8 de março: SP tem programação especial para celebrar as lutas femininas
A população das zonas leste, oeste, norte e sul de São Paulo, além de Diadema, encontram vasta programação para o Dia Internacional da Mulher
- Data: 03/03/2020 13:03
- Alterado: 03/03/2020 13:03
- Autor: Redação
- Fonte: Fábrica de Cultura
Além de pocket-show
Crédito:José de Holanda
Quem passar pela Oficina Cultural Alfredo Volpi, pelo museu Casa das Rosas e Fábricas de Cultura, equipamentos gerenciados pela Poiesis e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, encontrará apresentações musicais, rodas de conversa sobre legislação e saúde da mulher, slam, artes visuais e muito mais.
Em Itaquera, a Oficina Cultural Alfredo Volpi recebe o Bloco Desculpa qualquer coisa e o Samba das Pretas no dia 7 de março, a partir das 15h e 16h, respectivamente. O Bloco em questão promove espaço para as mulheres LBT (lésbicas, bissexuais e transexuais) a fim de colaborar no protagonismo delas por meio da arte em ambiente seguro e que, na prática, consigam exercitar a liberdade dos seus corpos. O Samba das Pretas, grupo formado mulheres e moradoras do bairro Cidade Tiradentes, trabalham o samba como símbolo de resistência aos problemas sociais, com destaque aqueles que as mulheres pretas enfrentam na rotina, no recorte de raça, classe e desigualdade de gênero.
Na região centro-sul e também no dia 7/03, às 15h, ocorre o Expresso Poesia: o stand-up poético da Casa das Rosas com apresentação de Jarid Arraes, uma das principais representantes da literatura contemporânea, cordelista, poeta, e autora de livros como “Redemoinho em dia quente” (premiado na categoria Contos pelo APCA 2019/Literatura), “Um buraco com meu nome” e “As Lendas de Dandara”.
Ainda no museu, o curso As Mulheres nas literaturas africanas de autoria feminina: entre silenciamento e transgressão inicia em 7/03 com o nigeriano Issaka Mainassara Bano, mestre em Educação e Ciência Sociais pela Faculdade de Educação da Unicamp e coordenador do coletivo Raízes São Paulo, e com a senegalesa Providence Bampoky, formada em Letras Português/Francês pela Universidade Cheikh Anta Diop de Dakar e mestre em Teoria e Estudos Literários pela UNESP.
Esse curso traz um panorama a partir de obras selecionadas da literatura africana feita por mulheres, com análise voltada à personagem feminina sob a perspectiva da crítica feminista e buscará entender como ela é descrita em torno de questões como a violência, o abuso, a poligamia, a prostituição e o abandono. Entre as obras estão Une si longue lettre, de Mariama Bâ e A mulher de pés descalços, de Scholastique Mukasonga. A inscrição está aberta.
No dia 8/03 é a vez da musicista, atriz, produtora cultural e contadora de histórias Mariana Per na Casa das Rosas, às 15h, quando lançará seu primeiro disco intitulado “Salmos, Axés e Aleluias”. Nessa obra, a multiartista reúne composições da escritora Conceição Evaristo musicadas por Renato Gama com um estilo dançante e moderno. Mariana Per também faz parte do coletivo 3Áfricas, o qual tem espetáculos que valorizam a representatividade negra entre o público infantil, e dos grupos Orquestra Profunda de Delicadeza e Morabeza Nação.
O Slam das Minas, que realizou suas primeiras apresentações na Casa das Rosas, volta ao museu no dia 14/03, a partir das 19h. Como o grupo de mulheres surgiu em março de 2016, a atividades também será uma forma de celebrar o aniversário de quatro anos, além de cumprir o objetivo de abrir um espaço de acolhimento para as vozes das minas, monas e manas.
Quem vive ou estiver passando pelo ABC paulista, encontra na Fábrica de Cultura Diadema o bate-papo e contação de histórias O testemunho de uma vida ativa do feminino no dia 12/03, das 19h30 às 21h, com a contadora de história Mwana N’gola. No histórico das sociedades africanas, as mulheres desempenharam um papel central na tomada de decisões que afetam a vida social de uma comunidade, com vozes que eram respeitadas e ensinamentos transmitidos de geração a geração, com alguns deles preservados até hoje. Por isso, a atividade mostrará o papel das mulheres na história da libertação do continente africano, com destaque para duas personalidades: Nzinga Mbande (Angola), rainha Nzinga que lutou contra o comércio de negros escravizados feito por Portugal, e Nana Ya Asantewaa (Gana), rainha que resistiu ao colonialismo britânico.
