Estado de São Paulo vai abrigar unidade autônoma do Instituto Pasteur
Declaração de intenções foi firmada entre o Governo do Estado, a USP e a instituição francesa
- Data: 05/07/2022 15:07
- Alterado: 17/08/2023 01:08
- Autor: Redação
- Fonte: Secretaria de Relações Internacionais
Instituto Pasteur
Crédito:Governo do Estado de SP
O estado de São Paulo terá uma unidade autônoma do Instituto Pasteur em toda a sua gama de atividade de pesquisa, ensino e inovação. A declaração de intenções tripartite sobre a criação do “Instituto Pasteur de São Paulo” foi assinada entre o Governo do Estado, o Institut Pasteur e a USP, nesta segunda-feira (4), durante a abertura do evento em comemoração aos 60 anos da Fapesp e aos 200 anos de nascimento do cientista Louis Pasteur.
O documento sela a colaboração entre as partes para a criação de uma unidade com a totalidade de serviços da instituição francesa, reconhecida mundialmente no cenário científico de saúde pública. A meta é que em um ano, a contar da assinatura da declaração de intenções, o Instituto Pasteur de São Paulo esteja formatado com todas as decisões tomadas igualmente entre as três entidades.
O embaixador Affonso Massot, Secretário Executivo de Relações Internacionais, representou o Governo do Estado de São Paulo no evento de assinatura. “A Declaração de Intenções que assinamos hoje é uma iniciativa que formaliza o relacionamento entre o Estado, a USP e o Instituto Pasteur de Paris”, explica o embaixador. Nas suas palavras, o acordo amplia “um legado cada vez maior na pesquisa e na ciência para nossos alunos, pesquisadores, professores e para toda a comunidade acadêmica, cuja maior beneficiária será a população de São Paulo.”
Assinam ainda a declaração, o reitor da USP Carlos Gilberto Carlotti Junior e o presidente do Instituto Pasteur, Stewart Cole. Como testemunhas, assinam Brigitte Collet, embaixadora da França no Brasil, além de Paola Minoprio e Luís Carlos Souza Ferreira, pesquisadores da USP.
Desde 2017, o Instituto Pasteur vem estreitando o relacionamento em pesquisa e ciência com o Estado de São Paulo. Em parceria com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e a USP – Universidade de São Paulo nasceu em 2019 a Plataforma Científica Pasteur-USP (SPPU, na sigla em inglês) que, desde 2020, desenvolve pesquisas especialmente focadas em doenças infecciosas emergentes e negligenciadas, transmitidas por patógenos que causam respostas imunes complexas e que produzem distúrbios no sistema nervoso, com impactos na saúde pública humana e animal.
Atualmente, a SPPU integra a Rede Pasteur, composta por 33 institutos em 25 países, e funciona como uma célula de emergência, cujo principal objetivo é conter epidemias dessas doenças, com o desenvolvimento de métodos preventivos, de diagnóstico/prognóstico e terapêuticos. Na América Latina, além do Brasil, o Instituto está presente no Uruguai e na Guiana Francesa.
Localizada em uma área de 1.700 m² no Centro de Pesquisa e Inovação Inova USP, na Cidade Universitária, a Plataforma é composta por 17 laboratórios, sendo quatro de nível 3 de biossegurança (NB3), que se equiparam ao padrão europeu.
São cinco anos de intenso investimento público e sem fins lucrativos, que resultaram num dos lugares de maior referência em pesquisa do Brasil, que muito colaborou no combate à pandemia da Covid-19 e despertou na rede francesa o interesse na criação de um instituto no país.
120 anos de história e ciência
Referência no estudo da raiva, o Instituto Pasteur foi criado na capital paulista, em 1903, como instituição privada, por um grupo de beneméritos, que seguiam os ideais do cientista francês, criador da primeira vacina antirrábica e que buscava na ciência soluções para questões práticas.
Desde o início, a missão do IP é contribuir com a vigilância epidemiológica, controle de risco e programas de capacitação relativos à raiva e outras encefalites virais, seja em pesquisa e inovação, seja em atividades laboratoriais de prestação de serviços à população.
Em 1916, foi doado ao Governo Estadual, que inseriu o equipamento no cenário científico paulista. Cabe também ao Instituto, desde 1996, a coordenação do Programa Estadual de Controle da Raiva, a profilaxia da raiva humana, e o suporte aos municípios.