Um quarto de século ao vento

O Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, em novembro, terá a visita ilustre de um ícone das tradições britânicas. Em comemoração às duas décadas e meia da comercialização do primeiro Mini conversível, na Inglaterra, a edição 25 Anos do Cabrio estará exposta no estande da BMW, dona da marca desde o final do século passado. Lançada no Salão de Pequim, em maio deste ano, a nova geração do Mini Cabrio ganha a série especial 25 Anos especialmente para a mostra da capital paulista. A versão com capota removível estreou no Brasil em 2009, quando a fabricante britânica deu início a sua operação comercial no país. Em 2013, a Mini promoveu o lançamento da configuração John Cooper Works Cabrio, a mais potente da família dos pequenos conversíveis, juntando-se aos outros integrantes da linha John Cooper Works, incluindo as versões Coupé e Roadster. Nestes quase 10 anos de presença da Mini no Brasil, cerca de 1.400 unidades do Cabrio foram vendidas.

A série especial Mini Cabrio 25 Anos é baseada na versão S, com motor 2.0 TwinPower Turbo de quatro cilindros, 192 cavalos de potência de 5 mil a 6 mil rpm e 28 kgfm de torque de 1.350 a 4.600 rpm, associado à nova transmissão Steptronic de 7 marchas e dupla embreagem. Segundo a fabricante, o carro acelera de zero a 100 km/h em 7,1 segundos e pode chegar à velocidade de 230 km/h. A marca divulgará o preço da série durante a mostra paulista.

O Mini com o design atual – com as linhas modernizadas, embora tenha mantido o estilo retrô após a BMW ter assumido o controle da fabricante inglesa – foi apresentado à imprensa e ao público pela primeira vez na versão conversível em 2004, no Salão de Genebra. O carro foi lançado no mercado europeu em três versões – One Cabrio, Cooper Cabrio e Cooper S Cabrio. Além dos novos para-choques dianteiro e traseiro, diferenciados em relação ao Mini convencional, a gama de cores externas disponibilizada para o modelo contava com 10 tonalidades diferentes. Desde o lançamento do Mini Cabrio, mais de 89 mil unidades foram vendidas no Reino Unido. A cor Pepper White é a tonalidade externa preferida entre os clientes britânicos, enquanto 86% das unidades contam com câmbio manual.

Em 2009, a Mini acrescentou um toque mais exclusivo ao conversível com a introdução do “Openometer”, um mostrador localizado à esquerda do painel de instrumentos e que permite ao motorista verificar quanto tempo ele dirige com o teto recolhido. O medidor, rebatizado mais tarde de “Always Open Timer”, ainda é oferecido no Cabrio e pode ser acessado como um mostrador digital na tela do Mini Visual Boost. A função “Rain Warner” também é exclusiva do conversível. Disponível desde 2016, o recurso monitora a previsão do tempo na região onde o veículo se encontra. Se a possibilidade de chuva for alta no percurso, o computador de bordo “aconselha” o motorista para fechar a capota. A operação de fechamento é feita eletronicamente.

Em março deste ano, o novo Cabrio foi lançado na Europa com atualizações de design e tecnologia. O pequeno conversível traz entre outras novidades faróis e lanternas equipados com leds, Controle de Distância de Estacionamento Traseiro (PDC), tela de 6,5 polegadas, chamada de emergência inteligente (E-call), rádio digital e conectividade Bluetooth. Atualmente, o Mini Cabrio é oferecido no Velho Continente em cinco opções de motorização – One, Cooper, Cooper S, Cooper D e Cooper SD – equipadas com propulsores de três e quatro cilindros movidos a gasolina ou diesel, que trabalham com transmissões automáticas ou manuais de 6, 7 ou 8 velocidades.

Trajetória de um ícone
O ano de 2018 celebra um marco importante na história da Mini: o 25º aniversário de comercialização do primeiro Cabrio, ocorrida na Inglaterra em 1993. Ainda com o estilo original do final dos anos 50, o primeiro “carrinho” com carroceria conversível, denominado de Rover Mini Cabriolet, foi lançado no mercado britânico em junho de 1993, influenciado pelo sucesso obtido por uma versão exclusiva criada pela empresa alemã Lamm Autohaus, dois anos antes, e batizada de Mini Lamm Cabriolet.

Para desenvolver um Mini aberto, a Lamm Autohaus removeu o teto do veículo e promoveu a venda de 75 exemplares do modelo modificado na terra da Rainha. O sucesso foi imediato, e todas as unidades foram vendidas rapidamente, colocando os exemplares na galeria de mais raros e cultuados da história do Mini. O primeiro conversível, adaptado pela Lamm Autohaus, era equipado com motor 1.3 de 63 cavalos de potência e câmbio manual de 4 marchas.

Com grande procura pelos ingleses, que sonhavam em ter um carro tão exclusivo, o Mini Cabrio original era feito em duas combinações de cores: Caribbean Blue (azul), com teto removível cinza, e Nightfire Red, com a cobertura também em vermelho. O modelo tinha rodas Revolution de 12 polegadas, listras finas brancas percorrendo a lateral da carroceria e uma ampla grade frontal cromada. Outra característica especial do modelo era a carroceria, que recebeu reforços para acomodar o novo capô. Na época, a mecânica do conversível era idêntica à do Cooper 1.3i. O interior do veículo, no entanto, foi luxuosamente decorado com painel em madeira de nogueira, volante revestido de couro preto e cintos de segurança coloridos. O conversível “produzido” pela marca alemã custava o dobro do modelo fechado, e sua trajetória foi de apenas dois anos, até a própria Mini assumir sua construção.

Considerado como um modelo popular quando surgiu, o Mini Cooper foi fabricado pela British Motor Corporation (BMC) de 1959 a 2000. O carro, um ícone dos anos 60, foi idealizado pelo engenheiro inglês Sir Alec Issigonis. Para muitos, o Mini Cooper era o equivalente britânico do “besouro” da Volkswagen, o Fusca. Em 1999, o Mini foi escolhido como o segundo carro mais influente do Século 20, ficando atrás do Ford Modelo T.