Vendas líquidas do Tesouro Direto têm segundo maior valor da história
Os títulos mais procurados pelos investidores foram os vinculados à inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA)
- Data: 26/12/2024 13:12
- Alterado: 26/12/2024 13:12
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Tesouro Direto
Crédito:Marcello Casal Jr - Agência Brasil
Em novembro, as vendas de títulos do Tesouro Direto registraram um saldo positivo de R$ 2,462 bilhões, superando os resgates. Este montante, divulgado pelo Tesouro Nacional na última quinta-feira (26), representa o segundo maior resultado na história do programa, apenas atrás do recorde anterior de outubro, que alcançou R$ 2,528 bilhões.
As emissões de títulos no mês passado totalizaram R$ 5,764 bilhões, enquanto os resgates somaram R$ 3,302 bilhões. Dentre os resgates, R$ 3,109 bilhões foram referentes a recompras e R$ 192,5 milhões a vencimentos, quando o governo deve reembolsar os investidores com juros ao final do prazo dos títulos.
Os investidores mostraram preferência pelos títulos atrelados à inflação, que representaram 43,4% do volume total negociado. Os papéis indexados à Selic corresponderam a 40,4%, enquanto os prefixados tiveram uma participação de 16,2% nas vendas realizadas.
A demanda por títulos vinculados à inflação é impulsionada pela expectativa de aumento na taxa oficial de inflação nos próximos meses. Já os papéis atrelados à Selic atraem investidores devido ao nível elevado dessa taxa, atualmente em 12,25% ao ano, com previsões de que possa subir para até 14,25% até março de 2025. Essa projeção sugere a continuidade de um ciclo restritivo na política monetária brasileira.
No fechamento de novembro, o estoque total do Tesouro Direto atingiu R$ 150,8 bilhões, um crescimento de 2,5% em relação ao mês anterior e um impressionante aumento de 19,5% comparado ao mesmo período do ano passado.
O programa também teve um acréscimo significativo no número de investidores. Em novembro, foram registrados 317.934 novos participantes, elevando o total para 30.553.287 investidores cadastrados — um crescimento de 14,8% nos últimos doze meses. O número de investidores ativos que realizaram operações chegou a 2.776.336, com um aumento de 13,6% no mesmo intervalo e um incremento mensal de 77.910 ativos.
A busca por investimentos no Tesouro Direto é especialmente visível entre pequenos investidores. As vendas realizadas até R$ 5 mil representaram expressivos 81,5% das operações realizadas em novembro; dentro deste total, as aplicações até R$ 1 mil constituíram sozinhas 58,4%. O valor médio das operações foi registrado em R$ 6.859,84.
Os papéis com prazos mais curtos também são preferidos pelos investidores: títulos com prazo de até cinco anos corresponderam a 73,3% das vendas totais; já aqueles com prazo entre cinco e dez anos representaram apenas 4,8%, enquanto os papéis acima de dez anos atingiram uma participação de 21,8% nas transações.
Lançado em janeiro de 2002 com o intuito de democratizar o acesso a aplicações financeiras em títulos públicos, o Tesouro Direto permite que pessoas físicas adquiram esses papéis diretamente do Tesouro Nacional pela internet, sem a necessidade da intermediação de instituições financeiras. Os investidores são cobrados apenas uma taxa semestral à B3 — a bolsa brasileira responsável pela custódia dos títulos.
Para mais detalhes sobre como participar desse programa e sobre as opções disponíveis, os interessados podem acessar o site oficial do Tesouro Direto.
A venda desses títulos é uma estratégia utilizada pelo governo para captar recursos destinados ao pagamento de dívidas e compromissos financeiros. Em contrapartida, o Tesouro Nacional garante o retorno dos valores investidos acrescidos de juros que podem ser atrelados à Selic ou a índices inflacionários.