Verão chegando: atenção com a pele
O verão está chegando: 21 de dezembro. Uma das estações mais aguardadas do ano, mas também a que mais cuidados demanda de cada um. Isso por causa do câncer de pele
- Data: 15/12/2021 14:12
- Alterado: 15/12/2021 14:12
- Autor: Andréa Brock
- Fonte: ABCdoABC
Dra. Sheila Ferreira
Crédito:Reprodução
O Dezembro Laranja, alerta do Ministério da Saúde para a importância da prevenção do câncer de pele, serve para divulgar os sinais mais comuns do aparecimento dos diversos tipos de câncer de pele.
Mais afinal, o que é o câncer de pele? Trata-se de um tipo de tumor maligno que mais afeta a população de países de climas quentes. Por isso a importância do uso de protetores solares.
Além de causar o envelhecimento precoce, o contato direto com raios nocivos aumenta em até 10 vezes o risco de câncer de pele, o mais incidente entre os brasileiros, correspondendo a um total que ultrapassa a marca de 185 mil novos casos a cada ano – cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
“Os melanócitos e queratinócitos (células da pele) são os principais envolvidos no processo de foto proteção e quando expostos à radiação solar podem aumentar em número e tamanho. O câncer de pele ocorre quando há um crescimento anormal e excessivo dessas células que compõem a pele e pode ser de dois tipos: melanoma e não-melanoma, sendo o primeiro responsável por 95% dos tumores cutâneos identificados entre os brasileiros“, explica Sheila Ferreira, oncologista da Oncoclínicas São Paulo.
De acordo com a especialista, esse índice está diretamente relacionado à constante exposição à radiação ultravioleta (UV) sem uso de proteção adequada. Por isso, é preciso estar atento aos sinais de alerta.
“Os principais sinais e sintomas de câncer não-melanoma são a presença de lesões cutâneas com crescimento rápido, ulcerações que não cicatrizam e que podem estar associadas a sangramento, coceira e algumas vezes dor e geralmente surgem em áreas muito expostas ao sol como rosto, pescoço e braços“, diz a médica.
Prevenção
O uso de protetor solar ainda é a principal forma de prevenção do câncer de pele. Pessoas que ficam expostas ao sol diariamente devem tomar cuidado principalmente com o rosto.
“Pessoas de pele clara, cabelos claros ou ruivos, com sardas e olhos claros são mais propensas a desenvolver o câncer de pele. A idade é um fator que também deve ser considerado, pois quanto mais tempo de exposição da pele ao sol, mais envelhecida ela fica, aumentando também a possibilidade de surgimento do câncer não-melanoma“, destaca Sheila.
É importante a avaliação frequente de um especialista (dermatologistas) para acompanhamento das lesões cutâneas. A análise da mudança nas características destas lesões é de extrema importância para um diagnóstico precoce. O dermatologista tem o papel de orientar uma proteção adequada para descobrir os possíveis riscos que os raios solares de verão podem causar na pele.
Diferentes tipos de câncer
O câncer de pele não-melanoma pode ser classificado em: carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular. O primeiro é o tipo mais frequente, com crescimento normalmente mais lento. O diagnóstico se dá, usualmente, pelo aparecimento de uma lesão nodular rosa com aspecto peroláceo na pele exposta do rosto, pescoço e couro cabeludo. Já no carcinoma espinocelular, mais comuns em homens, ocorre a formação de um nódulo que cresce rapidamente, com ulceração (ferida) de difícil cicatrização.
“Tanto o carcinoma basocelular quanto o espinocelular estão relacionados à alta exposição dos raios solares. Eles devem ser prevenidos com protetor solar e consultas frequentes com o dermatologista, sendo fatores fundamentais para detecção do câncer na sua fase inicial“, aponta a oncologista.
Já o chamado câncer de pele do tipo melanoma, apesar de considerado como sendo de baixa incidência – ele é responsável por 8.450 novos diagnósticos por ano -, é o mais agressivo e requer atenção redobrada. São geralmente os casos que se iniciam com o aparecimento de pintas escuras na pele, que apresentam modificações ao longo do tempo. As alterações a serem avaliadas como suspeitas são o “ABCDE”- Assimetria, Bordas irregulares, Cor, Diâmetro, Evolução. “A doença é mais facilmente diagnosticada quando existe uma avaliação prévia das pintas“, finaliza Sheila Ferreira.
É recomendável a ressecção cirúrgica destas lesões por especialista habilitado para adequada abordagem das margens ao redor da mesma. Posteriormente, dependendo do estágio da doença, pode ser necessária a realização de tratamento complementar. Quando diagnosticada precocemente, quimioterapia ou radioterapia são raramente necessárias e a cirurgia é capaz de resolver a maioria dos casos.