Dinossauro de pescoço longo mais antigo do mundo é descoberto no RS
Da espécie dos saurópodes, foi batizado como 'Macrocollum itaquii'; rochas das quais a ossada foi extraída datam de 225 milhões de anos, ou seja, da Era Mesozoica
- Data: 22/11/2018 11:11
- Alterado: 22/11/2018 11:11
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
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Um grupo de paleontólogos brasileiros descobriu no interior do Rio Grande do Sul uma nova espécie de dinossauro, descrito por eles como o de pescoço longo mais antigo do mundo, a partir da análise de três esqueletos fossilizados completos.
A descrição da nova espécie de dinossauro, feita por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), foi publicada na última edição da revista científica “Biology Letters”.
O novo dinossauro, da espécie dos saurópodes e batizado como “Macrocollum itaquii”, foi descrito a partir dos três esqueletos completos fossilizados retirados em 2013 de rochas do triássico em Agudo, município no interior do Rio Grande do Sul.
“Além de estarem associados e muito bem preservados, os materiais representam o primeiro registro de esqueletos completos de dinossauros no Brasil”, disseram à Agência Efe representantes da UFSM.
A principal característica da nova espécie é seu longo pescoço, com cerca de 3,5 metros de extensão.
Essa característica inclui o “Macrocollum itaquii” entre os dinossauros saurópodes como o Braquiossauro e o Apatossauro.
Segundo os autores da descrição científica, a espécie é a mais antiga de pescoço longo da qual se tem registro no mundo, já que as rochas das quais foi extraída datam de 225 milhões de anos, ou seja, da Era Mesozoica.
Trata-se de um período do qual se tem pouco conhecimento sobre os dinossauros, já que há fósseis muito mais antigos e outros muito mais jovens, que antecede o período em que os dinossauros passaram a dominar todo o planeta.
Segundo os pesquisadores, a dentição indica que a nova espécie era herbívora e que seu longo pescoço lhe permitia acesso à vegetação mais alta, que não estava ao alcance de outros animais da mesma época.
Mediante uma análise comparativa da anatomia dos fósseis de outros dinossauros saurópodes descobertos também no RS, os especialistas concluíram que à medida que o grupo aperfeiçoou a dieta herbívora, seu pescoço foi crescendo, até praticamente dobrar de tamanho.
O nome da nova espécie é uma referência à sua principal caraterística, já que Marcocollum significa pescoço longo, e ao investigador José Jerundio Machado Itaqui, um dos criadores do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia, onde os fósseis estão guardados.