Teste Fiat Toro Endurance Turbo Flex T270 – Inicial com finalidade

Facilitar um “upgrade” para os consumidores das picapes compactas é a função mercadológica da versão de entrada Endurance Turbo 270 da Fiat Toro

  • Data: 08/06/2021 12:06
  • Alterado: 08/06/2021 12:06
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix
Teste Fiat Toro Endurance Turbo Flex T270 – Inicial com finalidade

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Uma picape com atributos de conforto e dirigibilidade de um utilitário esportivo. Foi com essa proposta simples e ambiciosa que a Fiat Toro foi apresentada, em 2016. O veículo produzido na cidade pernambucana de Goiana tornou-se um sucesso instantâneo de vendas no Brasil e, desde então, já emplacou quase 300 mil unidades. Com seu posicionamento intermediário entre as picapes compactas (derivadas dos hatches) e as médias (com chassis de longarinas), acabou “roubando” clientes tanto das versões mais caras da Fiat Strada, da Chevrolet Montana e da Volkswagen Saveiro quanto das mais básicas de modelos como a Chevrolet S10, a Toyota Hilux e a Ford Ranger. Em abril deste ano, a Toro passou por uma evolução. A grande novidade da linha 2022 da picape está sob o capô –o motor 1.3 GSE Turbo Flex T270 (em alusão ao empuxo em Nm), que estreou no Jeep Compass e entrega até 185 cavalos de potência e torque de 27,5 kgfm. Movida por ele, a versão de entrada Endurance Turbo Flex T270 é a que melhor traduz a função de seduzir os consumidores das picapes compactas mais equipadas.

Se nas versões Ranch e Ultra as mudanças na estética frontal foram expressivas, na configuração Endurance, a alteração visual externa mais visível é nos faróis. Continuam divididos em duas partes, mas a superior passou a ser em leds e divide o trabalho entre luz diurna de condução e setas de direção – anteriormente, a seta era halógena. A versão de entrada da Toro é a única que preserva as lâmpadas convencionais nos faróis principais – todas as outras são de leds – e também a única a não ter os auxiliares de neblina – em seus lugares, há apenas nichos sem função. Em todas as versões da Toro, o capô ganhou duas protuberâncias para ampliar a sensação de “musculatura” do conjunto. Na frente, além dos faróis com DRL em leds, destacam-se os novos frisos na grade, o logo da marca centralizado, a Fiat Flag (uma micro-bandeira italiana estilizada) e o para-choque redesenhado. Na traseira, as lanternas mantiveram o formato, porém, passaram a ser em leds. A porta da caçamba permanece bipartida, com abertura lateral. Na Endurance, as maçanetas externas, as carenagens dos retrovisores, as molduras das janelas e a coluna central das portas são em preto. As rodas de aço estampado trazem calotas que imitam as de alumínio e calçam pneus 215/65 R16 On Road. No lugar do rack com barras longitudinais teto das outras versões, a Endurance oferece um singelo “porta-escadas” – uma barra preta que serve para apoiar e amarrar volumes maiores na caçamba.

Todas as versões da Toro 2022 trazem de série o Cluster Full Digital com tela de 7 polegadas, com os indicadores de temperatura e nível de combustível em leds. Nas renovadas configurações “top” Ultra e Ranch, a vistosa central multimídia de 10,1 polegadas posicionada na vertical (opcional na versão Volcano) é a grande atração. Já na Endurance, a multimídia é bem mais discreta – tem tela de 7 polegadas “touchscreen”, conectividade sem fio para Apple CarPlay e Android Auto, comandos de voz Bluetooth, MP3, Rádio AM/FM e entradas Aux e USB. A configuração mais básica da Toro traz de série seis airbags (frontais, laterais e de cortina), alarme antifurto, ar-condicionado, comando de áudio no volante, direção elétrica, Drive by Wire (controle eletrônico da aceleração), controle eletrônico de estabilidade (ESP), controle de tração (ASR), Isofix, Gear Shift Indicator (indicador de troca de marcha), Hill Holder (auxilia nas arrancadas em subida), retrovisores externos com comando elétrico e tilt down, revestimento plástico na caçamba, sensor de estacionamento, tampa traseira dupla com abertura elétrica, vidros elétricos dianteiros e traseiros com “one touch”, volante com regulagem de altura e profundidade e sensor de pressão dos pneus.

Motor turbo bicombustível mais potente e de maior torque produzido no Brasil, o 1.3 GSE Turbo Flex T270 (o “T” é da colocação transversal), com seus quatro cilindros, gera 185 cavalos de potência com etanol a 5.750 rotações por minuto e torque de 27,5 kgfm a 1.750 rpm e é associado ao câmbio automático de 6 marchas. É equipado com a tecnologia MultiAir III, já presente em outros propulsores. O sistema eletro-hidráulico permite o controle totalmente flexível da duração e da elevação das válvulas de admissão. O turbo de baixa inércia proporciona volume de ar reduzido entre o compressor e o coletor de admissão para oferecer uma resposta mais rápida. Todas as versões flex da Toro têm tração dianteira.

