Denúncias vinculam deputados de Guaidó à corrupção chavista
Denúncias de corrupção contra deputados aliados ao autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, provocaram uma crise que enfraqueceu a estratégia de derrubar Nicolás Maduro
- Data: 03/12/2019 11:12
- Alterado: 03/12/2019 11:12
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
O presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, após encontro com embaixadores de países da União Europeia, n sede da delegação da União Europeia no Brasil.
Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil
Uma investigação jornalística publicada pelo portal Armando.info menciona nove deputados da oposição envolvidos em manobras em favor do empresário colombiano Carlos Lizcano, vinculado a um programa de Maduro para distribuir alimentos subsidiados.
Lizcano é identificado pelo portal como “subalterno” de outros dois empresários colombianos, Alex Saab e seu sócio Álvaro Pulido, contra quem os EUA impuseram sanções em 25 de julho, após acusações de sobrepreços em suas importações de alimentos para os Comitês Locais de Abastecimento e Produção (Claps).
Guaidó anunciou a suspensão dos deputados opositores supostamente envolvidos no caso – mas não a retirada de seus mandatos. Em entrevista coletiva, o líder opositor disse que há uma exaustiva investigação com ONGs e a imprensa. Guaidó rejeitou os esforços que o grupo de deputados teria feito para beneficiar empresários ligados ao chavismo, apontados como corruptos. “O objetivo era que estas agências absolvessem ou deixassem de investigar empresários como Carlos Lizcano, um subordinado do já punido Alex Saab e Álvaro Pulido”, explicou Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela.
Saab e Pulido enfrentam acusações da Justiça americana por lavagem de dinheiro. Os legisladores, segundo a investigação, enviaram mensagens a autoridades colombianas e americanas para livrar Lizcano de responsabilidade nos crimes de Saab e Pulido.
A popularidade de Guaidó, que já chegou a estar em 63%, caiu para 42% em outubro. Se não conseguir lidar com as denúncias de corrupção, a imagem de Guaidó, cujo mandato na chefia do Parlamento termina no dia 5 de janeiro, poderá se desgastar ainda mais.