Voltado para comunidade surda, Samba com as Mãos apresenta show da banda Inimigos da HP
Evento contará com a participação da Bateria Inclusiva e escolas de samba do Grupo Especial e Acesso I
- Data: 29/01/2024 21:01
- Alterado: 29/01/2024 21:01
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
Samba com as Mãos
Crédito:Prefeitura de São Paulo
A Prefeitura de São Paulo, em parceria com a Liga das Escolas de Samba de São Paulo (Liga-SP), lança, na segunda-feira (5), a 8ª edição do Samba com as Mãos, na Praça das Artes, localizada na Av. São João, 281 – Centro Histórico de São Paulo, a partir das 18h.
O público, ao chegar, será recebido pela Bateria Inclusiva composta por um mestre, 10 ritmistas, um cantor, duas passistas e uma porta estandarte, todos com deficiência. O grupo participa do carnaval de São Paulo em diversas agremiações e teve sua estreia na Casa Brasil Paralímpica durante os Jogos Paralímpicos de Santiago, no Chile, em novembro de 2023, prestigiando os atletas.
As escolas de samba do Grupo Especial e Grupo de Acesso I, que participam do Samba com as Mãos, estarão presentes e irão receber a homenagem “Escola de Samba Parceira da Inclusão” que será entregue pela SMPED às escolas que são parceiras do projeto todo ano.
O encerramento ficará por conta de um dos nomes mais expressivos e festivos do cenário atual do pagode, Inimigos da HP. Formada por Sebá (vocal), Tocha (tantam), Cebola (pandeiro), Gui (cavaquinho) e Alemão (surdo e percussão) na década de 1990, a banda acumula sucessos como Toca Um Samba Aí, Bons Momentos, Musa da Praia e Nosso Filme.
O nome da banda é uma brincadeira em homenagem à famosa calculadora (HP), uma das principais ferramentas de trabalho para os engenheiros. Como a maioria dos integrantes exercia essa profissão, quando estavam se divertindo fazendo um som, eles se consideravam inimigos da calculadora e então fizeram dessa brincadeira o grupo de Inimigos da HP.
O evento contará com cabine de audiodescrição, recurso de acessibilidade destinado às pessoas com deficiência visual e cegas e intérpretes de Libras.
Sobre o projeto
Conforme o Censo Brasileiro de 2010, revisado pelo IBGE no final de 2017, a cidade de São Paulo possui 120.660 pessoas com deficiência auditiva. Para esse tipo de deficiência a comunicação é feita através da Língua Brasileira de Sinais, mais conhecida como Libras. A forma de se comunicar vai muito além das mãos, as expressões faciais e os gestos corporais são fundamentais para o entendimento e conversação.
O Samba com as Mãos, criado em 2017, disponibiliza vídeos com a interpretação em Libras dos sambas-enredo das escolas que pertencem ao Grupo Especial e Grupo de Acesso I — este último incluso desde o Carnaval de 2023, e assim, gerando a promoção da acessibilidade comunicacional para as pessoas com deficiência auditiva e surdas.
As gravações realizadas em dezembro do ano passado na Fábrica do Samba, contaram com o apoio de integrantes das agremiações, intérpretes de Libras e surdos. Ao todo, são 22 sambas enredos interpretados.
Para que se tenha a tradução é necessária uma pesquisa, estudo e empenhos específicos, pois as letras dos sambas muitas vezes usam palavras de origem africana e ditos populares. O intérprete de Libras trabalha em conjunto com o autor da composição para que nada se perca e o contexto se mantenha. Além disso, o projeto conta com o apoio de pessoas com deficiência auditiva para haver a validação.
Os vídeos com as interpretações estão sendo divulgados nas redes sociais da SMPED (Youtube, Instagram, Facebook). As publicações seguem a ordem dos desfiles no Sambódromo do Anhembi, que ocorrerão nos dias 9, 10 e 11 de fevereiro. O objetivo é que, até o dia dos desfiles, a comunidade surda já tenha acesso a todos os conteúdos.