MA: delegado diz que secretário de Segurança ordenou escutas em desembargadores

Em "Carta ao Povo Maranhense", delegado licenciado da Polícia Civil acusa o secretário de Segurança Pública do Estado de ordenar escutas ilegais contra desembargadores e seus familiares

  • Data: 22/05/2019 14:05
  • Alterado: 22/05/2019 14:05
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
MA: delegado diz que secretário de Segurança ordenou escutas em desembargadores

Crédito:Reprodução/youtube

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O secretário, Jefferson Portela, rebate e diz que o delegado será responsabilizado criminalmente pelas declarações. As informações foram divulgadas pelo blog do jornalista Neto Ferreira e confirmadas pela reportagem.

Ney Anderson está atualmente licenciado da Polícia Civil do Maranhão. “Pedi afastamento por estar sofrendo perseguições”. Em sua carta, ele diz confirmar informações de depoimento do ex-delegado Tiago Bardal, que está preso preventivamente por suposto envolvimento com uma quadrilha de contrabandistas de armas, cigarros e bebidas alcoólicas. Bardal também já foi preso em uma investigação contra quadrilhas especializadas em assaltos a banco.

“O secretário de Segurança mandava constantemente que apurássemos algo ilícito de alguns desembargadores, pedia que iniciássemos as investigações pelos assessores, chegando a pedir que inseríssemos em interceptações de facções criminosas o número telefônico desses assessores, conhecida como ‘barriga de aluguel’, porém nunca compactuamos com esses pedidos, pois até então não tínhamos qualquer fato que ensejasse uma investigação preliminar”, diz, em carta.

Entre os desembargadores citados na carta estão Guerreiro Júnior Nelma Sarney, Tyrone Silva e Foz Sobrinho. Sobre a cunhada do ex-presidente da República, José Sarney (MDB), ele diz: “A desembargadora Nelma sempre foi alvo do Secretário de Segurança, chegando a falar em colocar escutas ambientais nos seus veículos e inserir também o número de assessores em operações de interceptação telefônica com outros objetivos, além de investigar seu irmão, chamado Telmo”.

A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão de manifestou por meio de nota: “considerando as versões criminosas apresentadas pelo preso Tiago Mattos Bardal e pelo Delegado licenciado Ney Anderson da Silva Gaspar, acusando o Sistema Estadual de Segurança Pública de investigar ilegalmente membros do Poder Judiciário do Estado do Maranhão, a Secretaria de Estado da Segurança Pública afirma que nenhuma das Autoridades referidas figurou no polo passivo de investigações criminais, portanto, não houve em momento algum a efetivação de interceptações de comunicações telefônicas, de informática ou telemáticas. Considerando que tais notícias ofendem a honra de Servidores Públicos Estaduais, os autores serão criminalmente responsabilizados”. Assina a nota o secretário Jefferson Portela.

A OAB no Maranhão também divulgou nota. “A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Maranhão (OAB/MA), tendo em vista acusações feitas pelo ex-delegado Thiago Bardal e pelo delegado Ney Anderson Gaspar contra o secretário de Estado da Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portela, de comandar suposta investigação contra magistrados maranhenses, e ao ser procurada repetidas vezes por veículos de comunicação maranhenses para tratar do tema, informa que seu posicionamento sempre será no sentido de que toda denúncia, seja ela contra quem for, deve ser apurada com rigor e responsabilidade.

Nota do Tribunal de Justiça do Maranhão diz que “tendo em vista matérias publicadas no Blog do Neto Ferreira em que o ex-delegado de Thiago Bardal e o delegado Ney Anderson Gaspar acusam, reiteradamente, o Secretário Estadual de Segurança Pública do Estado do Maranhão, Jefferson Portela, de ter determinado suposta espionagem ilegal contra desembargadores e juízes, o Tribunal de Justiça, no exercício de suas funções constitucionais, vem a público e perante as autoridades exigir uma rigorosa e imparcial investigação de tais denúncias”.

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  • Data: 22/05/2019 02:05
  • Alterado:22/05/2019 14:05
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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