Dilma concede entrevistas a jornais de seis países
No momento em que a crise política no Brasil repercute na imprensa internacional, a presidenta Dilma Rousseff concedeu hoje entrevista a correspondentes estrangeiros de seis países
- Data: 24/03/2016 16:03
- Alterado: 16/08/2023 21:08
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Por quase duas horas, Dilma falou sobre crise, impeachment e economia.
A presidenta conversou com jornalistas do The New York Times (Estados Unidos), El País (Espanha), The Gardian (Inglaterra), Pagina 12 (Argentina), Le Monde (França) e Die Zeit (Alemanha).
Em dezembro do ano passado, jornais de várias partes do mundo noticiaram a abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma na Câmara, entre eles o Wall Street Journal, dos Estados Unidos, a revista inglesa Time e o El País. As manifestações contra o governo Dilma ocorridas neste mês de março também foram noticiadas fora do país.
O site da revista britânica The Economist publicou um artigo, que também estará na edição impressa deste fim de semana, informando que a saída da presidenta Dilma Rousseff do poder daria ao Brasil a chance de um “novo começo”. A capa da edição para as Américas da revista britânica traz a foto de Dilma com o título “Hora de Partir” (“Time to Go”). Para a revista, “a maneira mais rápida e melhor para Dilma deixar o Planalto seria renunciar antes de ser derrubada”.
Segundo análise da consultoria britânica Oxford Economcis, uma eventual renúncia da presidente Dilma Rousseff ofereceria a melhor oportunidade para que o Brasil conseguisse aprovar reformas estruturais essenciais para recuperar a economia. “Esse seria o passo menos traumático para a economia brasileira”, diz relatório assinado pelo diretor de pesquisa para a América Latina, Marcos Casarin.
A presidente insistiu que não renunciará ao cargo e reafirmou que não há justificativa para o processo de impeachment. Em entrevista a jornalistas estrangeiros, a presidente disse ainda que retirá-la do cargo pode gerar “cicatrizes duradouras” para a democracia brasileira, segundo o jornal britânico “The Guardian”.
Dilma reafirmou que se “mantém firme” no cargo e que a paz reinará no Brasil durante a realização da Olimpíada no Rio. Na entrevista de 90 minutos a veículos de comunicação estrangeiros, a presidente disse que é uma mulher forte e não há motivos para sair do cargo. “Por que eles querem que eu renuncie? Porque eu sou uma mulher fraca? Eu não sou”, disse a presidente, segundo o jornal britânico.
A presidente acusou a oposição de não aceitar a derrota apertada nas eleições de 2014 e, desde então, trabalhar pelo “quanto pior melhor” com a sabotagem da agenda legislativa apresentada pelo Executivo, fato que tem “afundado o País”, cita a reportagem. Dilma criticou ainda “métodos fascistas” usados por alguns nomes da oposição.