Vacinação contra a dengue: Prefeituras mantêm prioridade em adolescentes apesar de novas diretrizes
A justificativa das prefeituras e do Distrito Federal é que não há doses a vencer nas próximas semanas
- Data: 18/02/2025 22:02
- Alterado: 18/02/2025 22:02
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
O Ministério da Saúde do Brasil recentemente autorizou a ampliação da faixa etária para a aplicação de vacinas contra a dengue, especialmente aquelas que estão próximas do vencimento. Contudo, pelo menos 11 capitais decidiram manter o esquema prioritário de vacinação, restringindo a imunização a adolescentes entre 10 e 14 anos. As cidades que seguirão essa diretriz incluem Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Natal, Porto Velho, Recife, São Paulo, Salvador e Vitória.
A justificativa apresentada por essas prefeituras e pelo Distrito Federal é que não há doses prestes a vencer nas próximas semanas. Dessa forma, a vacinação continuará focada nos jovens dessa faixa etária específica.
No entanto, o estado do Rio de Janeiro já havia ampliado sua faixa etária para vacinação em janeiro, permitindo que crianças e adolescentes de 10 a 16 anos fossem imunizados.
Situação das Cidades
Na capital Porto Velho, em Rondônia, todas as doses recebidas até o momento foram administradas. A prefeitura informou ao Ministério da Saúde sobre a falta de estoque e recebeu a promessa de reabastecimento em breve.
Em Aracaju, no Sergipe, o cenário é semelhante; restam apenas cerca de 800 doses disponíveis após a aplicação de 19.488 das 20.327 recebidas. Essa cidade se destaca por ter a maior cobertura vacinal entre as capitais que forneceram dados à Agência Brasil, alcançando uma taxa de 69,9% considerando apenas a primeira dose.
Vitória, no Espírito Santo, também apresenta um desempenho positivo com mais de 66% do público-alvo vacinado na primeira etapa. Em contrapartida, Belém no Pará registra uma situação preocupante, com apenas 10,63% da população alvo recebendo a primeira dose — um total inferior a 9 mil pessoas.
A estratégia de vacinação contra a dengue inclui duas doses com um intervalo de três meses entre elas. Essa abordagem tem se mostrado desafiadora em várias capitais. Em Salvador, mais de 95 mil vacinas foram aplicadas; no entanto, menos de 27 mil crianças e adolescentes completaram o ciclo vacinal com as duas doses — resultando em aproximadamente 12% do público-alvo imunizado.
Em Natal, no Rio Grande do Norte, quase 20 mil indivíduos receberam a primeira dose do imunizante. Desses, mais de 10 mil ainda não compareceram para receber a segunda dose. Belo Horizonte enfrenta um desafio ainda maior: mais de 100 mil vacinas foram aplicadas como primeira dose e apenas cerca de 37 mil como segunda dose, levando as taxas de cobertura vacinal a 45% para a primeira dose e apenas 16,35% para a segunda.
Recife também apresenta dados alarmantes; sua cobertura vacinal é considerada insatisfatória com apenas 24,8% na primeira dose e uma taxa miserável de 6,5% para o esquema completo.
As duas maiores cidades do Brasil refletem um panorama semelhante. No Rio de Janeiro, cerca de 240 mil doses foram administradas até agora; no entanto, somente cerca de 68 mil crianças e adolescentes estão totalmente imunizados — representando apenas 20% do público-alvo total. São Paulo segue um padrão similar: mais de 274 mil primeiras doses foram aplicadas (40,91% da meta), mas menos de 140 mil pessoas completaram o esquema vacinal.
Essas informações destacam os desafios persistentes enfrentados pelas capitais brasileiras na luta contra a dengue e ressaltam a importância da adesão à vacinação completa para garantir a proteção da população jovem.