Teste do Volvo C40 – Beleza pura

Depois de assumir a liderança brasileira do segmento de automóveis totalmente elétricos e híbridos plug-in, com 8.273 emplacamentos e 56,43% de participação de mercado no ano passado, a Volvo acaba de conquistar o primeiro lugar nas vendas nacionais de carros puramente elétricos. O utilitário esportivo XC40 Recharge Pure Electric, o primeiro modelo 100% elétrico da marca, lançado no Brasil em setembro de 2021, teve mais de cem unidades emplacadas somente em janeiro deste ano, o dobro do segundo lugar no ranking dos modelos movidos somente por eletricidade. A estratégia para liderar o segmento tornou-se explícita em dezembro último, quando a marca sueca revelou seu plano de expansão da eletrificação no Brasil. A empresa anunciou um investimento de R$ 10 milhões na instalação de carregadores rápidos em estradas de todas as regiões brasileiras e que a linha XC40 passaria a ser somente elétrica no país – deixou de ser importada a versão Plug-in Hybrid R-Design, que não se adequava aos parâmetros de emissões previstos pela etapa L7 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), em vigor no Brasil desde o início de 2022. Agora, a Volvo inicia a pré-venda no Brasil do seu mais novo modelo 100% “verde”, o crossover C40 – o primeiro modelo da marca criado originalmente sem motor a combustão. Os interessados em adquirir um dos 200 veículos disponíveis no lote inicial poderão acessar o site www.volvocars.com.br, preencher um cadastro e aguardar o contato da concessionária mais próxima. Na pré-venda, o C40 está sendo oferecido por R$ 419.950, com primeiras entregas no final de março. São exatos R$ 10 mil a mais em relação ao valor cobrado pelo XC 40 Recharge Pure Electric, que aparece no site da Volvo com preço de R$ 409.950. O C40 tem três anos de garantia e de revisões periódicas custeadas pela fabricante.

Tendo como base a plataforma CMA, a mesma do XC40 Recharge Pure Electric, o C40 começou a ser produzido há quatro meses em Gent, na Bélgica – onde também é fabricada a versão elétrica do XC40. O novo crossover pretende oferecer os benefícios de um utilitário esportivo elétrico, mas com um design mais elegante. Para isso, investe em um estilo de SUV cupê – que anda em alta no mercado mundial e foi adotado em concorrentes elétricos como o Audi e-Tron Sportback, o Ford Mustang Mach-E e o Volkswagen ID.5. Segundo o departamento de estilo da Volvo, o visual é inspirado na arquitetura escandinava, com influência da luz e da natureza. A linha de cintura é elevada e o prolongamento do teto encontra a tampa do bagageiro, conferindo uma silhueta mais dinâmica que a do XC40. O mais recente modelo da Volvo tem 4,43 metros de comprimento, 2,03 metros de largura, 1,58 metro de altura, 2,70 metros de distância de entre-eixos e pesa 2.185 quilos. Em relação ao XC40 Recharge Pure Electric, o C40 é um centímetro mais comprido, 17 centímetros mais largo, sete centímetros mais baixo e pesa 67 quilos a mais. A frente é dominada pelos grupos ópticos com tecnologia pixel e 84 leds cada, com desenho e tecnologia diferenciada em comparação aos do XC40. A assinatura luminosa preserva a identidade característica da marca, com o “martelo de Thor” desenhado nos faróis. As lanternas de leds fazem uma “coreografia” luminosa quando o motorista se aproxima e abre o carro. Aerofólios no teto e na tampa do porta-malas e spoilers traseiros contribuem para aprimorar a aerodinâmica. A cor do lançamento, denominada Fjord Blue, é exclusiva do C40.

O interior do crossover elétrico é bem iluminado graças ao teto panorâmico, que vai desde a primeira fileira de bancos até os assentos traseiros. A Volvo afirma que a tecnologia empregada na construção do vidro do teto solar – que é exclusivo do C40 e não é oferecido no XC40 Recharge Pure Electric – dispensa o uso da cortina de fechamento, isso porque o vidro escurecido tem proteção UV e IR e é capaz de reduzir 95% a entrada de luz e 80% da radiação de calor. Coerentemente com as normas de sustentabilidade da Volvo Cars, o C40 já está 100% livre de couro e estreia o revestimento Nordico, um novo material sintético criado pela marca. O novo modelo “herda” do XC40 elétrico o Google Automotive Services. Baseado no sistema operacional Android, o sistema de infoentretenimento com tela de 9 polegadas sensível ao toque permite atualizações remotas de softwares sem fios, tanto do sistema de entretenimento quanto do próprio veículo. O painel digital tem 12,3 polegadas e o tablier oferece disposição dos elementos similar aos do XC40 recarregável na tomada – as diferenças ficam por conta dos materiais usados. A capacidade do porta-malas é de 413 litros e ainda há um nicho de 31 litros sob o capô dianteiro, que normalmente serve para transportar os cabos carregadores de energia.

