Venda da Sabesp opõe Tarcísio a Haddad no segundo turno
No início do ano, Tarcísio chegou a afirmar que a venda renderia ao Estado de R$ 60 bilhões a R$ 80 bilhões
- Data: 21/10/2022 09:10
- Alterado: 21/10/2022 09:10
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
Debatida há anos em São Paulo, a eventual privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pelo próximo governador opõe nesta reta final de campanha os dois postulantes ao cargo. Apesar de não incluir a proposta em seu plano de governo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) já se comprometeu a vender o controle acionário da empresa. Já Fernando Haddad (PT) tem elevado o tom nos últimos dias ao dizer que esta seria “a pior coisa que poderia acontecer ao Estado”. O lucro da empresa foi de R$ 1,4 bilhão no primeiro semestre deste ano – em 2021, chegou a R$ 2,3 bilhões.
A estratégia petista é passar a ideia de que a medida poderia acarretar em alta na conta de água, com base na comparação entre São Paulo e Rio, onde a distribuição foi privatizada – a relação com o Estado natal de Tarcísio é proposital.
Já a postura do ex-ministro da Infraestrutura segue a lógica do mercado, otimista com o negócio desde que o candidato passou ao segundo turno na liderança. Desde então, os papéis da companhia subiram 17% e a perspectiva, caso a privatização ocorra, é de que a ação seja negociada a R$ 87 – hoje, ela vale R$ 56,40. No início do ano, o candidato chegou a afirmar que a venda renderia ao Estado de R$ 60 bilhões a R$ 80 bilhões. Segundo a Sabesp, no entanto, o valor de mercado é de cerca de R$ 31,26 bilhões.
Criada em 1973, a empresa é atualmente uma sociedade de economia mista que fornece água para 28,4 milhões de pessoas em 375 municípios paulistas. Para o período de 2022 a 2026, a empresa afirma que pretende investir R$ 23,8 bilhões em ações que ampliem a segurança hídrica no Estado e o alcance do saneamento básico ofertado à população, ainda distante da universalização – cerca de 30% dos paulistas não têm tratamento de esgoto e 10% nem sequer a coleta. No caso da água encanada, o acesso chega perto dos 97%.