Pela zona norte, na Fábrica de Cultura Brasilândia, a equipe da UBS Jardim Vista Alegre realiza bate-papo sobre a anatomia e saúde genital da mulher no dia 10/03, das 10h às 11h30. Será uma boa oportunidade para as pessoas presentes tirarem dúvidas sobre o próprio corpo, afinal informação é poder e torna experiências mais seguras, sem deixar de lado a qualidade de vida e autoestima.
Você já ouviu falar da lei nº 11.340, mais conhecida como Lei Maria da Penha? Para proteger a mulher da violência doméstica e familiar, essa lei existe há 13 anos. O objetivo do bate-papo Lei Maria da Penha, com a equipe do Centro de Atendimento à Mulher – Casa Brasilândia, é falar do histórico dessa de lei e como ela funciona, no dia 12/03, às 15h. Compartilhamento de informações como essas são válidas diante de um cenário como o nosso, em que o Brasil tem a quinta maior taxa de feminicídio (mulheres mortas por serem mulheres) do mundo, 4,8 assassinatos desse tipo para cada 100 mil mulheres, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), além de um levantamento do Conselho Nacional do Ministério Público, entre 2015 e 2017, mostrando que a cada três horas é aberto um inquérito policial para investigar casos de feminicídio, sendo 234 deles a cada mês.
Já quem estiver pela zona sul, pode aproveitar a BiblioDoc da biblioteca da Fábrica de Cultura Jardim São Luís exibe o documentário “Mulheres Periféricas- Apoiadas por mais de 500 mil manas”, feito pelo coletivo Fala Guerreira!. No dia 13/03, às 14h30, o público poderá se aproximar das falas e vivências de mulheres de várias gerações que vivem nas bordas de São Paulo, e como resistem em territórios de conflitos, de ausências, de projeções e de sonhos.
Reverberando a celebração do Dia Internacional da Mulher (8 de março) pela região norte, a Fábrica de Cultura Jaçanã promove a Mulher Artista Fest no dia 21/03, das 12h30 às 18h30, em conjunto com a produtora May´s World Productions. O festival busca evidenciar a figura feminina em diferentes linguagens artísticas com espaço para a troca de experiências, com a seguinte programação: – “Diálogos de Mulher” – espaço para discussão e ampliação do universo feminino com temas ligados ao empoderamento feminino e universo trans; – “Muito Mais Que Pinta e Borda” – live paint e bate-papo com artistas plásticas, graffiteiras e artesãs sobre como o graffiti e o artesanato podem trabalhar questões de identidade e do universo da mulher empreendedora com a grafiteira Caroline Luz e a artista plástica Gisele Fagundes; – “Música Por Elas” – apresentações musicais em diferentes estilos e de mulheres, entre elas, Guiomar Araújo e DaviDariloco, Lenny Fyah e MaySistah, Kaylane PCD, Kakau França, União Rasta feat Denise d’ Paula, DJ Naná Roots, Gabi Nyarai, Abigail e Pagu.
A Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha celebra também o Dia Mundial da/do DJ (9 de março) com uma oficina de disc jockey aplicada pela DJ Miria Alves em 24/03, a partir das 17h30, e exclusivamente para mulheres. A atividade TPM – Todas Podem Mixar visa o empoderamento feminino por meio da música e com base na cultura hip-hop, com apresentação dos equipamentos de DJ, práticas básicas da mixagem, estrutura e estilos musicais.
Voltando à zona sul, uma boa pedida é uma série de atividade coordenada pela Funmilayo Afrobeat Orquestra, coletivo de afrobeat formado inteiramente por mulheres negras, que acontecerá na Fábrica de Cultura Capão Redondo no dia 25/03. Às 14h30 o coletivo dá início à Oficina de Afrobeat, estilo musical criado na Nigéria, com o multi-instrumentista Fela Kuti como um dos precursores do gênero. A instrumentalização em claves, xequerê e outros de percussão será exercitada com apoio de AfroJu Rodrigues (percussão), Sthe Araujo (percussão) e Pricila Hilário (bateria), integrantes do coletivo.
Em seguida, às 19h, será o pocket-show da Funmilayo Afrobeat Orquestra, o qual no próprio nome homenageia Funmilayo Anikulapo-Kuti, professora e uma das ativistas mais importantes da Nigéria, ao liderar a luta das mulheres por liberdade, pelo direito ao voto e por justiça social, além de mãe de Fela Kuti. Em formato de uma big band com ritmos, corais festivos, de percussão africana e de diversas influências, principalmente pela música yorubá, jazz e funk norte-americano, a Orquestra tem um caráter contestador, com músicas autorais e de Sandra Izsadore, cantora e ativista norte-americana, além de evidenciar a luta de mulheres negras em diferentes contextos. A programação voltada ao Afrobeat encerra às 20h, quando o coletivo organiza uma roda de conversa com o público para debater sobre esse gênero musical, como vem sendo produzido e expandido pelas mulheres.
