CS da ONU condena ação da Rússia; Brasil pede saída das tropas russas da Ucrânia

Encontro foi tratado como mais uma repreensão diplomática às ações da Rússia, que foram condenadas como uma violação da Carta das Nações Unidas

  • Data: 22/02/2022 09:02
  • Alterado: 22/02/2022 09:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
CS da ONU condena ação da Rússia; Brasil pede saída das tropas russas da Ucrânia

Crédito:Seth Wenig / AP

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O Conselho de Segurança (CS) da ONU condenou a decisão da Rússia de reconhecer a independência das repúblicas separatistas de Donetsk e Luhansk e enviar tropas para essas áreas. Em uma reunião convocada às pressas na noite desta segunda-feira, 21, a maioria dos países-membros do conselho, inclusive o Brasil, pediu um recuo russo na decisão de enviar tropas para o leste da Ucrânia, apesar de nenhuma providência prática ter sido adotada.

O embaixador brasileiro Ronaldo Costa Filho pediu por um “cessar-fogo imediato” no leste da Ucrânia, apelando para que os russos desmobilizassem tropas e voltassem a discutir uma solução pela via diplomática. Apesar de pedir respeito pela integridade territorial da Ucrânia, Costa Filho não mencionou o presidente russo, Vladimir Putin, em seu discurso.

O encontro durou 90 minutos e não resultou em nenhuma providência prática. No entanto, é mais uma repreensão diplomática às ações da Rússia, que foram condenadas como uma violação da Carta das Nações Unidas.

A decisão russa de enviar “tropas de paz” ao leste da Ucrânia foi considerada um “absurdo” pela embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, que chamou a tentativa de recriar o império russo de um retrocesso antiquado: “Putin quer que o mundo volte no tempo. Para um tempo antes das Nações Unidas. Para uma época em que impérios governavam o mundo”.

“Quem será o próximo” a ser invadido?, perguntou o embaixador albanês, Ferit Hoxha, mais diretamente, condenando uma “ruptura do direito internacional”.

Críticas à decisão russa também partiram de representantes de países convidados e com cadeiras permanentes no conselho, como Reino Unido, França, Índia, Quênia, Gana, Emirados Árabes e Irlanda.

A China, por outro lado, absteve-se de condenar explicitamente a Rússia. “Acreditamos que todos os países devem resolver suas diferenças internacionais por meios pacíficos, de acordo com os objetivos e princípios da Carta das Nações Unidas”, limitou-se a dizer o embaixador Zhang Ju.

Convidado a falar na reunião, embora seu país não tenha uma cadeira no Conselho, o embaixador da Ucrânia, Sergiy Kyslytsya, afirmou que “as fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia permanecerão inalteradas, independentemente das declarações e atos da Rússia”. O embaixador ainda pediu à Rússia que anule a decisão de reconhecer os territórios ucranianos separatistas, retorne à mesa de negociações e realize a retirada imediata e verificável de suas tropas de ocupação.

A Secretária Geral Adjunta da ONU para Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo, lamentou as decisões e ações russas. “As próximas horas e dias serão críticos. O risco de novos conflitos é real e deve ser evitado a todo custo”, disse DiCarlo na reunião.

Apesar das condenações, Moscou se disse aberta à diplomacia para resolver a crise na Ucrânia. O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenziamas, assegurou que não está sendo preparado um “banho de sangue” nos territórios separatistas do leste do país.

Contexto

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou na segunda-feira dois decretos que autorizam o envio de tropas para duas regiões separatistas no leste da Ucrânia, depois de reconhecer Donetsk e Luhansk como repúblicas independentes. A medida, que ecoa os movimentos de Putin na Guerra da Geórgia em 2008, foi anunciada um dia depois dos esforços do presidente francês, Emmanuel Macron, de negociar uma saída diplomática para a crise.

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  • Data: 22/02/2022 09:02
  • Alterado:22/02/2022 09:02
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  • Fonte: Estadão Conteúdo









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