Irmão de Eduardo Campos diz ser ameaçado de morte e pede proteção a Sérgio Moro
Tio do deputado João Campos (PSB-PE), o presidente da Fundação Joaquim Nabuco, entidade ligada ao Ministério da Educação, Antônio Campos, alega ser alvo de ameaças de morte
- Data: 11/02/2020 14:02
- Alterado: 11/02/2020 14:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Irmão do ex-governador Eduardo Campos
Crédito:Reprodução
Por esse motivo, vai pedir proteção ao ministro da Justiça, Sérgio Moro. Ele não quis dizer quem é o autor das ameaças.
“Estarei protocolando, na data de hoje, requerimento perante o Ministro da Justiça comunicando os fatos de forma circunstanciada e pedindo as garantias de vida e as prerrogativas de testemunha juramentada não ser intimidada” disse, em nota.
Único irmão do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, Tonca como é conhecido, afirmou que as ameaças são antigas, mas que voltaram a ocorrer após conceder entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na qual trata dos desentendimentos com o sobrinho deputado – e após ser ouvido como testemunha em um investigação do Ministério Público Federal pernambucano. A apuração, segundo Tonca, está relacionada à gestão do PSB no Estado.
Antônio Campos esteve no centro de uma briga política fratricida em Pernambuco que envolve, além de sobrinho João Campos, a mãe, a ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) Ana Arraes.
Em audiência com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, em dezembro, João Campos disse que o tio, Antônio, era “sujeito pior” que o ministro. Ana Arraes criticou o neto pelo ataque e Tonca disparou críticas ao filho e à viúva de Eduardo, Renata Campos.
Antes mesmo de a mãe tomar partido no conflito, Antônio Campos havia soltado uma nota por meio da qual acusava o sobrinho de ter sido “nutrido na mamadeira da empresa Odebrecht”. Antônio disse, ainda, que Pernambuco precisava conhecer o “lado obscuro” do sobrinho e de Renata Campos. João é considerado um representante da “nova política”, ao lado dos deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES).
Ao Estado, Antônio admitiu que a confusão não é boa para a família, mas continuou com as críticas e provocou o sobrinho. “Ele quis se mostrar para a sua nova namorada, a deputada Tabata Amaral”, disse o tio. “Foi um ataque gratuito porque estava fora do contexto. Fui o homem que mais defendeu o pai dele, inclusive no complexo caso dos precatórios, em que Eduardo teve denúncia rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal. E, hoje, eu o vejo abraçado e defendendo vários que chamavam o pai dele de ladrão. Não consigo entender.”
O PSB de João Campos atua no espectro da esquerda. Antônio, por sua vez, é crítico dos petistas e de alianças com o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Disputa por Recife
A disputa pela prefeitura do Recife na eleição municipal deste ano também deve colocar em lados opostos os dois principais herdeiros políticos do ex-governador Miguel Arraes, que morreu em 2005, como mostrou reportagem do Estado publicada em dezembro.
O deputado federal João Campos (PSB), de 26 anos, foi escolhido pelo partido disputar a capital pernambucana. Sua principal adversária, no entanto, é a também deputada Marília Arraes (PT), 35 anos, que é neta de Arraes e prima de segundo grau de João. Essa disputa familiar só não deve ocorrer se o PT mantiver aliança com o próprio PSB no Estado e “rifar” a candidatura de Marília para apoiar João.