Conselho Curumim é exemplo de participação ativa de estudantes

Os 14 representantes do conselho estudantil da Emeb Paulo Freire, no Centro de Diadema, se reuniram na última terça-feira (13) para mais uma reunião do colegiado. Votaram, por unanimidade, pela participação de todos os estudantes da escola em um passeio ao borboletário da cidade, em data que ainda será definida. Também ouviram a direção falar sobre o novo ateliê que será inaugurado em breve, após uma pequena reforma de adaptação do espaço. Um dia normal na vida escolar de um ambiente democrático, não fosse por um detalhe: os estudantes têm entre 4 e 5 anos e fazem parte do Conselho Curumim, que em todas as escolas da rede municipal, contam com representantes a partir dos 3 anos de idade.

A formação dos Conselhos Curumins foi definida em lei municipal, sancionada em julho pelo prefeito José de Filippi Júnior, e atendem às determinações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que prevê que os sistemas de ensino devem definir as normas de gestão democrática do ensino público nas redes de educação básica. Na Emeb Paulo Freire, o colegiado é formado por 28 estudantes, 14 do período da manhã e 14 do período da tarde. As crianças elencaram, com seus professores, as coisas que eles mais gostam na escola e o que elas querem. São essas listas que têm ajudado a nortear as discussões.

Na reunião da última terça-feira, foi apresentado para votação o passeio para o borboletário. “Recebemos na escola uma ação de educação ambiental do equipamento, eles trouxeram alguns animais como coelhos, bichos-pau, e as crianças ficaram encantadas e querendo mais. Por isso, como eles também reivindicaram um passeio, vamos levá-lo ao borboletário”, explicou a vice-diretora da unidade escolar, Daniela de Fátima Barbosa. A direção também informou aos estudantes que em breve será inaugurado um ateliê para aulas de arte, após reforma em duas salas, com recursos do programa Escola Bem Cuidada.

“É muito legal fazer parte do conselho. Quando chego na sala, conto para os meus amigos tudo que a gente falou”, explicou o estudante Daniel Alves de Lima, 5 anos, um dos mais falantes do grupo. “É um exercício de identificar as lideranças estudantis, convidá-los a participar das decisões e para que depois eles sejam os multiplicadores entre os colegas do que está sendo debatido”, relatou a coordenadora do núcleo da Gestão de Conselhos da Secretaria de Educação, Elisabete Marques Pereira de Oliveira. “Desta forma, os estudantes podem discutir, apresentar propostas e acompanhar a execução do Projeto Político Pedagógico Participativo da escola“, completou.

Segundo a diretora da escola, Conceição Passos, a experiência tem sido aprovada pelos estudantes. “Estão todos muito empolgados e envolvidos com as discussões, as decisões”, pontuou. A coordenadora pedagógica da Emeb, Valéria Maria Appugliese Girotto, relatou que ouviu de uma estudante que “os professores se interessam pelo que ela pensa.” “É muito gratificante ver que eles têm essa percepção sobre o que estamos realizando”, concluiu.