4 quadrinistas brasileiras que você precisa conhecer
Muito além das histórias de super-heróis, mulheres também aprofundam e expandem nona arte no Brasil
- Data: 06/10/2021 09:10
- Alterado: 06/10/2021 09:10
- Autor: Redação
- Fonte: ABCdoABC
Crédito:iStock
Como o Brasil é um país que reúne muitos talentos em diversas áreas, é de se esperar que no universo dos quadrinhos também existam profissionais incríveis e extremamente competentes. Sem dúvidas, muitos quadrinistas brasileiros fazem um trabalho de qualidade há décadas, que é largamente reconhecido mundo afora e devidamente premiado em inúmeras categorias, tanto em prêmios nacionais, quanto internacionais.
No entanto, quantos desses profissionais são mulheres? Em um nicho artístico majoritariamente masculino, em que quadrinhos são escritos por homens para homens, com histórias que são do agrado do público masculino e, infelizmente, com personagens femininas hipersexualizadas, o espaço delas fica comprometido. Mas isso vem mudando: graças ao esforço de muitas artistas, cada vez mais quadrinistas mulheres lançam histórias dos mais variados assuntos e formatos, conquistam estantes e chegam ao pódio em grandes premiações.
No caso específico do Brasil, a produção feminina é uma das que tem ocupado o espaço tão buscado ao longo dos anos em grandes premiações. Em 2019, por exemplo, dez categorias do Prêmio HQ Mix – o Oscar brasileiro dos quadrinhos – tiveram mulheres como suas ganhadoras. Neste ano, há um recorde de artistas indicadas.
E, como o sucesso delas é inestimável e o talento não é nada pequeno, o próximo lugar de ocupação é na sua prateleira. Separamos quatro quadrinistas mulheres e brasileiras para você conhecer e se encantar. Confira!
Laura Athayde (@ltdathayde)
Nascida em Manaus (AM), um dos principais trabalhos de Laura é a série de quadrinhos que culminou no projeto Aconteceu Comigo – Histórias Reais de Mulheres, na qual há uma adaptação de relatos reais de mulheres de todo o país para o formato de HQ. A temática das histórias vai desde racismo, machismo e transfobia até outros preconceitos enfrentados diariamente pelo gênero feminino. O projeto concorre ao 33º Prêmio HQ Mix, na categoria de Edição Especial Nacional.
Laura também foi vencedora do 31º Troféu HQ Mix, em 2018, na categoria “Melhor publicação independente de autor”, com a produção Histórias Tristes e Piadas Ruins.
Helô D’Angelo (@helodangeloarte)
O primeiro grande projeto em quadrinhos de Helô foi justamente seu projeto de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), uma grande reportagem sobre o aborto no Brasil, baseada em relatos reais, chamada Quatro Marias. De forma sensível, didática e informativa, o leitor conhece as histórias de quatro mulheres, todas chamadas Marias, que passaram pela experiência. Helô já foi indicada ao HQ Mix algumas vezes e é autora de outros dois quadrinhos: Dora e a Gata e, seu mais recente lançamento, Isolamento, que retratou a vida de seus vizinhos durante a pandemia.
Lila Cruz (@colorlilas)
Lila Cruz nasceu em Salvador (BA) e se formou em jornalismo. Editou, com mais cinco mulheres, a Revista Farpa, que recebeu cerca de 600 trabalhos, selecionou e publicou 99 artistas quadrinistas de todo o país. Fez seu primeiro zine (publicação curta para autopromoção) em 2013 e acabou montando sua própria editora, a Quadrada, que se tornou uma marca de produtos ilustrados.
Hoje, Lila tem boa parte de seu trabalho dedicada ao autocuidado e bem-estar. Seu mais recente lançamento, Como ser Adulta e outras (Im)possibilidades, está em pré-venda pela editora Gutenberg.
Nathália Santos (@sweetilustra)
Autora das tirinhas da Sweet Ilustra, que falam sobre a vida com o diabetes tipo 1 e a deficiência auditiva unilateral, Nathália Santos é uma das quadrinistas imperdíveis dos últimos anos. Inovadora no tema, suas ilustrações refletem o dia a dia com a doença e como isso não a impede de realizar seus sonhos e suas tarefas do cotidiano. A arte ajuda também a romper com os mitos que giram em torno dos portadores de diabetes.
Quadrinistas como as destacadas acima são apenas uma pequena parcela de um vasto mundo de quadrinhos pensado por outro gênero. A grande maioria das artistas vende as artes através da internet e envia através de transportadoras ou pelos Correios até a casa do leitor. Hoje, há uma série de sites que abordam a produção feminina e contam com mais informações sobre o tema, como é o caso das plataformas Garotas Geeks, Minas Nerds, Mina de HQ, Phantom Ladies e Delirium Nerd.