Ministério da Saúde omite que falha da diplomacia brasileira gerou atraso na vacinação
MS responsabiliza o Instituto Butantan, que já entregou 9 milhões e 800 mil vacinas para o Brasil
- Data: 19/02/2021 16:02
- Alterado: 19/02/2021 16:02
- Autor: Redação
- Fonte: Governo de São Paulo
Crédito:Governo do Estado de São Paulo
O Governador João Doria contestou veementemente o pronunciamento do Secretário-Executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, que responsabilizou o Instituto Butantan pelo atraso na entrega de doses da vacina. Doria destacou que o Instituto Butantan já entregou 9 milhões e 800 mil doses de vacinas para a imunização dos brasileiros e que 9 de cada 10 brasileiros estão recebendo a vacina do Butantan.
“É inacreditável que o Ministério da Saúde queira atribuir ao Butantan a responsabilidade pela sua incompetência, ineficiência e incapacidade, que está acarretando a falta de vacina nas cidades, nos estados e no país”, afirmou Doria.
Ao ignorar fatos a respeito do fornecimento das vacinas do Instituto Butantan, o Ministério da Saúde deixa de informar que, como é de conhecimento público, o desgaste diplomático causado pelo governo brasileiro em relação à China foi o que provocou atrasos no envio da matéria-prima necessária para a produção da vacina.
Além disso, não houve qualquer empenho da União na liberação dos insumos junto ao Governo Chinês. A autorização para envio da matéria-prima só ocorreu após intervenções feitas pelo Governo de São Paulo.
O Instituto Butantan ofereceu ao Ministério da Saúde 60 milhões de doses para serem entregues em 2020 em três ocasiões: 30 de julho, 18 de agosto e 7 de outubro. As três propostas enviadas no ano passado foram ignoradas pelo MS, que só assinou o primeiro contrato de fornecimento em janeiro de 2021.
“Espero que o Ministério da Saúde seja capaz de sustentar posições verdadeiras e autênticas, não aquelas que são do seu interesse”, enfatizou o Governador.
O Instituto Butantan já entregou o que corresponde a 90% de todas as vacinas usadas na rede pública do país. O primeiro contrato firmado em 7 de janeiro com a pasta federal previa a entrega de 8,7 milhões até 31 de janeiro, mas o Butantan antecipou o envio das doses, que foram disponibilizadas em 17 de janeiro (6 milhões), 22 de janeiro (900 mil) e 29 de janeiro (1,8 milhão). Em 5 de fevereiro um novo lote de 1,1 milhão de doses foi enviado ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Por meio de um grande esforço de produção será possível antecipar de setembro para agosto a entrega do total de 100 milhões de doses contratadas. A partir do próximo dia 23 de fevereiro está prevista a entrega de 3,4 milhões de doses, em oito entregas diárias de 426 mil.
“Estamos muito comprometidos com a entrega dessas vacinas, as únicas que estão sendo produzidas em território nacional”, ressaltou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.
O Butantan tem pressa em fornecer vacinas para a população brasileira. Tanto que criou uma força-tarefa para acelerar a entrega de doses para todo o país, com a duplicação do número de funcionários do setor de envase de 150 para 300 profissionais. Apesar da completa ausência de planejamento do governo federal em relação à vacinação no Brasil e da falta de empenho da diplomacia brasileira, que culminou com o atraso na liberação de insumos, o instituto trabalha diuturnamente para viabilizar novas entregas de doses ao PNI.