eficácia das vacinas e nos testes existentes. Neste sentido, tanto a OMS quanto os Centros Europeus de Controle de Doenças relataram o uso de uma característica específica de alguns testes de PCR chamada de “falha do gene S” (SGTF) ou “Dropout do Gene S” que ajudou na rápida identificação da variante Omicron.
Segundo Alexandre Rebelatto, Diretor da Divisão de testes genéticos da Thermo Fisher Scientific para América Latina, líder mundial à serviço da ciência e empresa comprometida na resposta mundial à pandemia, isso revela que os testes com esta peculiaridade técnica podem servir como uma ferramenta útil na detecção imediata da nova variante, mesmo que ainda seja requerida uma confirmação por sequenciamento do genoma viral. Os casos da nova variante foram identificados pela primeira vez na África do Sul, mas agora seguem sendo relatados em pelo menos mais uma dúzia de países ao redor do mundo.
Como funciona o teste
“Os ensaios TaqPath COVID-19 foram projetados para detectar infecções por SARS-CoV-2 identificando três genes alvos das regiões do vírus: orf1a/b, S e N do vírus. Esta abordagem de múltiplos genes permite que o teste forneça resultados com maior precisão, mesmo no caso em que um dos alvos seja afetado por alguma eventual mutação. É esse o caso da variante Omicron. Por conter muitas mutações no gene S, esse alvo acaba sendo impactado, ocorrendo a chamada “falha do gene S”. No entanto, os demais alvos gênicos orf1a/b e N dos testes TaqPath COVID-19 não são afetados por nenhuma das mutações presentes na variante Omicron, conforme relatado na avaliação de sequências no banco de dados público GISAID”, explica o especialista.
Ainda segundo Rebelatto, descobriu-se que a variante Omicron possui a mutação 69-70del do gene S, identificada pela primeira vez como sendo uma mutação da variante alfa. Esta mutação provoca o “dropout do gene S” nos resultados do teste TaqPath, o que pode sugerir aos pesquisadores e profissionais da saúde que a infecção em questão pode se tratar de um novo caso da variante Omicron. A confirmação final deve então ser realizada por meio do sequenciamento da amostra.
Soluções Thermo Fisher Scientific
A companhia, confirmou que seu teste TaqPath COVID-19 CE-IVD RT-PCR Kit, baseado na reação em cadeia da polimerase (PCR), utilizado amplamente na detecção do vírus SARS-CoV-2, tem sua eficiência comprovada na detecção da nova variante de preocupação B.1.1.529, a variante Omicron, conservando a precisão técnica dos resultados de COVID-19 realizados com estes testes.
“O teste da Thermo Fisher nos permitiu detectar casos que podem conter a nova variante, identificando amostras com a falha do gene S. Esta identificação precoce é muito importante para nos ajudar a rastrear e entender a propagação da variante B.1.1.529 pela África do Sul e pelo mundo. Como é comum aos vírus, sempre soubemos que o SARS-CoV-2 continuaria a sofrer mutações e que estratégias eficientes de testagem são a chave para conter a pandemia”, explica Mark Stevenson, vice-presidente executivo e diretor de operações da Thermo Fisher Scientific.