62% dos casais brasileiros sentiram impacto das dívidas na relação afetiva
51% dos entrevistados sentem vergonha de estar nesta situação e 36% se afastaram dos amigos
- Data: 21/09/2023 09:09
- Alterado: 21/09/2023 09:09
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
62% dos casais brasileiros sentiram impacto das dívidas na relação afetiva
Crédito:Reprodução - Internet
O impacto das dívidas nas relações interpessoais estão cada vez mais comprometidas, seja no campo físico ou emocional, os brasileiros estão tendo que aprender a lidar com sentimentos mais intensos a cada dia. Segundo pesquisa realizada pelo Serasa, 83% dos entrevistados afirmam que têm insônia causada pela preocupação com as dívidas. Um dos primeiros sintomas é a perda do sono em questões de endividamento e quando estão relacionadas à escola dos filhos, à faculdade, aluguel ou condomínio e às contas básicas este sentimento se agrava.
A pesquisa mostra que 8 em cada 10 brasileiros afirmam que as dívidas impactaram de forma direta sua vida social e 62% declaram que afetou a relação afetiva. Quando uma das partes do casal está com problemas financeiros, a outra acaba afetada. Boa parte dos casais não conseguem seguir juntos após um episódio de dívidas. A pesquisa ainda mostra que a relação de amizade também pode ser impactada, 36% dos entrevistados se afastam de amigos, primeiro porque não tem dinheiro para sair e segundo por se “esconder” do fato.
De acordo com o Fernando Lamounier, especialista em educação financeira e diretor da Multimarcas Consórcios: “Existem casais que escolhem não tratar de assuntos financeiros na relação, mas é necessário que haja uma comunicação aberta e clara para que atritos não sejam recorrentes afetando o bom convívio no dia-a-dia”.
Com base na pesquisa, 74% alegam problemas de concentração para realizar tarefas diárias e queda na produtividade. Pensamentos negativos, alterações de humor e irritabilidade são alguns dos pontos que o indivíduo desenvolve principalmente no âmbito profissional. Segundo Alex Araujo, CEO da 4Life Prime – líder no segmento de saúde e segurança do trabalho, explica que este indivíduo pode contaminar toda uma equipe.
“Hoje, conseguimos ver que 60% das demissões ocorrem devido ao fraco desempenho e baixa produtividade. Quando analisamos a situação, o endividamento é um dos pontos-chaves da equação. Um funcionário endividado trabalha ansioso, muito por buscar resolver suas questões pessoais no horário de trabalho. É uma situação que eleva o esgotamento e impede o seu desenvolvimento profissional naquele momento em específico”, diz Araujo.
A pressão acaba afetando a relação familiar, 63% sentiram o impacto das dívidas no relacionamento familiar. Isolamento, irritabilidade e discussões são as principais causas listadas neste cenário e 57% se sentiram mal por ter que recorrer a ajuda familiar para saldar dívidas. Lamounier ressalta que ao recorrer a um familiar para um pedido de ajuda, o indivíduo deve ter em mente que está fazendo outra dívida, mesmo que sem juros, a situação não se resolve.
A mudança da auto estima impacta diretamente o cenário em que o indivíduo se apresenta. Uma mente negativa, o atrai para depressão, imagem pessoal descuidada e que pode levar o mesmo a um cenário ainda maior: a demissão. Alex Araujo reforça a importância da empresa no apoio ao colaborador, mas explica que há um limite a ser respeitado. “É necessário que a companhia coloque em prática ações que viabilizem a construção de um ambiente de trabalho saudável, como a disponibilização de psicólogos. Entender o que se passa com o seu colaborador é fundamental para acabar com os riscos estruturais”, complementa Araujo.
Mas se faz valer a máxima, “sou brasileiro e não desisto nunca”, a pesquisa revela que 70% dos endividados têm esperança de conseguir quitar as suas dívidas. Comparado ao ano anterior, a esperança dos brasileiros subiu 11%, o que mostra que planejamento e resiliência são ingredientes para que isso aconteça. Lamounier de forma simplificada mostra como fazer para começar um planejamento financeiro:
Mapeie sua renda total, isto é, salário e rendas extras.
Separe as despesas fixas no seu orçamento, como aluguel, condomínio, internet e contas de serviços públicos (água, luz, gás).
Esquematize as despesas variáveis como alimentação, transporte e gastos com saúde.
Organize dívidas e pagamentos, como parcelas de empréstimos e cartão de crédito.