Caminhos do crescimento
Em entrevista com o Diretor de Vendas e Marketing da Iveco, Ricardo Barion projeta que veículos urbanos de carga devem ganhar destaque no mercado brasileiro em 2019
- Data: 13/02/2019 09:02
- Alterado: 13/02/2019 09:02
- Autor: Luiz Humberto Monteiro Pereira
- Fonte: Agência AutoMotrix
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Em 2018, o mercado brasileiro de caminhões cresceu 46,8%. A Iveco, marca italiana de veículos comerciais que atua no Brasil desde 1997 e tem uma unidade industrial na cidade mineira de Sete Lagoas, expandiu suas vendas na mesma proporção e manteve sua participação de cerca de 7% no setor. Para 2019, a perspectiva da Iveco é que o mercado local continue em expansão, embora em ritmo mais comedido. “Estimamos que o segmento de caminhões cresça em torno de 15% em relação ao ano passado”, acredita Ricardo Barion, paulistano de 44 anos, diretor de Vendas e Marketing da Iveco para a América do Sul. “O segmento de veículos urbanos de carga deve ganhar mais destaque. Com o aquecimento da economia, e o aumento das entregas de produtos nos grandes centros, essa fatia do mercado deve impulsionar as vendas do setor”, complementa o executivo, que é graduado em Engenharia Mecânica e pós-graduado em Marketing, pela Universidade Mackenzie, com MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Mercado pela Fundação Getúlio Vargas e especialização em Management pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, e pela WHU, na Alemanha. Barion acumula experiência de 23 anos no segmento de caminhões e ônibus, com passagens por Ford e MAN/Volkswagen. Acompanhe a entrevista:
Depois de alguns anos de recessão, o mercado brasileiro de caminhões viveu em 2018 um crescimento expressivo, de quase 50%. Qual é a avaliação da Iveco do ano de 2018?
No ano passado, a Iveco acompanhou as oscilações políticas e econômicas que o mercado de caminhões, e a economia em geral, enfrentaram. Mantivemos os investimentos em novos produtos, US$ 120 milhões até o primeiro semestre deste ano, como os lançamentos da Daily City e o Hi-Road, e os esforços para aprimorar, ainda mais, a capilaridade e o atendimento da Rede de Concessionários. O clima de estabilidade na política e na economia trouxe de volta a confiança para os empresários do setor e, com isso, as vendas de caminhões ganharam fôlego no último ano.
Com o novo governo, há a expectativa por parte da indústria de caminhões de alguma medida que estimule o setor?
O atual governo tem batido na tecla de aumentar os investimentos em infraestrutura. Isso é fundamental para facilitar a logística de produtos no país, como o escoamento da safra de grãos, por exemplo, que movimenta um dos principais segmentos da economia, que é a agricultura. Com estradas e portos em um nível de qualidade superior ao que temos hoje, o produtor e o transportador diminuirão custos no transporte e isso interfere diretamente no preço final do produto. Destaco também o Rota 2030. Esperamos que o programa de incentivo ao setor, aprovado no final do ano passado, seja implementado. Estabelecer um programa com prazo superior a 10 anos representa um grande avanço para a indústria e para o Brasil, pois dará previsibilidade ao planejamento e investimento das empresas.
Em 2018, o agronegócio puxou o crescimento das vendas de caminhões no Brasil, com destaque para o segmento de pesados. Que segmentos da economia acredita que puxarão a demanda de caminhões este ano?
Com o aquecimento da economia e o aumento das entregas de produtos nos grandes centros, os veículos urbanos de carga devem ganhar destaque. Para essa demanda, temos os veículos da Linha Daily, que proporcionam versatilidade na operação. Mas apostamos também que o segmento de pesados, que representa cerca de 40% do mercado total de caminhões no Brasil, se mantenha aquecido. O Hi-Way e o Hi-Road promovem flexibilidade nas aplicações com diversas opções de tração, com potência, conforto e baixo custo operacional. Se o novo governo seguir uma agenda reformista, pode garantir uma média de crescimento maior. A Iveco está trabalhando para acompanhar a retomada do mercado, seja com novidades no portfólio, seja no aperfeiçoamento da Rede de Concessionários, com novos parceiros e planos de revisão pensados para atender a todos os segmentos do transporte. O mercado de caminhões deve ser beneficiado, assim como outros setores da economia, com um cenário de estabilidade política e econômica neste ano. O país precisa de previsibilidade, para manter a tendência de crescimento da confiança dos investidores, e da retomada de programas de infraestrutura. Ainda há um grande número de veículos que precisam ser renovados. A expectativa é que 2019 seja um ano positivo para o setor e para o Brasil como um todo.
Como está a cobertura da rede Iveco no mercado brasileiro?
Atualmente, a Iveco tem 16 pontos de assistência e 57 concessionárias. Em 2019, a marca deve ultrapassar as 80 unidades, entre concessionárias e pontos de assistência. Estamos reforçando nossa presença no Nordeste e, em breve, teremos novidades em grandes cidades da região. O objetivo é fortalecer a presença nos principais mercados do país.
Quais são os destaques de vendas da linha Iveco?
Já temos 300 unidades vendidas do Hi-Road, apresentado no final do ano passado, com previsão de entrega no primeiro trimestre deste ano. Esse caminhão proporciona ao cliente baixo custo de operação, conforto para o motorista e a robustez que o segmento exige. O modelo foi projetado para entregar disponibilidade para o operador, o que traz eficiência para a operação da empresa. Mas nosso “carro-chefe” em vendas é a Daily, linha de vans, furgões e chassis-cabine que atua no transporte urbano de cargas. Nessa fatia de mercado, temos 25% de participação. A linha Daily começa com 3,5 toneladas, também com opções nas categorias de 4,5, 5,5 e 7 toneladas. O veículo funciona perfeitamente como VUC (Veículo Urbano de Carga) e é capaz de circular dentro de zonas de restrição nos grandes centros urbanos a qualquer hora do dia, o que facilita as operações dos clientes que trabalham no varejo e dependem de uma distribuição eficaz.
Há previsão de novos produtos para 2019?
Estamos trabalhando para apresentar ao mercado, ainda no primeiro semestre, novidades na linha de veículos médios. No segundo semestre, teremos novos produtos que serão apresentados durante a Fenatran, em outubro.