Araújo afirma ser difícil obter vacinas dos EUA e indica problemas com a Índia

Ernesto Araújo, afirmou, que considera "difícil" o Brasil obter dos EUA a liberação para compra de vacinas da AstraZeneca estocadas e ainda não aplicadas no país.

  • Data: 24/03/2021 16:03
  • Alterado: 24/03/2021 16:03
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Araújo afirma ser difícil obter vacinas dos EUA e indica problemas com a Índia

Ernesto Araújo diz que Brasil pode pode sofrer novos atrasos no fornecimento de doses do imunizante fabricado na India

Crédito:José Cruz/Agência Brasil

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Ao falar em audiência na Câmara dos Deputados, o ministro das Relações Exteriores, também indicou que o Ministério da Saúde pode sofrer novos atrasos no fornecimento de doses do imunizante que são fabricadas na Índia. Ele não citou a quantidade exata. Mas disse que dificuldades na produção podem impactar o fornecimento de milhares de unidades já contratadas pelo governo federal.

O chanceler disse que não poderia dar prazos para que o Brasil efetivamente receba uma parte das vacinas solicitadas ao governo norte-americano. Segundo Ernesto, apesar de apelos do Itamaraty e do Congresso ao governo Joe Biden, o excedente de vacinas “está se materializando devagar” nos EUA.

A Casa Branca anunciou ter 7 milhões de doses em estoque e já autorizou o envio de parte para o México (2,5 milhões) e o Canadá (1,5 milhões). Isso porque a vacina da AstraZeneca/Oxford ainda não obteve autorização de uso no país.

“O Brasil está negociando para procurar receber uma parte desse excedente, mas por enquanto esse excedente é algo extremamente limitado, porque está sujeito à regulação dos Estados Unidos”, disse o chanceler aos deputados.

Em paralelo, ele indicou que o governo tem “boa perspectiva” de conseguir “kits de intubação” e máquinas de produção de oxigênio nos EUA.

Índia

Em relação às doses da AstraZeneca que seriam enviadas de fábricas na Índia, de onde veio o primeiro lote comprado pelo governo federal, há dúvidas se o Brasil continuará a ser abastecido. Segundo ele, há um problema generalizado na cadeia de insumos para fabricação e os países enfrentam um “mar revolto”. O ministro diz que tenta conseguir as doses pendentes apesar da barreira dos insumos.

“Existe na Índia um problema interno para a continuação do fornecimento de mais alguns milhões de vacinas que já estão contratadas por escassez de insumos, que são importados de outros países”, explicou o ministro.

Segundo ele, o Brasil já recebeu 4 milhões de doses, mas a Índia enfrenta desafios grandes para suprir vacinas internamente e o país proíbe a exportação do insumo farmacêutico ativo (IFA). O chanceler disse que a China enfrenta dificuldades e depende de outros componentes das vacinas fornecidos por fábricas dos EUA.

“Estamos num mundo em que existem essas limitações para todos os países”, disse o ministro.

O chanceler afirmou que a China não proíbe, mas aplica controles sobre exportação de imunizantes e do insumo farmacêutico ativo, usado na produção das vacinas. Segundo o ministro, a demora é burocrática. “Nenhum problema com relação às exportações provenientes da China”, disse.

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