O “powertrain” P8 do C4 é idêntico ao que move o XC40 Recharge Pure Electric. São dois motores, um tracionando cada eixo. Cada um deles gera 204 cavalos e 33,65 kgfm, o que resulta em um rendimento combinado de 408 cavalos e 67,3 kgfm – exatamente os mesmos números do XC40 elétrico. O conjunto permite acelerar de zero a 100 km/h em 4,9 segundos, anunciado pela Volvo. A velocidade máxima, como em qualquer outro Volvo atual, está eletronicamente limitada a 180 km/h. Pelas informações da fabricante, a bateria, com 78 kWh de capacidade, garantiria uma autonomia estimada de 420 quilômetros, segundo a norma WLTP, e poderia recuperar 80% da respectiva capacidade em 40 minutos em um posto de carga rápida de alta tensão e corrente contínua de 150 kW, demorando oito horas para uma carga completa em uma ligação de corrente alternada de 11 kW. Como o XC40 Pure Electric, o C40 conta com o One Pedal Drive, um recurso similar ao apresentado pelo Nissan Leaf (no qual é chamado de ePedal) e adotado em outros veículos elétricos. Ao ser acionada, a tecnologia permite que a aceleração e a frenagem sejam feitas utilizando um único pedal, ampliando a regeneração de energia – e, portanto, a autonomia. Também vieram do XC40 recarregável na tomada algumas tecnologias de segurança, como a “câmera 360 graus”, alerta de mudança de faixa, aviso de ponto cego e o City Safety, que reconhece pedestres, ciclistas e animais de grande porte e pode frear ou esterçar o volante para evitar uma colisão. E o C40 incorpora ainda o Volvo On Call, um serviço de assistência vinte e quatro horas e auxílio de emergência. A expectativa de Volvo é emplacar cerca de mil unidades do C40 no Brasil em 2022.

TOMADA DE POSIÇÃO
Em março do ano passado, a Volvo anunciou que, até o final da década, deixará de comercializar automóveis com motor a combustão. Dois meses depois, atenta à movimentação da matriz, a Volvo Car do Brasil bancou uma aposta arriscada ao antecipar a decisão de oferecer apenas versões híbridas no mercado nacional – deixaram de ser importadas as configurações com motores convencionais a combustão dos SUVs XC40 e XC60 e também a perua V60, o único Volvo que ainda era oferecido no país sem nenhuma versão eletrificada. Mas a aposta deu resultado e a marca dominou o segmento dos híbridos plug-in no Brasil com o XC40, o XC60, o XC90, o S60 e o S90. “Começamos lá em 2017 com o XC90 híbrido e fomos, cada vez mais, inserindo modelos que poluem menos no nosso mercado”, relembra João Oliveira, diretor-geral de Operações e Inovação da Volvo Car Brasil.

Entre os 100% elétricos, a liderança chegou apenas quatro meses após o lançamento nacional do primeiro modelo da Volvo no segmento. “Ter o nosso primeiro lançamento elétrico liderando seu segmento no Brasil é nosso objetivo. Não são apenas números. Para a Volvo Car Brasil, o sucesso do XC40 Recharge Pure Electric indica que estamos no caminho certo para um futuro de mobilidade mais sustentável”, comemora Oliveira. Quanto à prevista de descontinuação dos modelos equipados com propulsores térmicos, híbridos plug-in incluídos, a Volvo afirma que pretende suprimi-los de forma gradual. Em 2030, a promessa é que todos os automóveis novos vendidos pela marca serão totalmente elétricos.

FICHA TÉCNICA
Volvo C40
Motor: dois motores elétricos, um por eixo
Potência combinada: 300 kW/408 cavalos
Torque combinado: 67,3 kgfm
Tração: integral
Suspensão: independente MacPherson na dianteira e independente multibraços na traseira
Pneus e rodas: rodas de alumínio de 20 polegadas (R135) com pneus 235/45 dianteiros e 255/40 traseiros
Freios: discos ventilados na frente e discos sólidos atrás
Porta-malas: 413 litros
Dimensões: 4,43 metros de comprimento, 2,03 metros de largura, 1,58 metro de altura e 2,70 metros de distância de entre-eixos
Peso: 2.185 quilos
Preço de pré-lançamento: R$ 419.950