Toffoli ‘trava’ abertura de ação penal contra Arthur Lira (PP)
A maioria da 1ª Turma do STF votou para rejeitar um recurso apresentado pela defesa de Arthur Lira (PP) contra a decisão que, em 2019, o colocou no banco dos réus por corrupção passiva
- Data: 24/11/2020 17:11
- Alterado: 24/11/2020 17:11
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Maioria da 1a. turma do STF vota pela rejeição de recurso de Lira. Tofolli pede vista
Crédito:Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Candidato declarado à presidência da Câmara em 2021, Arthur Lira é aliado do presidente Jair Bolsonaro, uma das principais lideranças do Centrão e conta com o apoio velado do Palácio do Planalto para assumir o comando da Casa no ano que vem.
O julgamento do recurso do parlamentar, no entanto, foi interrompido hoje, 24, por um pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Dias Toffoli. Não há previsão de quando o caso vai ser retomado.
A Primeira Turma do STF é formada por cinco ministros. Na sessão desta terça-feira, o relator do inquérito, Marco Aurélio Mello, votou para negar o recurso de Arthur Lira, confirmando o entendimento do colegiado que decidiu, ano passado, receber a denúncia contra o parlamentar e abrir uma ação penal para aprofundar a investigação do caso.
Os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do STF, acompanharam o entendimento do colega, formando maioria para que o recurso seja negado.
De acordo com a denúncia apresentada em 2018 pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o assessor parlamentar Jaymerson José Gomes de Amorim, servidor público da Câmara dos Deputados, foi apreendido com R$ 106 mil em espécie quando tentava embarcar no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com destino a Brasília utilizando passagens custeadas pelo deputado federal.
Ao tentar passar pelo aparelho de raio x, o assessor foi abordado por agentes aeroportuários e detido pela Polícia Federal.
A PGR narra que os valores apreendidos deveriam ser entregues a Lira, em troca de apoio político para manter Francisco Colombo no cargo de presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Segundo a PGR, foi o deputado quem determinou que Jaymerson escondesse as notas de dinheiro na roupa (bolsas do paletó, cintura e dentro das meias).
Em outubro de 2019, a Primeira Turma do STF decidiu aceitar a denúncia contra Arthur Lira e abrir uma ação penal para aprofundar as investigações. Só agora, mais de um ano depois, o recurso da defesa de Arthur Lira contra aquela decisão começou a ser analisado pelos ministros.
‘Quadrilhão do PP’
Arthur Lira é réu em outro caso perante o STF, o do “quadrilhão do PP“, no qual é investigado pelo crime de organização criminosa. O parlamentar é acusado de participar de um esquema de “cometimento de uma miríade de delitos” e arrecadação de propina por meio da utilização de diversos órgãos da administração pública, como a Petrobrás, a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades