Estudo sobre chás é publicado no Journal of the Brazilian Chemical Society

O TCC do curso de Farmácia da ex-aluna do Centro Universitário Saúde ABC/FMABC, Rafaela de Lima Sacchi, acaba de ser publicado na edição comemorativa de 30 anos do periódico científico

  • Data: 05/09/2019 15:09
  • Alterado: 05/09/2019 15:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Fundação do ABC
Estudo sobre chás é publicado no Journal of the Brazilian Chemical Society

Crédito:divulgação/ Fundação do ABC

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Sob orientação do professor titular de Química Analítica, Dr. Horacio Dorigan Moya, a pesquisa avalia a capacidade antioxidante de bebidas derivadas de plantas – chás e extratos de ervas medicinais – por meio de método nunca utilizado para essa finalidade, com objetivo de quantificar o potencial benéfico desses compostos ao organismo.

Extratos vegetais são ricos em antioxidantes como ácidos fenólicos, flavonoides e carotenos. São compostos capazes de remover radicais livres do organismo, que em excesso podem atacar células normais e gerar danos em biomoléculas, como proteínas e DNA, que resultam em um grande número de enfermidades relacionadas ao envelhecimento, doenças cardiovasculares e até mesmo determinados tipos de cânceres.

“A recente preocupação com o estresse oxidativo das células humanas, que pode ocasionar sérios efeitos nocivos ao organismo, tem aumentado o interesse da comunidade científica em determinar a capacidade antioxidante total de alimentos e bebidas consumidas pela população. Acredita-se, como regra geral, que quanto maior a capacidade antioxidante do alimento, maior a possibilidade de suprimir o excesso de radicais livres, ou seja, a parcela que não é neutralizada espontaneamente pelo organismo e que pode levar a diversos tipos de doenças”, explica Dr. Horacio Dorigan Moya.

PIONEIRISMO

O procedimento desenvolvido na FMABC mostrou-se simples, eficaz e rápido. Baseia-se na reação Fe(III) com os antioxidantes presentes nas bebidas analisadas, na presença do composto 2,2’-bipiridila – um agente quelante específico para o ferro. Essa reação química resulta em uma solução vermelho-alaranjada, cuja intensidade de cor está relacionada à capacidade antioxidante total das amostras.

“O reagente 2,2’-bipiridila é muito utilizado para determinação do conteúdo total de ferro em vários tipos de amostras, como ligas metálicas e sais inorgânicos. Essa reação também já foi usada mundialmente para doseamento de antibióticos, anti-hipertensivos, anti-hipertensivos, aminoácidos, anti-inflamatórios, broncodilatadores e antipsicóticos. Todavia, é a primeira vez que é aplicada em um procedimento analítico para quantificação da capacidade antioxidante de extratos vegetais”, detalha o professor da FMABC.

A reação foi usada com resultados positivos em nove amostras de chás, cuja capacidade antioxidante segue em ordem decrescente: Chá Branco, Chá Preto, Mate, Boldo, Hortelã, Carqueja, Camomila, Erva Cidreira e Camomila. Graças à parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), do Governo Federal, foi possível receber e analisar 12 extratos vegetais de plantas medicinais, cujo potencial benéfico identificado também segue em ordem decrescente: Ingá Vermelha, Piranheira do Xingu, Andiroba, Escada de Jabuti, Acariquara, Tanchagem, Cumaru, Casca de Jatobá, Porangaba, Pau Pereira, Mamica de Cadela e Lacre. As espécies foram enviadas pela Dra. Cecilia Veronica Nunez, do Laboratório de Bioprospecção e Biotecnologia da Coordenação de Tecnologia e Inovação (COTI-INPA), que também participou do estudo.

Os resultados obtidos na FMABC mostraram boa concordância com dois outros procedimentos utilizados pela EMBRAPA, com a vantagem de não utilizar solventes orgânicos, como acetona e metanol, que precisam receber tratamento prévio – o que envolve custos – antes de serem descartados no meio ambiente.

O estudo intitulado “A Procedure for Assessment of the Reducing Capacity of Plants-Derived Beverages Based on the Formation of the Fe(II)/2,2’-Bipyridine Complex” contou com colaboração da aluna do Mestrado em Ciências da Saúde da FMABC, Waila Evelyn Lima Santana, e pode ser acessado gratuitamente no Journal of the Brazilian Chemical Society (Vol. 30, No. 6, 1293-1301, 2019) pelo endereço: http://jbcs.sbq.org.br/imageBank/PDF/2018-0453AR.pdf.

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  • Data: 05/09/2019 03:09
  • Alterado:05/09/2019 15:09
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