Após ocupar a fachada do Sesc São Caetano, Exposição “ORÍ” encerra no fim de maio
Projeto convida o público a se aproximar de artistas emergentes na arte contemporânea. A mostra conta com obras em diversas técnicas e suportes entre pinturas, esculturas e instalações.
- Data: 04/05/2022 13:05
- Alterado: 04/05/2022 13:05
- Autor: Redação
- Fonte: Sesc São Caetano
Crédito:Sesc São Caetano
Desde a retomada presencial o Sesc São Caetano deu lugar de destaque às Artes Visuais com o projeto “Pelas Beiradas”, e a exposição inaugural “ORÍ”, que se encerra no dia 31 de maio, e ainda trará ações educativas presenciais e virtuais que dialogam com a pluralidade de questões do nosso tempo.
“Pelas Beiradas” propõe caminhar pelas beiradas do grande circuito de artes visuais do Estado de São Paulo e abrir espaço para as redes de artistas emergentes com projetos artísticos que dialoguem com o contexto programático do Sesc São Caetano. O projeto pretende atuar pelas fissuras das relações concretas que envolvem esse universo e borrar as fronteiras do imaginário que sacraliza a relação artista-obra e artista-público e, assim, aproximar profissionais da curadoria, expografia, artistas e público por meio de ações e processos de mediação desdobrados da exposição.
“Orí” inaugurou este projeto por meio do trabalho de Ramo Negro, artista da cidade de Mauá, com obras de seu acervo e também produzidas em proposta site specific, tendo a unidade do Sesc São Caetano como território de experimentação.
“Orí é um exercício de solitude em meio à distopia. Um vislumbre da cabeça que cria, tecendo redes de afeto, neurais, cognitivas e narrativas. Redes que gingam com elegância por territórios urbanos e rurais. Orí é um horizonte que reside na margem, propondo novos centros, discutindo a urbe na fresta do censo e dissenso”.
É assim que o artista definiu sua inspiração para essa exposição que reúne obras em diversas técnicas e suportes como pinturas, esculturas e instalações.
Com permanência até final de maio de 2022, serão realizadas ações educativas de 12 a 26, quintas, das 18h às 20h, com temas como antirracismo, decolonialidade, inclusão X exclusão e outros possíveis diálogos que se tornaram recorrentes no cotidiano, trazendo questões e debates da contemporaneidade e a construção de imagens estéticas do nosso tempo. As Vagas são limitadas e podem ser acessadas através do portal.
“Meu trabalho lida com técnicas e materiais comuns à construção civil. Ao longo da pandemia incorporei a cerâmica e o entalhe em madeira como novas possibilidades, buscando ao mesmo tempo uma conexão mais profunda com o legado dos meus mais velhos, especialistas no ato de criar, gestar o que chamamos de “LAR” e a própria terra. Nesta exposição, especificamente pensada para o Sesc São Caetano, meu desafio foi entender como esse trabalho poderia entrar no meio digital e criar relações de afeto e empatia com o público da unidade. A Covid-19 nos apresentou esse impasse e cada um, dentro do seu tempo, recursos e dinâmica, desenvolveu maneiras de se relacionar. Isso me interessa muito, essa identidade virtual dentro do meu processo investigativo. E se durante a pandemia interagimos com essas caixas tecnológicas chamadas de celular e computador, eu apresento essa exposição dentro de uma caixa de madeira, na qual cada visitante terá acesso individual às obras”, afirma Ramo, que complementa: “Mestre Gildásio sempre me disse: na capoeira, um passo para trás também é golpe. Uso esse provérbio como mantra para lidar com as decorrências causadas pela Covid-19 e todo o contexto político e social que enfrentamos no país”.
O trabalho foi desenvolvido em caráter de Site Specific – obra desenvolvida especialmente para as necessidades, potenciais e vulnerabilidades do espaço anfitrião – construindo, assim, um diálogo temporário com o espaço do Sesc São Caetano, seu território e seu público, e propondo uma nova forma de deslocamento e um novo trânsito no espaço com múltiplas camadas simbólicas e interação.
Lorraine Mendes, a curadora da mostra, afirma que os significados de Orí atravessaram o tempo e os cruzamentos culturais que marcam o nosso chão. Para ela, a exposição guarda o lugar do sentido e da busca de Ramo a partir de sua consciência de ser, também, herdeiro e parte de um longo caminho que, nesse sentido, é construir e constituir o indivíduo sem o desassociar das relações com o que o cerca: perceber e ser fiel a si, entendendo-se como parte do todo. As obras apresentadas são resultado – em visualidade, corpo e matéria – da cabeça direcionada a uma herança-presente que orienta desejos, visões e futuros.
SERVIÇO:
Sesc São Caetano
Rua Piauí -554 Santa Paula – São Caetano do Sul
Exposição ORÍ
Período: até 31 de maio 2022
Horário para visitação: Segunda a Sexta, das 9h às 20h.
Telefone para informações: (11) 4223-8800