Varejo na região do ABCD retrai 3,8% em março
Marca registra segundo pior desempenho do Estado. De acordo com FecomercioSP, a queda no segmento de lojas de vestuário, tecidos e calçados foi determinante para o mau desempenho da região
- Data: 16/06/2016 14:06
- Alterado: 10/08/2023 13:08
- Autor: Redação
- Fonte: FecomercioSP
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Em março, o comércio varejista na região do ABCD atingiu faturamento real de R$ 2,6 bilhões, queda de 3,8% na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo pior desempenho do Estado de São Paulo. No acumulado do ano o recuo é similar, de 3,5%, e nos últimos doze meses a retração é de 7,6%.
Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).
Entre as nove atividades pesquisadas, sete apresentaram recuo nas vendas em relação a março de 2015. Os segmentos de lojas de vestuário, tecidos e calçados (-33,5%, com impacto de -3,3 pontos porcentuais), de farmácias e perfumarias (-20,1% e colaboração de -1,6 p.p.) e de materiais de construção (-6,4% e contribuição de -0,5 p.p.) registraram os piores desempenhos do varejo da região.
No sentido contrário, apenas os segmentos de supermercados (6,8% e contribuição de 2,3 p.p. no resultado geral) e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (0,1% e colaboração quase nula) cresceram e impediram um resultado geral pior do varejo em março.
DESEMPENHO ESTADUAL
Após o resultado positivo visto em fevereiro, o comércio varejista do Estado de São Paulo voltou a cair em março e atingiu o faturamento real de R$ 46,2 bilhões, queda de 2,6% em relação ao mesmo mês de 2015, quando faturou 47,4 bilhões. No acumulado de 12 meses, a retração foi ainda mais acentuada (6%).
Apesar da queda no faturamento do varejo estadual, apenas seis das 16 regiões analisadas pela Federação apresentaram retração em março, na comparação com o mesmo mês de 2015. Os dois piores desempenhos foram observados nas regiões de Osasco (-18,8%) e ABCD (-3,8%). Já as regiões do Litoral (7,8%) e Marília (6,7%) foram as melhores do Estado.
Das nove atividades pesquisadas, seis registraram queda nas vendas em março, com destaque para: lojas de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (-20,5%), materiais de construção (-15,0%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (-10,2%) e concessionárias de veículos (-7,5%), que juntas pressionaram negativamente o resultado geral com 4,6 pontos porcentuais (p.p.).
Entretanto, os setores de farmácias e perfumarias (9,5%), supermercados (6,7%) e lojas de autopeças e acessórios (1,0%) apresentaram crescimento no período e amenizaram a queda geral em 2,7 p.p.
Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, o desempenho varejista parece ter retomado seu ciclo recessivo dentro dos mesmos padrões que vem sendo notados desde 2014, com quedas agudas e sucessivas nos bens duráveis, pelo receio de comprometimento da renda já deteriorada dos consumidores. Os resultados positivos continuam sendo vistos apenas em segmentos de bens essenciais, não fortes o suficiente para evitar as quedas no conjunto geral do varejo paulista.
EXPECTATIVA
De acordo com a FecomercioSP, o conjunto de ajustes internos que estão sendo promovidos pela nova equipe econômica do governo Temer ainda necessita de um período longo para mostrar resultados positivos, embora se conte com a possibilidade de reversão mais rápida das expectativas, como já notada na melhoria das projeções coletadas pelo Banco Central no Boletim Focus.
Portanto, a melhoria de expectativas só deverá se reverter em resultados a partir do final deste ano, o que indica que o varejo mais uma vez tende a mostrar índices negativos em 2016. As projeções atuais da FecomercioSP, em seu modelo de estimativa, indicam um primeiro semestre com queda de 4% e um ano fechando com redução de 5% em seu faturamento real em comparação a 2015.
NOTA METODOLÓGICA
A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades).
Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.