Trabalho da MedABC conquista prêmio da Academia Nacional de Medicina
Estudo teve parceria com pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e está entre os 9 premiados de 60 inscritos de todo o País
- Data: 17/08/2020 13:08
- Alterado: 17/08/2020 13:08
- Autor: Eduardo Nascimento
- Fonte: FUABC
O professor titular de Urologia da FMABC
Crédito:FMABC
O Centro Universitário Saúde ABC / Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), em Santo André, em parceria com a Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), acaba de conquistar o “Prêmio Miguel Couto – Patologia Humana e Experimental” da Academia Nacional de Medicina (ANM) em 2020. Atuante no País há 191 anos, a ANM tem como objetivo contribuir para o estudo, a discussão e o desenvolvimento das práticas da medicina, cirurgia e saúde pública, além de servir como órgão de consulta do governo brasileiro sobre questões de saúde e de educação médica. Ao todo, foram inscritos 60 trabalhos de diversos estados, sendo nove premiados. Os vencedores são de instituições de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Pernambuco.
A apresentação dos trabalhos vencedores foi realizada no formato on-line, dia 6 de agosto, pelo site do órgão. O trabalho “Novo modelo in vivo para avaliar alterações macroscópicas, histológicas e moleculares da doença de Peyronie”, de autoria do urologista David Jacques Cohen — mestre e doutorando pela FMABC — teve orientação do professor titular da disciplina de Urologia da FMABC, Dr. Sidney Glina, e da professora titular da disciplina de Bioquímica da FMABC, Dra. Maria Aparecida Pinhal.
A Doença de Peyronie se manifesta geralmente em homens com mais de 50 anos e é caraterizada pela formação de placas fibrosas no pênis devido a processos inflamatórios que provocam dor, curvatura peniana, dificuldade erétil e de penetração durante o ato sexual. O trabalho da FMABC propõe o desenvolvimento de um modelo experimental realizado em ratos, simples e de baixo custo, que explica as alterações fisiopatológicas da doença desde o início, com especial atenção ao remodelamento da matriz extracelular. Apesar de a enfermidade ter sido descrita pela primeira vez em 1743, a Medicina ainda desconhece boa parte de suas características fisiopatológicas. Dessa forma, a produção científica — também premiada no XV Congresso da Sociedade Latinoamericana de Medicina Sexual, em 2019 — representa um passo importante para o tratamento da doença que acomete entre 0,4 e 9% dos homens, com significativo impacto na qualidade de vida. Segundo o estudo, 81% dos pacientes têm algum efeito psicológico decorrente do diagnóstico, 54% problemas de relação e 48% apresentam sintomas de depressão.
“É uma honra para o nosso grupo receber o Prêmio Miguel Couto da Academia Nacional de Medicina, provavelmente a mais tradicional entidade médica brasileira. O trabalho em si é muito importante, pois, pela primeira vez se consegue criar um modelo experimental da Doença de Peyronie com quase todas as alterações que ocorrem em humanos. Além disso, houve uma conjugação de vários docentes do nosso centro universitário, inclusive de alunos da graduação e pós-graduação”, disse Dr. Sidney Glina. O estudo contou com fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (FAPESP). Entre os coautores do trabalho estão pesquisadores da FMABC e Unifesp: Ana Maria do Antonio Mader, Giuliana Petri, Maria Aparecida Silva Pinhal, Renan Pelluzzi Cavalheiro, Sang Won Han, Sidney Glina, Thérèse Rachell Theodoro, Vivian Barbosa Navarro Borba e Willany Veloso Reinaldo.