WarnerMedia assume HBO América Latina
Presidente da WarnerMedia International Networks, Gerhard Zeiler, optou por não realizar a transição no Brasil em função lei do SeAC
- Data: 26/10/2019 12:10
- Alterado: 26/10/2019 12:10
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
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A WarnerMedia, gigante do conteúdo que pertence ao grupo das telecomunicações americana AT&T, anunciou ontem a compra das operações dos canais da HBO na América Latina, com exceção do Brasil.
A empresa está em uma cruzada pela mudança da legislação brasileira, que proíbe que operadoras de TV sejam também produtoras de conteúdo – conhecida como “lei do cabo”, ou SeAC, que está em vigor desde 2001. No anúncio relativo à HBO, a WarnerMedia citou a legislação nacional como a razão para a não inclusão do País na aquisição na região.
Segundo a divulgação, a aquisição permitirá a extensão do serviço HBO Max, que o grupo lança em 2020, para toda a região – menos para o Brasil.
A operação da HBO na América Latina, que funcionava em uma parceria entre a Warner e a Ole Communications, abarca hoje os canais HBO, Max, Cinemax e o serviço HBO Go.
Com o acordo, a WarnerMedia passa a controlar 100% das operações de língua espanhola. A joint venture sobrevive no Brasil. “Temos a opção de adquirir os negócios no Brasil, mas não faremos isso no momento”, disse Gerhard Zeiler, presidente da WarnerMedia International Networks.
VENDA
Foi por causa da Seac que o grupo Globo teve de se desfazer de sua participação na operadora Net para ter a possibilidade de manter o controle dos canais Globosat, como GNT, GloboNews, Multishow e MaisGlobosat.
Um dos aliados da tentativa da AT&T de derrubar a separação entre produção e distribuição de conteúdo no País é o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, que tem feito lobby pela mudança na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Em 5 de setembro, a agência reguladora pediu mais 120 dias para analisar se aprova ou não a fusão da AT&T e da TimeWarner (hoje WarnerMedia) no Brasil. O negócio, que movimentou US$ 85 bilhões foi anunciado há três anos. O risco é que a Anatel obrigue a AT&T a se desfazer da Sky no País, da mesma forma que ocorreu com a Globo e a Net no passado.