SulAmérica patrocina musical “Ópera do Malandro” em São Paulo
Espetáculo escrito por Chico Buarque será apresentado no Theatro Net São Paulo de 12 de março a 13 de maio
- Data: 15/04/2015 16:04
- Alterado: 15/04/2015 16:04
- Autor: Redação
- Fonte: CDI
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Quase quatro décadas após a estreia original (1978), o malandro – como diz uma das célebres canções – “surgirá na praça outra vez”, agora sob a direção de João Falcão. A atual versão tem elenco basicamente masculino, com uma única atriz, Larissa Luz. O cantor Moyseis Marques fará Max Overseas e o grupo de atores que se formou em Gonzagão – A Lenda vai se reencontrar em cena para dar continuidade à pesquisa sobre musicais brasileiros e à parceria com João Falcão.
Inspirado em A Ópera do Mendigo (1728), de John Gay, e em A Ópera dos Três Vinténs (1928), de Bertolt Brecht e Kurt Weill, o musical conta a história do contrabandista Max, que casa em segredo com Teresinha, filha de Duran, poderoso dono de bordéis e cabarés da Lapa, no Rio de Janeiro, nos anos 1940.
“Chico foi a figura artística que mais me influenciou. A Ópera é um desafio para o diretor, ao lidar com canções emblemáticas da música popular brasileira e com um texto que marcou época’, conta João Falcão, que já assinou a dramaturgia – com Adriana Falcão – e a direção de ‘Cambaio’, cuja trilha foi especialmente composta por Chico e Edu Lobo em 2001.
Para esta montagem, João Falcão pinçou músicas do espetáculo original e também do álbum Malandro, de Chico, e do filme homônimo, dirigido por Ruy Guerra em 1985. No misturam a canções do compositor menos conhecidas, como Sentimental, Hino da Repressão e Uma Canção Desnaturada.
“É incrível perceber a qualidade da produção de um compositor para um mesmo projeto, é um momento consagrador para o Chico. As canções da Ópera ganharam fôlego fora do teatro, se tornaram tão conhecidas que muitos nem sabem que foram feitas para o palco”, afirma João Falcão.
DE LUIZ GONZAGA A CHICO BUARQUE
Ainda que bastante fiel ao texto, a concepção de João Falcão para o musical é original, ao convocar homens para todas as personagens femininas da peça. Já Larissa Luz, única mulher do elenco, viverá João Alegre, uma espécie de narrador e comentarista da trama. “Colocar atores para interpretar mulheres vem ao encontro de uma tradição teatral secular e também a uma antiga pesquisa minha”, explica o diretor – responsável pela inversão de gêneros em outros trabalhos, como a série Sexo Frágil (TV Globo) e peças como Mamãe Não Pode Saber e Gonzagão – A Lenda. Foi o elenco do musical inspirado na trajetória de Luiz Gonzaga que motivou Falcão a trabalhar com a Ópera do Malandro. Depois de turnê nacional, com mais de 100 mil espectadores, o grupo que se formou – elenco, produção e direção – quis dar continuidade à parceria com este trabalho.
SOBRE O ESPETÁCULO
A temporada no Net Rio e agora a estreia no Theatro Net São Paulo formam mais um capítulo da obra que estreou em junho de 1978 no Teatro Ginástico, no Rio de Janeiro, e seguiu com sessões lotadas por mais de um ano, de terça a domingo. Baseado em “A Ópera do Mendigo” (1728), de John Gay, e em “A Ópera dos Três Vinténs” (1928), de Bertolt Brecht e Kurt Weill, o texto da “Ópera do Malandro” teve direção original de Luís Antonio Martinez Correa.
No elenco original, Ary Fontoura (Duran), Claudia Jimenez (Mimi Bibelô), Elba Ramalho (Lúcia), Emiliano Queiroz (Geni), Maria Alice Vergueiro (Vitória) e Marieta Severo (Teresinha). A direção musical ficou a cargo do maestro John Neshling, que também assinou os arranjos. Nos últimos 15 anos, o musical ganhou montagens de Gabriel Villela (em 2000) e da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho (2003).
FICHA TÉCNICA
Adaptação e direção: João Falcão
Direção musical: Beto Lemos
Direção de produção e idealização: Andréa Alves
Elenco: Adrén Alves, Alfredo Del Penho, Bruce de Araújo, Davi Guilhermme, Eduardo Landim, Eduardo Rios, Fábio Enriquez, Guilherme Borges, Larissa Luz,Rafael Cavalcanti, Renato Luciano, Ricca Barros e Thomás Aquino.
Apresentando: Moyses Marques
Cenografia: Aurora dos Campos
Figurinos: Kika Lopes
Iluminação: Cesar de Ramires
Coreografia: Rodrigo Marques
Projeto de som: Fernando Fortes
Visagismo: Uirandê de Holanda
Assistente de direção: Clayton Marques
Preparação vocal: Maria Teresa Madeira
Programação visual: Gabriela Rocha
Músicos: Beto Lemos (violão, rabeca, bandolim, viola e guitarra); Daniel Silva (violoncelo e baixo elétrico); Rick de La Torre (bateria e percussão); Roberto Kauffmann (teclado e acordeon); Frederico Cavaliere (clarineta); e Dudu Oliveira (flauta, sax e bandolim).
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