Jiboia é resgatada por vigilantes do Parque Estadual Intervales

Na quinta-feira passada (17), a equipe de vigilantes do Parque Estadual Intervales observou um movimento suspeito de um morador do entorno saindo da mata, na APA da Serra do Mar, Zona de Amortecimento do Parque Estadual. Após investigação local, a equipe de fiscalização da Fundação Florestal encontrou um indivíduo vivo de Corallus cropanii, a jiboia do Ribeira, em uma caixa na residência do suspeito. O animal foi resgatado pela equipe de fiscalização da Fundação Florestal e a Polícia Militar Ambiental foi acionada.

O Auto de Constatação de Infração Ambiental – ACIA lavrado foi encaminhado aos cuidados do Batalhão da Polícia Militar Ambiental responsável, para lavratura de Boletim de Ocorrência, e os demais encaminhamentos policiais O animal deve retornar a natureza, enquanto o suspeito será investigado pela ocorrência registrada pela Fundação Florestal – podendo responder por crime ambiental de tráfico de animais.

Ameaçada de extinção, esta espécie de cobra é endêmica do Vale do Ribeira, sendo encontrada somente na região da Mata Atlântica. Retirá-la do seu habitat natural é contribuir com a extinção da espécie, pela redução da população abaixo do mínimo viável para sua reprodução natural. “A jiboia do Ribeira depende do Vale do Ribeira, assim como o Vale depende dela. Onde ela está presente, sabemos que temos um meio ambiente preservado, que mantém a biodiversidade em seu espaço. Esse trabalho de resgate feito pela equipe fiscalização do Parque desmantelou um possível elo na cadeia do tráfico de animais silvestres da região, e reforça o importante papel que a Fundação Florestal tem na conservação ambiental”, explica Thiago Conforti, gestor do PEI.

Caso alguém saiba de animais silvestres mantidos em cativeiro ou encontrado fora de seu habitat natural, a primeira recomendação é ligar para o Corpo de Bombeiros ou acionar a Polícia Militar Ambiental, pelo 190 ou pelo aplicativo Denúncia Ambiente, da PRODESP, disponível para IOS e Android. As duas entidades possuem agentes preparados para lidar com a situação. As equipes de Fiscalização das Unidades de Conservação e Áreas Protegidas da Fundação Florestal também estão à disposição para auxiliar, podendo ser contatadas pelos telefones disponíveis no Guia de Áreas Protegidas (https://guiadeareasprotegidas.sp.gov.br/) ou diretamente em cada Área Protegida.

Recomenda-se não tentar a captura de um animal silvestre sem treinamento, para evitar acidentes caso ele se sinta ameaçado. Também indica-se evitar fornecer alimentos ou água a animais silvestres, o que contribui para descaracterizar a percepção do animal em evitar a proximidade dos seres humanos, tornando-o alvo fácil ao tráfico de animais.