O preço da Toro Endurance Turbo 270 AT6 começa em R$ 119.590 se for na cor sólida Vermelho Colorado (a do modelo testado). A sólida Branco Ambiente aumenta o preço em R$ 1.500 e as metálicas Vermelho Tribal, Prata Billit, Preto Carbon e Cinza Granite agregam R$ 2.500 à fatura. A capota marítima é o único opcional do modelo e custa R$ 750. Já a linha de acessórios Mopar, disponível nas concessionárias, inclui mais de cinquenta opções de personalização. Na linha 2022 da Toro, abaixo da Endurance Turbo 270 AT6 há apenas a Endurance 1.8 Flex AT6, que custa R$ 5 mil a menos e preserva o veterano motor 1.8 Flex – é focada nas vendas corporativas, para frotistas. Há ainda uma Toro Endurance com o motor Multijet 2.0 turbodiesel e tração 4×4, na qual o preço já salta para R$ 152.990.

EXPERIÊNCIA A BORDO

Para mais ou para menos
Na linha 2022 da Toro, uma evolução notável ocorreu em relação aos porta-objetos, que melhoram em quantidade e qualidade. Agora, é possível abrigar com segurança celular, chaves, carteira e garrafas – e nada sai do lugar nas rampas e acelerações bruscas, como ocorria no modelo antigo. Na configuração Endurance, o acabamento do interior utiliza materiais que não transmitem requinte, porém, aparentam qualidade. Os bancos frontais têm bons ajustes e são confortáveis, entretanto, os de trás têm um encosto muito verticalizado – mais inclinação tornaria as viagens longas mais agradáveis.

Na Toro mais básica, a central multimídia “touchscreen” de 7 polegadas tem alta definição de 800×480 pixels, o sistema funciona com Android 8.0 e uma CPU de 800 MHz. A interface com o usuário é simples e intuitiva, facilitada pelos comandos no volante. Há USB e auxiliar, além de conexão Bluetooth. Infelizmente, a Endurance não oferece câmera de ré – equipamento corriqueiro em compactos bem mais baratos. Faz falta nas manobras e estacionamentos apertados. Na Toro, só está disponível a partir da versão Freedom.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR

Desempenho convincente
Com o motor 1.3 GSE Turbo Flex T270, a Toro anda mais, é menos rumorosa, trepida menos e oferece um rodar mais assemelhado ao dos carros de passeio do que as antigas 1.8 Flex. Tem 180 cavalos (com gasolina) e 185 cavalos (com etanol) e um bom torque de 27,5 kgfm, disponível já em 1.750 giros. O câmbio automático Aisin de 6 marchas é eficiente e ajuda a dar ao veículo um comportamento “esperto”. É possível acionar as marchas manualmente na alavanca do câmbio – “paddles shifts”, só a partir da versão Freedom. A tecla Sport muda as respostas do câmbio, do pedal do acelerador e o peso da direção. A entrada do turbo é perceptível, de 1.500 a 2 mil giros.

A estabilidade se aproxima à dos sedãs e as rolagens são discretas, apesar da carroceria elevada. As suspensões MacPherson na frente e multilink atrás ajudam a conferir um rodar agradável e consistente, mesmo sem carga na caçamba – ou seja, com baixo peso no eixo traseiro – e em velocidades maiores. Nos trechos sinuosos, a carroceria sacoleja um pouco, mas é preciso “forçar a barra” para que as assistências dinâmicas entrem em ação. A direção elétrica é um tanto leve.

Segundo a Fiat, a aceleração de zero a 100 km/h da Endurance Turbo 270 AT6 é feita em 11,2 segundos (gasolina) e em 11 segundos (etanol). A velocidade máxima é de 195,5 km/h (gasolina) e de 197,5 km/h (etanol). Com um motor turbo totalmente novo, era de se esperar um consumo de combustível expressivamente mais baixo do que na antiga versão 1.8 Flex. No entanto, não é o que acontece. De acordo com o Inmetro, na cidade, são 9,4 km/l com gasolina e 6,5 km/l com etanol. Na estrada, são 10,8 km/l com gasolina e de 8 km/l com etanol.

FICHA TÉCNICA

Fiat Toro Endurance Turbo Flex T270
Motor: dianteiro, transversal, 1.332 cm3, quatro cilindros, 16 válvulas, comando simples com variador no escape e MultiAir na admissão, injeção direta, turbo, flex
Potência: 180 cavalos (gasolina), 185 cavalos (etanol) a 5.750 rpm
Torque: 27,5 kgfm a 1.750 rpm
Combustível: gasolina e etanol
Transmissão: automática de 6 marchas à frente e uma à ré
Tração: dianteira
Freio: ABS e ESC, dianteiros com disco ventilado e traseiros com tambor
Suspensão: dianteira tipo MacPherson com rodas independentes e barra estabilizadora, traseira tipo multilink com rodas independentes e barra estabilizadora
Direção: elétrica com pinhão e cremalheira
Rodas: aço estampado 65×16
Pneus: 215/65 R16 On Road
Peso: 1.646 quilos
Capacidade de carga: 750 quilos
Dimensões: comprimento de 4,94 metros, largura de 1,84 metro, altura de 1,73 metro e entre-eixos de 2,99 metros
Altura livre do solo: 25,9 centímetros
Ângulo de entrada: 25,7 graus
Ângulo de saída: 28,4 graus
Tanque de combustível: 55 litros
Preço: R$ 119.590 (R$ 120.340 na versão avaliada, com o opcional da capota marítima)

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