A seguir, as datas e horários de cada atividade. Toda a programação é gratuita.
SERVIÇO:
Oficina Cultural Alfredo Volpi | Rua Américo Salvador Novelli, 416 – Itaquera – São Paulo/SP | (11) 2205-5180 e 2056-5028
BLOCO: DESCULPA QUALQUER COISA
7/3 – sábado – 15h
Faixa etária: livre
SAMBA DAS PRETAS
7/3 – sábado – 16h
Faixa etária: livre
Funcionamento > Oficina Cultural Alfredo Volpi: Terça a Sexta das 10h às 21h30
Sábados das 10h às 18h
www.oficinasculturais.org.br
Casa das Rosas | Avenida Paulista, 37 – Bela Vista – São Paulo/SP | (11) 3285.6986 e 3288.9447
EXPRESSO POESIA: O STAND-UP POÉTICO DA CASA DAS ROSAS – COM JARID ARRAES
7/3 – sábado – 15h às 15h30
Faixa etária: livre
AS MULHERES NAS LITERATURAS AFRICANAS DE AUTORIA FEMININA: ENTRE SILENCIAMENTO E TRANSGRESSÃO
Curso com Issaka Mainassara Bano e Providence Bampoky
7, 14, 21 e 28/3 – sábados – 10h30 às 12h30
40 vagas
Faixa etária: livre
Inscrição aberta pelo link até 6/3.
Confirmar a inscrição também frequentando a primeira aula. Caso falte na primeira aula sem justificativa prévia (que pode ser feita por meio de [email protected]), implicará o desligamento automático da pessoa inscrita.
MARIANA PER – SHOW DE LANÇAMENTO DE SEU 1º DISCO – “SALMOS, AXÉS E ALELUIAS”
8/3 – domingo – às 15h
Faixa etária: livre
SLAM DAS MINAS
14/3 – sábado – 19h às 21h
Faixa etária: livre
Casa das Rosas > Funcionamento: Terça-feira a sábado, das 10 às 22h; Domingos e Feriados, das 10 às 18h.
www.casadasrosas.org.br
Fábrica de Cultura Diadema | Rua Vereador Gustavo Sonnewend Netto, 135 – Centro – Diadema – SP | Telefone: (11) 4061-3180
O TESTEMUNHO DE UMA VIDA ATIVA DO FEMININO
Com a contadora de história Mwana N’gola
12/3 – quinta-feira – 19h30 às 21h
Faixa etária: livre
Fábrica de Cultura Brasilândia | Av. General Penha Brasil, 2508 | Telefone: (11) 3859-2300
ANATOMIA E SAÚDE GENITAL DA MULHER
Com equipe da UBS Jardim Vista Alegre
10/3 – terça-feira – 10h às 11h30
Faixa etária: livre
LEI MARIA DA PENHA
Cultura Geral
Gênero
12/3 – quinta-feira – 15h às 16h30
Faixa Etária: livre
POR QUE 8 DE MARÇO É O DIA INTERNACIONAL DA MULHER?
25/3 – quarta-feira – 19h30 às 20h30
Faixa etária: livre
Sinopse:
Saiba o motivo do dia 8 de Março ser reconhecido como o Dia Internacional da Mulher em um aulão aberto na Fábrica de Cultura Brasilândia junto com a professora Christiane Mazza.
Fábrica de Cultura Jardim São Luís | Rua Antônio Ramos Rosa, 651 – São Paulo – SP | Telefone: (11) 5510-5530
FESTIVAL MULHERES DO SAMBA – ESPECIAL VÓ SUZANA E CONVIDADAS
Música
12/3 – quinta-feira – 20h às 21h30
Faixa etária: livre
Festival é comandado pela compositora e intérprete Vó Suzana, do renomado Samba da Vela, e é aberto para mulheres de diversas comunidades para celebrar a arte e a resistência das mulheres. Vó Suzana, 80, é uma artista também reconhecida nos terreiros de samba da zona sul paulistana e gravou seu 1º CD em 2019, gravado no estúdio da Fábrica de Cultural Jardim São Luís.
