98 agricultores de comunidades tradicionais e quilombolas serão remunerados
No programa, cada produtor participante receberá entre R$ 24.200 e R$ 36.300 ao longo de todo o processo, de acordo com a área a ser implantada, que varia entre dois a três hectares
- Data: 06/07/2022 12:07
- Alterado: 17/08/2023 01:08
- Autor: Redação
- Fonte: Fundação Florestal
98 agricultores de comunidades tradicionais e quilombolas serão remunerados
Crédito:Divulgação
A Fundação Florestal, vinculada à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, anuncia o credenciamento de 98 agricultores no Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) da Palmeira-Juçara. Os participantes são provenientes de comunidades tradicionais e quilombolas de cinco diferentes Unidades de Conservação: APA Quilombos do Médio Ribeira, RDS Lavras, RDS Barreiro-Anhemas, RDS Barreiro-Anhemas, RDS Pinheirinhos e RDS Quilombos de Barra do Turvo.
No programa, cada produtor participante receberá entre R$ 24.200 e R$ 36.300 ao longo de todo o processo, de acordo com a área a ser implantada, que varia entre dois a três hectares. As verificações periódicas e o pagamento ficarão a cargo da própria Fundação Florestal.
Para participar, além de ter propriedades nas áreas estabelecidas, os interessados fizeram o compromisso de não cortar nenhuma palmeira para obtenção do palmito por aproximadamente sete anos. Durante o projeto, eles podem realizar a colheita e a comercialização do fruto, na forma de produtos como polpa e sorvete. O produtor também deverá entregar algumas contrapartidas de baixo custo e de alto impacto ambiental, como ter caixas de abelhas nativas espalhadas pela propriedade, que além de possibilitar a polinização da juçara, ajuda na conservação da espécie, e organizar visitas escolares à propriedade.
Para os próximos anos, a FF espera que cerca de 100 novos beneficiários integrem a iniciativa anualmente, somando 800 produtores ao longo dos dez anos de projeto e mais de 1.500 hectares de palmeira-juçara plantados. O projeto foi elaborado em parceria com as comunidades tradicionais, Fundação Instituto de Terras (Itesp), vinculada à Secretaria da Justiça e Cidadania, e Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE).
O Programa Juçara
O programa é mais uma iniciativa do Programa Vale do Futuro e do Programa Refloresta SP, que conta com a participação da Fundação Florestal, Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, Secretaria de Desenvolvimento Regional, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Instituto de Pesquisas Ambientais, Instituto Botânico, universidades, prefeituras, entidades da sociedade civil, pequenos agricultores e comunidades tradicionais.
O programa visa aumentar a população de Palmeira Juçara dentro de Unidades de Conservação de proteção integral e em imóveis, nas Unidades de Conservação de uso sustentável, fomentando sua conservação e consumo sustentável.
Em 2021, dez Unidades de Conservação receberam lançamento aéreo de sementes de palmeira-juçara, totalizando 360 hectares de áreas repovoadas na Mata Atlântica. Parte das áreas foram semeadas por drones e outra por helicóptero.
O monitoramento do processo de germinação e crescimento da palmeira está sendo realizado por meio do protocolo de monitoramento de projetos de restauração ecológica da Portaria CBRN 01/2015. Parcelas de 100 m² são distribuídas nas áreas semeadas e dentro delas são contabilizados os novos indivíduos de juçara – sementes e plântulas.
Além de monitorar os primeiros estágios de vida das sementes lançadas, outras duas UCs realizaram diagnóstico demográfico das populações de juçara. A demografia, além de coletar dados e analisar a população de juçara já existente na área de lanço, ela monitora o desenvolvimento de todos os estágios de vida da população da palmeira. É como um registro fotográfico da população nesse momento atual.
Para saber mais, visite a página do Programa Juçara no site da Fundação Florestal: https://www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/fundacaoflorestal/programas-e-campanhas/programa-jucara/.
Vale do Futuro
Para transformar uma das regiões mais ricas em biodiversidade do Estado em modelo de desenvolvimento regional baseado na exploração sustentável da riqueza socioambiental da Mata Atlântica, o Governo de São Paulo propõe parcerias com prefeituras, comunidades quilombolas locais e organizações da sociedade civil, para implementar projetos de desenvolvimento sustentável, geração de renda, conservação e melhoria da qualidade de vida da população do Ribeira.
Os 22 municípios da região mais vulnerável do Estado vão se tornar um novo polo de desenvolvimento econômico e social. Um programa completo e de governança integrada. Acesse o site oficial do programa: https://www.valedofuturo.sp.gov.br/
A Palmeira Juçara
A Palmeira Juçara é uma planta nativa da Mata Atlântica brasileira. Seu fruto tem alto valor nutricional e faz parte da cadeia alimentar para mais de 68 espécies da fauna silvestre.
Aves como tucanos, jacutingas, jacus, sabiás e arapongas são os principais responsáveis pela dispersão das sementes, e mamíferos como cotias, antas, catetos e esquilos se beneficiam das suas sementes e frutos.
Em decorrência da exploração descontrolada para a retirada do palmito, a palmeira tornou-se restrita a poucos: Unidades de Conservação e áreas protegidas particulares e de comunidades quilombolas. Atualmente corre sério perigo de extinção.