BIBLIODOC – “MULHERES PERIFÉRICAS- APOIADAS POR MAIS DE 500 MIL MANAS”
Com equipe biblioteca
Documentário | 29min – 2017
Autoria: coletivo Fala Guerreira!
13/03 – sexta-feira – 14h30
Faixa etária: livre
30 vagas
No espaço da biblioteca não é necessária inscrição prévia.
Fábrica de Cultura Jaçanã | Rua Raimundo Eduardo da Silva, 138; Rua Albuquerque de Almeida, 360 – São Paulo – SP | Telefone: (11) 2249-8010
DE CAROLINAS A J. K. ROWLINGS
Com equipe da biblioteca
17/03 – terça-feira – 10h
Faixa etária: 10 anos | 15 vagas
No espaço da biblioteca não é necessária inscrição prévia.
Que tal conhecer ou rever as escritoras femininas espalhadas por nossa biblioteca? Obras de Carolina Maria de Jesus (Diário de Bitita e Quarto de despejo: O diário de uma favelada), Conceição Evaristo (Insubmissas Lágrimas de Mulheres), J. K. Rowling (série de livros Harry Potter) e muito mais. Em seguida, acontece a produção de um caderno que será confeccionado pelos participantes e para destacar as escritoras mulheres, ao mesmo tempo em que incentiva a escrita pessoal dos presentes.
MULHER ARTISTA FEST
21/3 – domingo – 12h30 às 18h30
Faixa etária: livre
Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha | Rua Franklin do Amaral, 1575 – São Paulo – SP | Telefone: (11) 2233-9270
TPM – TODAS PODEM MIXAR
24/3 – terça-feira – 17h30 às 21h30
Faixa etária: maiores de 16 anos
25 vagas – somente para mulheres
Inscrição: pessoalmente, na recepção da unidade, ou pelo telefone (11) 2233-9270
Fábrica de Cultura Capão Redondo | Rua Bacia de São Francisco, s/n | Telefone: (11) 5822-5240
OFICINA, POCKET-SHOW E RODA DE CONVERSA SOBRE AFROBEAT – COM FUNMILAYO AFROBEAT ORQUESTRA
Oficina: 25/3 – quarta-feira – 14h30 às 16h30
20 vagas | Faixa etária: a partir de 14 anos
Inscrição: de forma presencial, na recepção da unidade, ou pelo telefone (11) 5822-5240
Pocket show: 25/3 – quarta-feira – 19h às 19h50
Faixa etária: livre
Roda de conversa: 25/3 – quarta-feira – 20h às 21h
Faixa etária: livre
Ficha Técnica – Funmilayo Afrobeat Orquestra:
AfroJu Rodrigues – percussionista
Ana Goes – saxofonista e vocalista
Bruna Duarte – baixista
Jasper – guitarrista e vocalista
Larissa Oliveira – trompetista
Priscila Hilário – baterista
Rosa Couto – vocalista e toca bloco sonoro
Stela Nesrine – saxofonista e vocalista
Sthe Araújo – percussionista
Suka Figueiredo – saxofonista
Tamiris Silveira – tecladista
Vanessa Soares – dançarina e produtora
Mulheres Emergentes
com Ziza
17/3 – terça-feira – 14h às 16h – Biblioteca da Fábrica de Cultura Jaçanã
18/3 – quarta-feira – 14h às 16h – Biblioteca da Fábrica de Cultura Jardim São Luís
19/3 – quinta-feira – 14h às 16h – Biblioteca da Fábrica de Cultura Diadema
20/3 – sexta-feira – 14h às 16h – Biblioteca da Fábrica de Cultura Capão Redondo
24/3 – terça-feira – 14h às 16h – Biblioteca da Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha
25/3 – quarta-feira – 14h às 16h – Biblioteca da Fábrica de Cultura Brasilândia
Faixa etária: a partir de 10 anos | 20 vagas
Ziza, artista visual com ampla atuação no graffiti e do Jardim Pery Alto, comanda a atividade.
Você conhece uma grafiteira no seu bairro? Não?! Então venha conhecer as artistas que movimentam a arte urbana em São Paulo e pelo mundo. Também em comemoração ao dia 27 de março – Dia do Graffiti em São Paulo, será desenvolvido uma apresentação e conversa para a trajetória de algumas artistas negras nesse segmento. Além disso, uma vivência coletiva com a técnica do lambe-lambe e do estêncil, com o objetivo de criar um mural evidenciando as histórias dessas mulheres.
Fábricas de Cultura > Funcionamento: de terça a sexta-feira, das 9h às 20h, e finais de semana e feriados das 12h às 17h.
http://www.fabricasdecultura.org.br/index.php?t=i